quarta-feira, outubro 01, 2008
Trivium - Shogun
Pois bem, chegou ao fim a expectativa por um novo álbum do Trivium, que pode ser representada por um dos discos mais esperados por 25% dos contribuintes do blog, ou seja, eu. E como não poderia ser diferente, esse vai ser mais um texto similar a todos os outros que se pode encontrar na internet sobre o disco, que contenham as palavras: Jovens, Metallica e Chute na bunda - em todos os idiomas, sem exceções.
Começamos pelo maior clichê: Seguindo as tendências das revistas britânicas (Pois os americanos eram muito bundões para assumir), o Trivium era cotado para ser a nova promessa metálica em 2005, quando lançaram o disco Ascendancy, fortemente influênciado pelo metalcore americano e com alguns traços mais Thrash "melódico", em suma, um belo disco, mas longe de originalidade e uma grande simpatia com a crítica.
No ano seguinte a promessa do Trivium ser um dos grandes nomes do metal mudou: passaram a ser chamados de o novo Metallica. The Crusade, o disco de 2006, explorou muito mais a parte melódica da banda, no quesito melodia mesmo e não no sentido perjorativo. Memorável trabalho de riffs, num estilo meio Thrashcore, com as linhas vocais limpinhas, que muita vezes lembravam nosso amigo Hettfield.
Pra mais aprendizado, na turnê do Crusade, o Trivium deu uma banda pelos Estados Unidos e Europa umas duas vezes, com bandas do calibre de: Maiden, Metallica (o de verdade), Korn, Arch Enemy e Machine Head. No final do ano, ainda ganharam o prêmio de uma revista, de melhor banda ao vivo e toda essa bagagem fez aumentar a experiência e a confiança, que foi facilmente enganada por arrogância.
Final de contas é que o Trivium não virou o novo Metallica, pois o próprio Metallica fez isso (Death Magnetic, mané). O Trivium fez algo mais difícil, mas não sei se mais importante, que foi gravar pela primeira vez um disco com a própria cara da banda, sem nenhuma comparação ou estilo genérico.
O primeiro grande passo, foi o chute na bunda do produtor Jason Suecof, que trabalhava com ele desde o primeiro disco, o terrível Ember to Inferno, por um sujeito mais experiente, Mr. Nick Raskulin, que trabalhou com o Foo Fighters, Mondo Generator, Rush e Velvet Revolver. As declarações da banda eram algo do tipo "Queremos pegar os melhores ingredientes dos álbuns e fazer um disco completo". O baixista Paolo foi ainda mais longe "The Crusade foi um disco que sôa pequeno, queremos fazer um Cd pra chutar todas as bundas".
Ainda mesmo em 2007 começaram as gravações para o anunciado Shogun, que agora, já deve estar chegando nas lojas de todo o mundo, e que nos HD's, chegou há mais tempo. Então vamos pro que interessa.
Shogun é definitvamente o trabalho mais bem feito até agora pelo quarteto americano da Flórida, e isso não significa que seja o melhor. As declarações pré-gravações foram levadas bem a sério e o que temos aqui são os riffs matadores do Crusade, com mais alguma complexidade e perigo e os altas doses de gritos, peso e velocidade do Ascendancy, um bom jeito de chutar o teu traseiro.
Mas ao mesmo tempo, é um disco difícil de se engolir, devido as mudanças drásticas que ocorrem no "andar da carroagem", a passagem da porrada, pro leve, pra mais porrada ainda, dificulta certa vezes, até estar de acordo com a proposta. Certamente alguns fãs de metal não se sentiram muito a vontade com a idéia, pois certas musiquinhas tem forte apelo POP, isso mesmo, refrão grudentinho e tal, e depois andamentos meio desconcertantes. Falando assim até parece mais uma banda genérica, mas logo no início eu disse "Originalidade", não se esqueçam.
As estruturas foram elevadas a uma nível mais alto, e os riffs, meu deus, os riffs.. é um cima do outro, que se misturam entre os coros em várias camadas ou até vocais semi-guturais, que é quando o peso se solta e a bateria é socada sem dó, chamando o espírito headbanger pra balançar o cabelo, mesmo que não tenha.
Mas como nem tudo são flores, ou espadas Hanzo, Shogun é um disco que contém alguns pontos fracos, algumas músicas que não empolgam TANTO, mas que não deixam a peteca caír - os pontos altos dominam e compensam - "Krisute Gomen" é uma abertura devastadora, com andamentos que beiram o Death, uma experiência sem precendentes, qual foi escolhido para ser o primeiro single do disco, que logo dão espaço pra "Torn Betwenn Scylla and Charybdis", que logo de cara, virou uma das minhas favoritas, graças às melodias alá Amon Amarth. Os outros singles escolhidos foram "Into The Mouth Of Hell We March", legalzinha e chicletona (acabou parando na trilha sonora da série Madden NFL) e "Down From The Sky", outro grande ponto alto, intensa e viciante.
A parte musical já foi absorvida totalmente por mim, e já é um grande candidato para meu top 10 pessoal, pro final do ano, mas o que eu ainda não consegui consilhar foi a arte do disco e seu nome, com o conjunto da obra. No disco anterior, tinhamos um conceito, muito interessante por sinal, que eram todas músicas sobre Seriais Killers (?), e agora a única música que consigo ligar ao tema Japa, é a última faixa, um épico de 11 minutos que leva o nome do disco. Bom, talvez seja a mesma idéia do Powerslave do Maiden, onde a capa, nome do disco e todo o palco está ligada a apenas uma música... espero estar errado sobre isso.
É sim o disco mais desafiador deles, e mais ambicioso, uma maneira de acabar com todas as suspeitas sobre o talento da jovem banda e tentar firmar mais ainda no terreno metálico, mostrando toda a devoção da banda pelo bom e velho metal. Agora, só espero e torço, para que consigam a mesma popularidade e êxito, ou até mais ainda, que obteram no disco anterior, as chances são grandes e eu continuo apostando violentamente neles. Download.
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5 comentários:
Ouch! baita resenha cheia de conteúdo Lincoln parabéns! Vou baixar o som e escutar no final de semana.
Abraço a todos do Fukt.
Acabou a espera! Vou baixar é agora!
Ps: Vocês são rápidos hein? O cd foi lançado no dia 30 e no outro dia já estava aqui...
Foda demais o Trivium!!! "Torn Betwenn Scylla and Charybdis!!!" q música escrota;pois pra mim a complexidade do som pesado q drasticamente passa pro mais melódico e vice-versa;é de fato muito bem feita pla banda.
Otimo album.Não chega perto do Ascendary, mas achei mil vezes melhor que o the crusade."Into The Mouth Of Hell We March" pra mim é a melhor do album.
Antes de mais nada: Excelente resenha!
Este disco até agora é O MELHOR álbum de 2008 prá mim. Devo tê-lo escutado no mínimo umas 100 vezes já, desde que o baixei há uns 30 dias.
A produção, impecável. As músicas, muito, muito, muito fudidas.
Os vocais estão destruidores!
E a banda soa com muita personalidade e - por quê não? - originalidade.
Nunca concordei com as comparações com o Metallica. Nada a ver, na minha opinião.
Trivium cometeu seu disco seminal!
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