segunda-feira, junho 30, 2008

Leatherface - Horsebox


Quem lê o nome da banda, logo liga à figura do vilão mascarado de beira de estrada que curtia matar as vítimas com uma serra elétrica e arrancar a pele delas. Quem lembra do Massacre da Serra Elétrica, deve logo imaginar que uma banda que utiliza a nome deste ilustre personagem deve fazer uma chacina sonora. Normalmente...
Nesse caso, a inspiração ficou só no nome. Formado em 88, em Sunderland, terra dos Toy Dolls e do Sunderland A.F.C. (atual time do técnico Roy Keane), Inglaterra, a banda faz um som que pode se classidicar desde Punk Rock, até emo. Liderado pelo vocalista Frankie Stubbs, eles tocam um som que mistura elementos do folk, post-punk, aquele emo oitentista "Dischord Style", mas sobretudo punk rock.
A banda tem algumas características bem marcantes, a mais notável, é a voz de Frankie, que lembra o Nick Cave ou o Lemmy Kilmister, por isso que alguns sites, fazem a metáfora de que o Leatherface seria a mistura entre o Motörhead com o Hüsker , legal hein? Do Hüsker veio a vocação em fazer boas melodias e tocar com muito feeling, além dos riffs simples e arrebatadores.
Horsebox foi o disco que marcou a volta da banda; Após os clássicos Mush e Minx, que ficaram "conhecidinhos" dentro do underground nos anos 90, eles ficaram 7 anos sem gravar nada, até resolveram voltar com esse ótimo disco. Se por acaso, tu já conheça os outros discos, esse aqui não decepciona nenhum pouco, segue a mesma linha e com uma produção um pouco superior.
Disco bem carregado, com várias passagens mid-tempo, melodias matadores e um trabalho guitarrístico nota 10. Dar destaques não é muito comigo, mas eu arriscaria "Sour Grapes", "Closing Time" ou "True Colors". Se tu gosta de Hot Water Music, Dillinger Four, ou alguma outra banda que canta botando as víceras pra fora, pode ter certeza, que eles tem um toque de Leatherface. Download.

Deicide - Till Death Do Us Part


Deicide: Banda rodeada de fatos, músicos e álbuns polêmicos. E com Till Death Do Us Part, nono álbum de estúdio e novamente produzido pelo baterista Steve Asheim, a polêmica volta em alto teor. Só para dar um leve recaptulada: No antecessor dele, o magnífico The Stench Of Redemption, a banda lançou um single no dia 06/06/2006 (O dia 666, disseram eles). Isso já foi o suficiente para a imprensa fazer o marketing do álbum.
Contudo, nesse novo álbum, a polêmica vem por parte dos fãs! Nunca vi um álbum que causasse tanta discordância assim na carreira deles. O fato é que independente do que falarem, o novo álbum é bom, com alguns picos ótimos e também com muita repetição de tudo que a maioria das outras bandas do estilo já fizeram, inclusive eles. O melhor a se fazer é pular a intro, uma música instrumental, meramente normal, que não se sabe o porquê de tanta infantilidade vinda de uma banda veterana (lembre-se que eles estão na ativa desde 1987). Na seqüência, a faixa-título mostra o que realmente nos interessa: Uma mistura entre andamento normal e acelerado, com os vocais característicos de Glen somados aos solos plausíveis. Por falar neles, são o que há de melhor no disco. Percebe-se claramente a diferença entre os solos de Jack Owen e Ralph Santolla, um usando absurda velocidade e o outro utilizando mais a técnica, respectivamente. Em "Not as Long as We Both Shall Live", a energia que eles passam é assustadora!!! Vale a pena conferir também "Angel of Agony" (porrada do começo ao fim, sem tempo algum para respirar!) e "Horror In The Halls Of Stone" (começa bem cadenciada e macabra, todavia progride medianamente a algo veloz e ríspido!). Essas 3 músicas citadas encontram-se uma após a outra, formando uma seqüência de deixar o ouvinte de boca aberta. Fora disso, não há verdadeiros destaques, e olha que o CD possui 10 músicas - 11 nas versões Deluxe e Bônus.
Till Death Do Us Part não é aquele álbum excelente do começo ao fim, mas certamente agradará os fãs, em maior ou mínimo grau. É um bonito trabalho de death metal com traços de black
e solos apocalípticos. Download.

