segunda-feira, fevereiro 23, 2009

F ranz Ferdinand - Tonight


Em 2004 surgiu o Franz Ferdinand para o mundo, com seu disco auto-intitulado. Como a maioria das bandas “cool” dos anos 2000 (Strokes, Hives, Artic Monkeys, White Stripes), os escoceses de Glasgow também acabaram entrando no “seleto” grupo de salvadores do Rock, que era revezado de meio em meio ano. Porém a proposta do Franz era um pouco diferente, surgiam ao lado do Bloc Party e Kaiser Chiefs (que também já foram salvadores), e o revival pós-punk “alegre”, e faziam música dançante, ou vai dizer que tu não ficava batendo o pézinho ao ritmo de "Take Me Out"?
Se os dois primeiros discos deles foram um rock dançante, chicletão e cheio de lalala, agora investiram de vez no rock para pista de dança, sem mudar radicalmente. Tonight: Franz Ferdinand é o terceiro disco do grupo e vem após um intervalo de 4 anos desde o segundo álbum You Could Have It So Much Better e entra na mesma, e nova, categoria de “dilema do terceiro disco”.
Bloc Party e The Killers tentaram se reinventar e acabaram com um grande tiro no pé, e o Kaiser Chiefs tentando exatamente a mesma fórmula dos discos anteriores, acabou passando batido. A grande malandragem do Franz foi inovar sem forçar a barra. O resultado é um disco que não fez feio, mas “poderiamos ter algo muito melhor”.
O lance é o seguinte; deixar de lado as guitarras e empunhar sintetizadores e fazer a galera se jogar na pista. Na teoria funciona muito bem, afinal Tonight… nos é apresentado como um disco conceitual sobre uma puta noitada, com caminhadas noturnas (do’oh), baladas alternativas, putaria e bebedeiras. Esse é o espírito na suja e maravilhosa capital escocesa, mas o disco se mostra meio perdido nessa direção.
Não que o primeiro single seja ruim, "Ulysses" é uma baita música, mas ao contrário dos singles inaugurais dos anteriores, não empolga logo de cara, e chega ser “prog” até chegar no seu auge groove funk quando Kapranos chama “I found a new way, baby” e a cozinha pega fogo e todos cantam lalala alegremente. Não é ruim, mas não tem a mesma intensidade que esperavamos.
O disco tem mais altos do que baixos, e a dobradinha "No You Girls" e "Send Him Away" com seu espírito oitentista dançante. Flertando com o pós punk de raíz, do Gang Of Four e Devo, com um Synth-Pop cafona fazem "Twilight Omen" uma das músicas mais estranhas do disco, e uma das mais interessantes. As influências também passam pelo funk carioca em “Can’t Stop Feeling”, mas nada que possa soar mal. "Live Alone" é a personificação da Disco Music e "Lucid Dreams" é um eletro experimental, destaque do disco.
Há maus momentos, onde o grupo quase deixa a peteca cair, principalmente no final do disco, a balada “Katherine Kiss Me”, que faz parte do conjunto da obra e a viajante “Dream Again”, mas também, lá pro final do álbum. Em suma, boas músicas e um grande desafio que se mostra melhor a cada audição, nada que mudará a música, mas que dá boa credibilidade ao quarteto. Download.

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