terça-feira, junho 30, 2009

Converge - Jane Doe


Converge, resumidamente falando, é uma super banda. Não, não estou falando de uma banda formada por músicos de diversas outras bandas e cuja reunião resulta em algo grandioso - embora o som deles, principalmente neste álbum em questão, seja deveras grandioso. Digo isso porque todos seus integrantes são dotados de diversos talentos!
Jacob Bannon, além de ter uma voz rara e muita expressão, é consagrado artista visual - efetuando até algumas capas do próprio Converge -, ativista pró-vegetariano e muito mais. Algumas bandas para as quais ele realizou trabalhos (desde capas a logos ou algum tipo de design): Disfear, Poison The Well, Modern Life Is War, Goatwhore e dezenas de outras. Kurt Ballou, além de dominar a guitarra e o teclado, canta em certas ocasiões e já é um consagrado produtor! Bandas com as quais trabalhou: Torche, Misery Index, Genghis Tron, Trap Them e muitas outras. Nate Newton, o baixista, também é guitarrista e vocalista em outros dois projetos: Old Man Gloom (com Aron Turner, do Isis, e Jay Randall, do Agoraphobic Nosebleed) e Doomriders. Ben Koller, baterista, pode ser o enigmático baterista do United Nations.
A banda surgiu em 1990 e, de lá para cá, já lançou sete álbuns (fora as várias demos, um EP e diversos splits com nomes do calibre de Brutal Truth)! O oitavo é planejado para ser lançado em vinil neste mesmo ano em que estamos vivendo pelo selo Deathwish Inc. (pertencente a Jacob) e em CD pela Epitaph. Jane Doe é o quinto e fora lançado em 2001.
É completamente difícil fazer uma resenha minuciosa acerca da musicalidade e dos demais fatores que influenciaram o álbum. Há uma presença predominante do hardcore punk, mas há também arranjos bem complexos, quebradas de tempo e uma caoticagem tradicional do mathcore. O vocal de Jacob é extremamente gritado e chega a soar distorcido, dando um certo ar de noise. As composições são dotadas de muito sentimento! E independente do tipo, seja algo raivoso ou um profundo lamento, a síntese de todos eles contribui para o bom decorrer das canções. Cada vez que escuto, uma atmosfera diferente é abosrvida. Acredito que seja devido à enorme quantidade de "informação" aqui presente. Por isso, visto que são alguns meses escutando o disco, recuso a fazer algum tipo de julgamento ou algo mais minucioso. Prestou atenção em tudo que foi dito logo acima? Pois bem, acredito que isso lhe dará uma base do talento dos músicos. Só acrescentando, andei escutando o álbum You Fail Me e não senti a mesma intensidade de Jane Doe. De fato, esse foi considerado por muitos dos fãs como o ápice do Converge! Sem mais, baixe (ou compre) e seja feliz! Download.

quarta-feira, junho 17, 2009

Future Of The Left - Travels With Myself And Another


Surgido das cinzas do Mclusky, uma das bandas mais geniais e desconhecidas dos anos 2000, e que cometeram um dos maiores acertos musicais deste tempo, o matador Mclusky Do Dallas, o Future Of The Left também vem de Cardiff, País de Gales e faz um som bem parecido, o que deve ser encarado como algo bom. Muito bom.
Esse aí já é o segundo disco do grupo, que mudou apenas de baterista, de uma encarnação para a outra, que resultou em pequenas mudanças, botando um pouquinho de melodia e um pouco mais de polidez ao Noise Rock chute na cara.
Que a verdade seja dita, esse disco é uma maravilha, eu poderia resumir apenas em "Pegue essa merda logo e escuta BEM ALTO!".
Ironia e humor negro é pouco pra esses três magrões loucos. Eu poderia passar o dia escutando "Throwing Bricks At Trains", e eu até já tentei, não consegui por que tive que sair. só mais uma coisa: YOU NEED SATAN MORE THAN HE NEEDS YOU. Aqui.

quinta-feira, junho 04, 2009

Jesu - Why Are We Not Perfect?


Ao escutar este EP do Jesu, muitos pensamentos bons transitam em minha mente. O que me deixa mais feliz é saber que o grande cérebro por trás da banda é Justin Broadrick - um dos primeiros membros do Napalm Death e posteriormente do Godflesh. Mas por quê tanta felicidade? Pelo 'simples' fato de que aprecio em demasia tanto grindcore e som extremo em geral quanto som extremamente leve, mais precisamente música ambient. Portanto, fico feliz de ver que os caras de bandas assim também demonstram interesse em outras áreas da música, como eu, arriscando-se numa carreira assim. É uma maneira de se sentir menos isolado deste mundo, acredite...
Why Are We Not Perfect? contém as mesmas músicas que foram lançadas no split EP com o Eluvium, sendo que a única diferença é a adição de versões alternativas para duas das três faixas. Dizem que esse é o registro mais "acessível" da banda. Admito que só conheço esse material (no momento) e, em decorrência disso, não posso opinar sobre a questão. As únicas afirmações que posso fazer são: Sim, é um material acessível a um público grande, pois é bem leve e deveras agradável de apreciar. A outra é que, independente de tudo isso, temos em mãos um dos materiais de ambient mais cativantes dos últimos tempos! Há muitas atmosferas, vocais oníricos, suaves linhas de bateria e muito experimentalismo na manipulação do som em geral. Como audição obrigatória, indico a faixa título, visto que é tão serena que dá sono (no bom sentido, obviamente).
Justin é quem faz tudo, acredito eu. Somente para a apresentação ao-vivo que necessita de outros músicos. Garanto que todos conhecem o ditado "Quer bem feito? Faça você mesmo!". É, faz sentido. Muitas das "one man band" de hoje em dia executam algo muito interessante...
Frizo novamente: Jesu é uma dessas e é extremamente cativante! O EP em questão agradará de cara, sendo que a tendência é melhorar com o tempo. Download.