sexta-feira, junho 27, 2008

Kindzadza - Waves From Inner Space


Sabe o motivo de as pessoas pirarem demais nas raves após tomar drogas e escutar psytrance, darktrance, e afins? Se você quer fazer o teste para descobrir, há um modo bem barato, mas tem algumas conseqüências. Primeiramente, baixe o CD, compre alguma bebida de álcool e vá à farmácia mais próxima comprar Benflogin em drágeas. E se você quer loquear mesmo sem se importar com o bolso, compre bala, doce, algo assim e desembolse algumas dezenas de reais e vá a uma rave no meio do mato. A primeira opção é menos prejudicial, pois Benflogin é leve, lhe causará conseqüências graves apenas se o uso for prolongado, e custa aproximadamente R$6,50. Ao ser ingerido com álcool e em quantidades acima de 10 drágeas (a cartela possui 20), provoca alucinações variadas, como várias fagulhas de luz ao girar o globo ocular, alteração de cores no ambiente, alucinações auditivas (como a aceleração de músicas e a impressão de várias outras coisas, como gente conversando próximo a você), sensação de ver as coisas se moverem (como ursinhos inocentes lhe abanando). Ao olhar fotografias, por exemplo, uma banda tocando em um palco pode virar uma bela paisagem florestal.
Kindzadza é um trancezão veloz e progressivo, muito trabalhado mesmo, e com leves toques de dark. As batidas já são velozes, e, com as drogas alucinógenas em sua corrente sangüinea, ficarão muito mais, de uma maneira assustadora. Os diversos sons desconhecidos, as sonoridades sem nexo que estão fundidas, tudo isso começará a criar diversas viagens em sua mente. Escutar são também é bom, pois o som é altamente legal. Infelizmente, não há muita informação sobre o Kindzada, mas se sabe que o rapaz vem da Rússia e tem aproximadamente 4 álbuns até o momento. Se comparado a grandes nomes como Infected Mushroom, é mais que extremamente do underground. Eu recomendo a quem curte esses sons assim, na mesma linha de Iron Madness. Pura energia psicodélica!
As conseqüências daquelas drogas lá de cima são: Falta de apetite, falta de sono, depressão, dor de barriga (não acaba se você regurgitar ou defecar) e cansaço. Encara a trip de drogas + Kindzadza? É por sua conta e risco. O FUKT MP3 STORAGE não faz apologia ao uso de drogas e não apóia a pirataria. Seja consciente de seus atos e compre os CD's que lhe agradarem.
Download.

quinta-feira, junho 26, 2008

Hermano - Dare I Say


John Garcia é considerado um "Deus" do Stoner Metal, ao lado de Josh Homme, Brant Bjork e Niki Olivieri, que moravam no Olimpo, chamado Kyuss. Após a "era" deles acabar, viraram mortais e cada um tomou seu rumo: Josh Homme escolheu o caminho negro, e montou uma banda gay, enquanto os outros andam vagando por aí, passando de um projeto para outro, desde meados dos anos 90.
Foi assim que John Garcia chegou até o Hermano. Após duas empreitadas que não deram em nada (Slo Burn e Unida) ele tentou a sorte com o Hermano - nome xicano que combina bem com ele. A príncipio seria só mais um projeto de alguns músicos, pra tocar o bom e velho Stoner Rock, isso no ano de 98.
Até o primeiro disco chegar, o meia boca ...Only A Suggestion, demorou mais ou menos, 4 anos. Primeiro que cada membro morava em lugares distintos, dentro da Bushelândia, então as gravações se deram em várias etapas, e nos mais diversos estúdios. Quem já ouviu, sabe que ficou meio sem graça, descompromissado até de mais; parecia que eles tavam tocando numa garagem só por diversão. Não que isso seja algo ruim, pelo contrário, tem muita banda que falta esse espírito, mas não adianta, pois o resultado não foi dos melhores.
Ahhh Dare I Say, aqui sim o quinteto caprichou e chutou o pau da barraca. Com um Stoner verdadeiramente "profi" e "na cara", fizeram letrinhas boas, aliadas a musicalidade enérgica, resultando em músicas que podemos chamar simplesmente de: FODA. "Cowboy's Suck" e "Angry American" é pra pôr tocar no carro, com o volume no talo e não deixar baixar de 140Km/h. Enquanto isso, "My Boy", "Life" e "Roll Over" são uns blues metálicos, grooveados, que lembra um pouco do Kyuss, pois é impossível escutar a voz de Garcia, e ignorar que ele já foi vocalista de uma das melhores bandas de música pesada.
Ainda têm outras mituras, como um punk rock sacana, musiquinha acústica e uma viagem lisérgica no deserto, chamada "On The Desert" - redundância, do'oh. Sonzeira feita sem muita frescura, mas bem feita. Adrenalina e riffs matadores, um verdadeiro chute no cu! Quero ver tu escutar "Quite Fucked" e não sair gritando Go Motherfucker, Motherfucker Go! Demorô hein, download já.

Claustrum Burial - Serial Killer


Os curitibanos da Claustrum Burial já gozam de certo reconhecimento e popularidade pelo país; muito merecidos, por sinal, já que formam uma banda cujas idéias vão além da sonoridade - vide letras.
Serial Killer é um EP formado por 5 músicas, sendo que uma delas é um verdadeiro petardo! Uma faixa poderosa e pesadíssima, com uma letra mais que excelente e tudo mais que forma uma música de se tirar o chapéu, ou seja, é bem construída tanto musicalmente como liricamente. Leitores e leitoras, com vocês "Miséria". Difícil alguém não se empolgar com os coros dos refrãos, ou deixar de bater cabeça no breakdown. E apesar da dificuldade de gritar o português com vocais guturais, o vocalista Deko consegue deixar grande parte da música bem compreensível. Todavia, como todos sabem, nem tudo são rosas, e agora fica uma pergunta:
Por que copiar a intro de "Fairy Fay", do Whitechapel, em "Destruição em Massa"??? Pô, galera, aí pegou mal. Tá certo que é apenas uma rápida intro de bateria, mas os ouvidos mais atentos perceberão que isso já foi feito. Fora isso, tudo certo, pois a produção é excelente, as composições criativas (longe de algumas bandas nacionais que andam copiando descaradamente as gringas) e influências das melhores dentro do estilo. Audição mais que recomendada! E caso goste, compre. Download.

quarta-feira, junho 25, 2008

Driller Killer & Simbiose - Ruled By None & Terrorismo De Estado (Split)


Leitores e leitoras: Seguindo no embalo de segunda-feira, decidi postar mais um split envolvendo o Driller Killer, pois o som dos caras é muito bom. Dessa vez, o disquinho é divido com a Simbiose, banda portuguesa cuja experiência já ultrapassa uma década e meia.
Como era de se esperar, Driller Killer despeja seu crustcore raivoso! Movido a guitarras velozes, d-beat, coros raivosos e várias pegadas de rock, em alguns riffs e solos - uma pena serem curtos - que dão vontade de ouvir de novo. Duas faixas que valem muito, mais até que CD's de bandas que saem medianos.
O Simbiose não fica atrás, quase pelo contrário, fica pau a pau com os suecos, num crust mais puro. Apresentando igualmente apenas duas músicas, senti uma pegada muito similar a do Misery Index (principalmente do álbum Discordia) em "Terrorismo de Estado". Já em "The Scars Of Addiction" (sim, eles cantam tanto em português como em inglês), o solo de guitarra combina perfeitamente com as bases velozes.
Esse split só tem um problema: A duração. Deveria ser maior, porque as 4 faixas são petardos dignos de repetições no seu player.
Download
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Hüsker Dü - Everything Falls Apart


Hüsker Dü é sem sombra de dúvidas uma das bandas mais influentes da década passada e que conseguiu injetar uma dose de energia dentro do rock americano. Ao lado do Black Flag, Minutemen, R.E.M., entre outros, iniciaram o circuito independente underground americano. Nada que tu não devia saber.
O problema é que a maioria do pessoal só conhece cds como o Zen Arcade ou o New Day Rising, por serem considerados clássicos, e são mesmo, mas o lance legal dos Hüskers é que eles tem um discografia inteira impecável, e não só dois ou três.
Everything Falls Apart foi o primeiro disco de estúdio deles, mas não o primeiro material. O super trio de Minneapolis sempre foi acostumado e muito famoso por não perder tempo, passaram boa parte do início da carreira fazendo turnê numa van, em todo o país, dividindo palco com outras lendas do Hardcore/Indie, e ao mesmo tempo, gravando discos, que tal?
Antes mesmo de Everything..., eles já tinham gravado um ao vivo, o radíssimo Land Speed Record e outro EP ao vivo, In A Free Land, coisa de lôco. A diferença é que esses primeiros discos são bem mais crús (mais ainda) que os "famosos", e sem o mesmo brilho de letras, pois a produção, sempre foi baixa, convenhamos, mas que é a graça. Chiadeira, barulho, distorção e velocidade, não que isso não esteja presente nos discos poteriores, mas é que aqui o bagulho é bem mais extremo.
Não é um disco que pode mudar a vida de alguém, e também, não mudou muito a carreira deles na época, mas é um cd bom, para aqueles que gostam da banda, ou para os entusiastas do bom e velho hardcore old school americano. Hoje, esse é disco (vinil) é uma raridade, pois só teve duas prenssagens, de 5.000 cópias cada e fez com que surgisse o boato de que tivessem perdido a fita mestre, que não passou de balela, pois a Rhino mais tarde lançou esse disco com o EP In A Free Land, com o nome de Everything Falls Apart And More, que tu pode achar mais facilmente.
Boa demonstração do poder que a banda tinha, exemplificando o que eram seus shows, de música atrás de música, sem minuto pra respirar, ríspidas e barulhentas, nervosas e amargas, em uma época em que só Mould cantava. A surpresa fica por conta de "Sunshine Superman", cover "Thrash" de Donovan, mas que lembra bastante as músicas que estariam por vir, com melodia e feeling, algo que Mould e Hart tem de sobra.
Enquanto a gente não acha a versão em vinil ou cd, vamos matando a vontade em MP3. Download.

segunda-feira, junho 23, 2008

Extreme Noise Terror & Driller Killer - Split


Split altamente destruidor lançado em 2007 por esses dois grandes nomes do crustcore mundial.
O Extreme Noise Terror já teve seu A Holocaust In Your Head aqui postado, um disco que é considerado por muitos como um dos primeiros de crust, quase grindcore. Resumindo, ele é uma maravilha totalmente suja, com dois vocalistas gritando insanamente e bateria socada. Se você ainda não ouviu, não perca tempo e corra atrás.
Já o Driller Killer é uma banda da Suécia, e agora faz sua estréia aqui no blog. Certamente eles voltarão mais vezes, pois há na discografia um split com o Simbiose (crust com rock na mesma linha que o Disfear vem fazendo) e um álbum chamado Total Fucking Hate que alteram a adrenalina do corpo quando escutados em alto e bom som.
Aqui no split, as primeiras 5 faixas ficam por conta do ENT, que não deixa sequer uma chegar aos 2 minutos de duração. A gravação até que é audível, mas fica em um meio termo, nem tosca nem ótima, e isso, de fato, é muito bom. A bateria é um destaque, pois o baterista é ágil e agressivo. Nada diferente do que eles já fizeram antes, e por isso eu repito dizendo que é muito bom. O Driller Killer não deixa por menos e detona 3 músicas, mais trabalhadinhas, por sinal. Conferimos até solos de guitarras, altamente energéticos!
Um split curto e grosso de duas bandas curtas e grossas. Hardcore em suas formas mais extremas, para agradar quem curte em menor ou maior escala, mas não decepcionará, certamente. Download.

Spiritual Beggars - Another Way To Shine


O gênero Stoner rock ou metal, é com certeza um dos estilos mais legais dentro da música pesada, mas infelizmente, os nomes das bandas... que tal Feiticeiro Elétrico (Electric Wizard)? ou Goblin Laranja (Orange Goblin)? Ímã Monstrengo (Monster Magnet) então? Todos nomes podres, mas nenhum supera esses suécos aqui; os Mendigos Espirituais.
Formado em 92, a banda ficou conhecida por ser um "projeto" de Michael Amott, que era guitarrista do Carcass, banda seminal do Grind/Gore. Depois de lançar o maravilhoso Heartwork, pelo Carcass, ele decidiu largar de mão o Death Metal e botar pra fora todas suas influências de Hard Rock e Heavy Setentista.
Apesar do nome também ruim, além de gay, Another Way To Shine (segundo disquinho deles) é uma pérola do Stoner, e até considerado como clássico (pra mim, é sim). Uma mistura bem estilosa de riffs sludge com tempero sludge, dá um climão bem retrô e que prende a audição, nos vocais envolventes (que lembra bastante do Layne Staley), cozinha esperta e uma variedade imensa de solos matadores.
O puta disco é bom do início ao fim, mas principalmente no início. Se por acaso, tu não curtiu nem "Magic Spell", nem "Blind Mountain", nem vai adiante. Essas duas músicas já valem o disco, têm riffs viciantes e andamentos desconcertantes, não sei como te descrevo isso, mas é como se o Alice In Chains resolvesse tocar Fu Manchu, sacas?
Altamente recomendado pra quem gosta do estilo. Download já.

sexta-feira, junho 20, 2008

Biosphere - Autour De La Lune


Falar de Autour de la Lune exige responsabilidade. Não apenas porque todo álbum do Biosphere é especial, mas sim porque esse possui muitos fatos importantes o envolvendo. Ter ganho um prêmio do governo francês - bem como de uma rádio - em um festival, ter utilizados sons que foram adquiridos após ganhar acesso aos arquivos da mesma rádio anteriormente, datados da década de 1960, e também por - o mais surpreendente de tudo - usar sons originários da estação espacial MIR, são apenas alguns dos fatos mais interessantes, sem esquecer que o título do álbum foi inspirado num livro de 1868. Num breve resumo: O livro fala sobre uma viagem espacial que ocorreu centenas de anos mais tarde.
Lançado em 2004, esse álbum não tem conexões com nenhum outro lançado por Geir Jenssen. De fato, continua sendo ambient, mas dessa vez é um ambient diferente, sem outros sons ou instrumentos, sem efeitos muito notáveis, porque tudo é absolutamente muuuuito lento e abstrato. Um ambient profundo, para ser mais preciso. Logo na primeira faixa, "Translation", cujos 21:43 minutos já deixam sub-entendido o que mais está para vir, você pode decidir se encara ou desiste. "Rotation" é agonizante! Talvez pela impressão de se estar sozinho em meio ao espaço, trancado em uma nave e criando sonoridades caóticas. Todavia, em "Modifié", a trip vai melhorando. Os sons agonizantes dão lugar à microfonia, a sons sem noção e relaxantes, recheados de suspense e que, provavelmente, são vozes camufladas com aquela tonalidade robótica e distorcida. Aí é para se sentir no espaço, mesmo sem ter ido lá algum dia. Como? Geir Jenssen é um gênio, dispensa explicações. "Vibratóire" é um som que me deixou tão concentrado, que acabou tão rapidamente a ponto de me deixar assustado! A freqüência extremamente grave nessa música é de rasgar as caixas de som, então, cuidado. "Déviation" é a continuação desse som, porém agora a freqüência ultra-grave não viaja sozinha. Há uma atmosfera tranqüilizante no fundo, enquanto a freqüência fica mais nervosa. A mistura entre relaxamento e tensão cresce! O som agudo que surge em seguida (como uma panela de pressão), funde-se a outros, como o som de algo em funcionamento (esse deve ser o som principal da MIR). Nessa são 10 minutos de pura estimulação da criação de dopamina. E o grave continua a apavorar, mesmo se você eliminar os graves no equalizador. Isso é drone, similar a Sunn O))), compreende? "Circulaire" é a última com essa freqüência grave, só que dessa vez completamente espalhada, em espetaculares efeitos de estéreo. Tudo vai progressivamente e lentamente evoluindo, até que você irá se ver sugado pelas ondas, entrando de cabeça no espaço e... TUM! Um som grave retém a atmosfera (seria um buraco negro?), para tudo acontecer novamente, como no início do som, e depois se repetir por uma última vez. Que admirável! "Disparu" parece uma desconexão com a lua, ou o espaço. Isso soa como um contato com um planeta belo e tranqüilo. A volta ao espaço se dá com "Inverse", mais um som com graves tensos, atmosferas que crescem rapidamente, somem e lhe deixam no vazio, se bem que tudo é vazio, com som ou não, afinal, estamos flutuando no espaço! "Tombant" é como entrar em uma máquina, só que na velocidade da luz. Infelizmente o álbum acaba por aqui.
Recaptulando: Não escute em caixas de som miseráveis. Se for fazer a audição com fones, faça com aqueles fones gigantes de lan house (aqueles que, geralmente, custam mais de R$100,00). O mais recomendável é fazer num carro que tenha bons graves, mas que não abafe os agudos. Esse álbum pode parecer tanto uma viagem como barulhos sem noção. Tudo depende de você e das condições ao redor. 76 minutos em 9 músicas... Uma esplêndida viagem espacial... Ah, que lindo! Download.

quinta-feira, junho 19, 2008

The Offspring - Rise and Fall, Rage And Grace


A maioria não deve nem imaginar, mas durante muito tempo, o Offspring foi uma das minhas bandas preferidas, e falando sério, acho que deve ter sido de muita gente. Smash e Ixnay são dois cdzinhos bem afudê, que eu escuto até hoje, mas bem pouco, comparado com antigamente.
Teve aquele pessoal que torceu o nariz pro Americana e o Conspiracy Of One, por eles terem se "vendido". Claro, tinha umas muisquinhas bem escrotas, popzonas como o mega-hit "Pretty Fly" e "Original Prankster", mas no resto do cds, tinham várias pauladas, que compensavam.
Já em 2003, o esperado Splinter, veio como um balde de água fria na minha cabeça, e em outras milhares, e agora, 5 anos depois de longa espera, a única coisa que eu tenho pra dizer é: Me caíu os butiá do bolso.
Não sei se foi a produção do Bob Rock, a saída do Ron Welty, ou por parte da banda, a vontade de mudar de som, passando pra um rock pop e bem bundão. Graças, não tem mais musicas bobinhas como aquelas duas ditas antes e "Hit That" do penúltimo disco, mas em compensação, deve ter umas 2 ou 3 que se salvam. Sério.
Sinceramente, eu tinha grandes esperanças de eles fazerem um troço legal, botei a tocar, a primeira música começou linda, punk rock melódico, bem rapidão, com os back vocals do K, até que... PQP! O refrão mais mela cueca que eu já ouvi, até parece que tu tá ouvindo NUFAN, puxaram o freio de mão e cagaram na música, tocaram merda na cruz. Já a segunda música, "Trust In You", dá pra agüentar; rapidona, com a mistura clássica que eles usavam até um tempo atrás, mas depois dela, o bagulho descamba de vez.
"You're Gonna Go Far, Kid", que é pra ser o novo single, é bem cocô; batera meio dançante, tentando ser pop sem êxito. "Hammerhead", o atual single, que vem na seqüência, até tem umas passagens legais, mas daqui pra frente, fica russo. O lance ficou tão sinistro, que têm umas músicas que poderiam facilmente estar na tracklist de um American Idiot, ou Warning do Green Day, pra se ter idéia da caganeira.
Realmente, não tenho idéia do que houve pra eles fazerem um trabalho tão sem graça, medíocre e sem criatividade. A desculpa de fazer algo "pop" pra ganhar dinheiro não é, pois é tão fraco, que acho brabo cair na boca do povo, pois Offspring já não é mais moda, faz tempo, e sendo assim, não vai ganhar um tustão furado.
Pra finalizar, se eu tivesse que dar uma nota, de 10 a 1, daria 3, só por que tava com saudade da voz do Dexter. Se tiver afim de conferir, aproveita e faz o download rápido, certamente, vai excluir o link rapidamente.

Spazz - Crush Kill Destroy


Quando o assunto é power violence, muita discussão surge e, por lógica, diversos nomes. Mas uma coisa é unanimidade por parte de quem curte: Spazz e Charles Bronson são ícones! Mais ainda: São bandas indispensáveis para quem quer curtir o que há de melhor no estilo. E mesmo que muitos pensem que o som seja igual em todas as bandas, esse Crush Kill Destroy mostra bem o contrário, pois o Spazz é muito único.
Lançado em 1999 (pouco antes do fim da banda), o álbum possui músicas ultra-velozes ("play fast or die!" é o lema!), títulos extremamente humorados ("Hardcore before Mark McCoy was Emo Semen), revezamento muito constante entre 3 vocalistas (todos com vozes diferentes) e mais um monte de características marcantes. Mas entre elas, a mais marcante, sem dúvidas, é os vocais! Cacete, 3 caras gritando quase ao mesmo tempo (às vezes ao mesmo tempo) com vozes diferentes. Para quem não conhece, uma se assemelha muito ao primeiro vocal do Napalm, aquele do Scum. O outro é mais parecido com as bandas de hardcore das antigas (Black Flag, Circle Jerks). Já o último soa como um Cripple Bastards em inglês. E para não esquecer: Esses 3 formam a banda, ou seja, é um power-trio realmente insano!
Crush Kill Destroy certamente não é um entre os tantos outros álbuns que compõem a discografia dos caras. Tudo aqui é muito empolgante, engraçado, ou há adjetivos semelhantes. Os samples de filmes e as raras batidas de outros estilos (como de rap/hip-hop) despertam ainda mais curiosidade. Já escutei outros dois CD's deles e não percebi a mesma pegada.
Baixa ae, escuta "Let's Fucking Go!!!" e "Campaign For Emo Destruction", para depois aguardar ansiosamente por mais um álbum deles (dos melhores) e por um pouco da história que os envolve também. Download.

quarta-feira, junho 18, 2008

Ripcord - Poetic Justice


Certa vez li em uma revista: "Muitos conjuntos tentam recriar aquele grindcore na linha Napalm Death e Ripcord...". Um dia desses, quando de repente me lembrei disso, procurei por material do Ripcord. Na hora da audição, tive uma enorme surpresa, pois não se trata de uma banda de grindcore, mas sim de uma banda de hardcore das antigas, bem raw, beirando o thrashcore e socando 21 músicas em aproximadamente 25 minutos. O que você imaginar de mais desgraçado das antigas está aqui: Punk, hardcore, thrash, algo de crust, enfim, só gêneros e sub-gêneros velozes e furiosos.
Poetic Justice, lançado em 1988, é o quinto material dessa porrada vinda diretamente do Reino Unido, porém é só o segundo full-lenght. É um álbum maravilhoso, um verdadeiro presente valioso aos fãs de um som ríspido, sujo e coeso. A guitarra é basicamente movida a power-chords, os vocais são gritados indelicadamente e de maneira rouca, a bateria tem seus pratos socados sem dó, e o baixista está ali para dar um pouco de peso, porém bem pouco mesmo, pois o que reina é a sujeira. O refrão de "Aim to Please" não sai da cabeça, a intro de "Out of Reach" é memorável demais, e o álbum inteiro acaba soando muito bem do começo ao fim, apesar dos picos de empolgação em certos momentos.
Tentarei postar mais algo deles, mas não garanto, porque é difícil achar material. É fácil notar que, apesar do som extremamente bom, a banda ficou apenas no underground. A única vez que ouvi falar de Ripcord foi naquela revista, todavia foi o suficiente.
Go ahead and bang your head! Download.

terça-feira, junho 17, 2008

Explosions In The Sky - The Earth Is Not A Cold Dead Place

Explosions In The Sky é uma das bandas mais populares do infâme gênero "Post-Rock" e pode ser considerado uma das "bandas que deu certo" do estilo, ao lado do Mogwai e Sigur Rós, porém, fizeran isso, em menos tempo.
Numa audição mais rapidinha, daria pra supor que eles também venham de algum lugar gelado e cinzento, por causa da melancolia impressa nas músicas e os andamentos cheio de tristeza, mas não, eles vêm de uma terra que é bem estereotipada pelo sol escaldante e o deserto: Arizona, Texas. Ao contrário dos conterrâneos, como Butthole Surfers e At The Drive-In, parece que o sol forte não torrou os neurônio dos garotos e assim, fazem um som bem mais coêso e simples, meio minimalista (odeio profundamente essa palavra) e com passagens bem "aéreas".
Esse disco aí, de nome comprido, The Earths Is Not A Cold Dead Place (deve se lembrar, que dessa mesma terra, vem o ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead), é o terceiro disco do conjunto, e foi lançado em 2003. Tem muita gente que diz que é o melhor disco deles, mas quando eu fico meio na dúvida, quando escuto o último disco deles, do ano passado.
Como característica principal, a banda fica só no instrumental, e nos instrumentos clássicos de uma banda de rock (guitarra-baixo-bateria) e nadinha de voz e fazem como se todas as músicas, fossem uma só, tá ligado? Parece até disco conceitual, mas eles dizem que não. Quem se importa? Trabalhando fortemente nos crescendo's, começa ritmo lentinho, e vai aumentando gradativamente, até chegar no ápice, com bastante feeling e sons insurdecedores.
É uma ótima pedida pra aqueles que ainda não tão preparados para curtir o Godspeed!, pois acham que demora muito. The Earth Is... tem quase 50 min de duração, em só 5 músiquinhas, que tiram a respiração do ouvinte, nas lindas melodias, melancolia e texturas involventes, que acabam sempre em um climax estarrecedor. E quando chega no final do disco, termina assim como começou, sonolento e vagaroso, um show.
Download aqui, caiam de cabeça, jovens.

Cult Of Luna - Eternal Kingdom


Ao escutar Eternal Kingdom, chega-se à conclusão de que Cult of Luna é uma banda única. Você mesmo pode perceber isso, basta apreciar o self-titled ou o Somewhere Along The Highway, caso ainda não conheça algum.
São as bases carregadas de sujeira, as melodias frias e inimagináveis, o vocal gutural, rouco e sujo; sem esquecer dos demais instrumentos. Lendo assim, dá para ver que essa fórmula já é usada por muitas bandas, mas o COL consegue fazer de um jeito diferente. Não precisa conhecer muito, basta escutar para notar que eles possuem uma maneira única de compor e arranjar as músicas. E para que palavras, letras... Tentativas?
Nesse álbum tudo vai mais além ainda. Linhagem lírica muito conceitual, produção deixando tudo muito encorpado (e leve nas partes melódicas, é claro), efeitos inesperados... Longas viagens proporcionadas pela beleza das guitarras e a frieza atmosférica do teclado. A agonia do vocal? Podera. "Ghost Trail" já começará liberando morfina pelo seu reprodutor de som. Feito isso, você relaxará na estranha junção do efeito do teclado tocando quase o mesmo que a guitarra. Como pode isso entrar tão profundamente em sua mente?! - Questione-se. Mas não se surpreenda com a acelerada brusca no final, com a caoticagem do feedback da guitarra se chocando com a progressão da velocidade da bateria. E se antes disso o mini-solo não lhe deixar emocionado, é bom parar para refletir sobre o que há dentro da sua cabeça (sentimentos ou pura massa). E apenas para acrescentar: Essa é apenas a terceira música num total de dez.
Tentar ir mais adiante para quê? Não é preguiça, não é má vontade; somente a certeza de que ainda não há método melhor para compreender música a não ser escutando.
É grátis, é livre. Ninguém é obrigado a ler. Você lê porque quer, baixa se querer. Não perde nada com isso. Só tende a ganhar! Por que não? Download.

segunda-feira, junho 16, 2008

Orgy - Punk Statik Paranoia


Orgy é uma banda cujos membros já eram experientes na época da formação, em 1997. Quase todos vieram da cena glam, porém o vocalista Jay Gordon e o guitarrista Amir Derakh já eram produtores há certo tempo. Jay produziu, entre outros álbuns, o debut do Coal Chamber (banda que não me agrada, honestamente). O nome do conjunto não faz menção ao ato sexual feito em grupos, mas sim ao que seria a fusão da diversidade de todos os membros para compor. Segundo eles próprios, o estilo dessa fusão é chamado de "death pop", porém, marketing à parte, o que ouvimos nesse último álbum até o momento - e até nos outros - é um rock moderno (moderno não significa "modinha") com pitadas de som industrial, alternativo e até pop.
Punk Statik Paranoia é o terceiro álbum da banda, lançado em 2004. Logo na primeira música já fica entendido a moral do "death pop", pois "Beautiful Disgrace" é uma ótima mistura de som alternativo com pop. Esse pop, felizmente, não é apelativo. É um tipo de som que agradaria às grandes massas, mas sem soar manjado ou forçado. Os vocais suaves de Jay fazem um ótimo refrão, enquanto na base há alguns gritos e uns efeitos industriais. Essa fórmula faz o CD inteiro, portanto se você gostar de um som tende a gostar do álbum inteiro.
Mais resumidamente falando, são músicas simples, porém legais, sem mostrar genialismo, mas também sem cair na mesmice e na apelação da maioria das bandas que existem no mundo.
Atualmente, a banda está parada, mas considerada ativa. Isso se deve ao fato de quase todos os membros (com exceção do baterista Bobby Hewit) estarem envolvidos com outras bandas ou projetos.
Um ano após Punk Statik Paranoia, foi lançado um DVD com todos os clipes da carreira, vídeos ao-vivo, cenas de backstage, remixes e muito mais. Esse DVD foi produzido pelo baterista Bobby e ainda conta com a aparição de outros artistas/bandas como os moleques do Sugar Ray. Tudo recomendado, pois os caras sabem o que fazem. Download.

sexta-feira, junho 13, 2008

Sotajumala - Death Metal Finland


Eis aqui uma banda da Finlândia, a qual tem em seu cast nada mais nada menos que bandas como Rotten Sound e Rattus, apesar de ter também muitas bandas de metal melódico que despertam enorme aversão. Mas como no caso do Sotajumala o negócio é death metal, pontos positivos para o país. E com um álbum chamado Death Metal Finland, o que podemos esperar?
Cansados, talvez, de verem o nome do próprio país sendo sujado por "ser mais um que exporta bandas de metal melódico", lançaram essa porrada impiedosa, técnica e criativa, para todo mundo ver que a butalidade não é mínima por lá.
Sotajumala significa "deus da guerra", e esse "Finlândia death metal" com o notório tanque de guerra nos dá a prévia do massacre iniciado por "Meidan Maa". E grudada nela, mais potente ainda, vem "Elaman Vihollinen" - essa é um dos maiores petardos de death metal que escutei nos últimos tempos. Bateria impiedosa, socando blast-beat sem parar, guitarras gritando com as alavancas, vocais sem pausa... Porra! Essa aí merece os elogios, de verdade, pois é a melhor do álbum. Destacam-se ainda "Rakkaudesta Sotaan" (algumas passagens são puro grindcore), "Kuolleet" (apesar de não ser muito veloz, tem um solo de guitarra exorbitante) e Vanki (por partes: versos empolgantes, solos em dupla, partezinha lenta de assustar). A produção poderia ter sido um pouco melhor, já que as guitarras acabam por soar meio abafadas. Mas, no geral, é bom. Pelo altíssimo nível das composições, a produção fica como mero detalhe.
Ano passado, lançaram um álbum chamado Teloitus. Tenha certeza de que ele será postado. Por enquanto, aprecie essa máquina que é o Sotajumala clicando aqui.

quinta-feira, junho 12, 2008

Hound Dog Taylor & The HouseRockers - Hound Dog Taylor & The HouseRockers


Quando eu morrer, eles falarão: "ele não tocava merda alguma, mas certamente fez algo legalzinho" - Hound Dog Taylor escreveu isso pouco antes de morrer. Nunca saberemos 100% o significado e a tradução dessa frase, já que americanos têm suas próprias gírias, assim como temos as nossas. Os motivos, então?! Hound Dog Taylor foi descoberto quando já era velho, mas obteve parte de seu merecido sucesso. Além disso, um dos maiores selos de blues no mundo inteiro (Alligator) surgiu por causa desse bluesman.
Esse self-titled foi o primeiro de poucos álbuns da carreira. Escutá-lo me faz pensar: Há uma grande diferença entre aprender a tocar um instrumento (como esses Dream Theater's da vida) e nascer com o dom de saber tocar um instrumento (que é o caso do Hound Dog Taylor).
Simplesmente um blues de bases simples e cativantes, mas com o vozeirão único de Theodore (nome verdadeiro dele) e suas longas viagens de slide guitar, provavelmente proporcionados pelos seus 6 dedos em cada mão. É, o cara nasceu assim, com polidatilia. Curioso e instigante, não? Som de malandro, som de bar cheio de mesas de sinuca, som de lugar com fumaça, som para curtir e conversar sobre as coisas boas da vida... Enfim, um som conveniente para bons momentos, e mais: Som marcante. Basta escutar uma vez a intro de "Held My Baby Last Night" para nunca mais esquecer, além de se obrigar a escutar a música pelo menos umas três vezes. E mais um detalhe interessante: Não há baixista na gravação. Por mais que pareça um baixo afinado em um tom alto, trata-se de uma guitarra em tom baixo, e tocando apenas uma corda.
Hound Dog Taylor e sua banda deixaram um bom legado no blues, influenciando muita gente que acabou por ficar mais conhecida que eles próprios. Uma pena mesmo que a banda permaneça num underground total. Só para não deixar de citar alguns influenciados: Steve Ray Vaughan, Eric Clapton e George Thorogood.
Faça o download agora e busque algumas cervejas.

quarta-feira, junho 11, 2008

Modern Life Is War - Midnight In America


O termo hardcore moderno geralmente está associado a bandas que usam e abusam de breakdowns, abandonam muita coisa da velha escola, flertam de certa forma com o metal, entre outros adjetivos. Porém não pense que o hardcore moderno se restrinja a isso, pois Modern Life Is War é um exemplo de banda moderna que pratica o hardcore com vários elementos antigos e contemporâneos.
Iniciaram a carreira em 2001 e vieram a lançar o primeiro álbum completo em 2003, após um EP auto-intitulado em 2002. Honestamente, meu primeiro e único contato com o grupo ocorreu há meses atrás, quando escutei esse Midnight In America, lançado em 2007, CD que foi certamente feito com muita dedicação, paixão e convicção.
Os rapazes conseguiram fazer um álbum como há muito tempo eu não ouvia dentro do estilo. Resgataram o clima das antigas, mas fizeram uma produção moderna, tendo, inclusive, adicionando muito sentimento nas interpretações, tanto vocais como instrumentais, o que é, convenhamos, algo difícil de se ver por aí. E não se preocupe, pois você não leu errado. Sim, eu disse "sentimentos no instrumental". A banda é considerada por muitos como hardcore melódico, e, de certa forma é bem isso mesmo, mas não estamos falando de melodias choradas e manjadas de quinta categoria. Apreciamos aqui lindas melodias capazes de tocar o ouvinte, que casam perfeitamente com a interpretação agressiva e desesperada do vocal. Músicas como "Big City Cream" e a faixa título são recheadas de feeling, já "Fuck The Sex Pistols" e "Night Shift At The Potato Factory" elevam a empolgação a altos níveis! Isso é só um pouco do álbum, que me agradou do começo ao fim.
Infelizmente, há alguns meses atrás, a banda declarou que "está dando um tempo". Talvez isso seja apenas uma maneira mais delicada de dizer "é o fim". Uma pena, realmente...
Download.

terça-feira, junho 10, 2008

Putrid Pile - Collection Of Butchery


Putrid Pile foi formado em 1995, mas esse primeiro CD só veio a sair em 2003 (houve uma demo em 2000). Shaun LaCanne - o cara que fez toda a bagaça aqui - merece os parabéns. Sozinho ele fez tudo! Hoje em dia trabalha com outros membros, mas começou sozinho.
Na primeira vez que escutei, pensei: Mais uma tentativa de soar igual ao Gallery of Suicide, do Cannibal. Contudo, algumas audições depois, fui mudando levemente o meu conceito.
Ao me informar mais sobre a banda, descobri que esse CD foi todo feito por apenas um homem, aí tirei o chapéu. Se fosse uma banda tocando, seria um CD legal, não diferente de tudo que já fizeram, ou seja, apreciável para quem curte death metal brutal. Mas é de surpreender o fato da bateria ser programada, pois soa muito real. E olha que engana quem não sabe disso. A gravação de tudo está ótima. Realmente ele é um ótimo multi-instrumentista.
Collection Of Butchery mescla os guturais mais profundos com os rasgados mais feios, a guitarra suja com o baixo muito pesado, a bateria detonando muitos blast-beats e não perdoando nos bumbos, com letras doentes e tudo mais que é típico do estilo. Às vezes parece até uma mistura de goregrind com death, mas pende mais para o death. O que importa, na real, é que é um prato cheio para quem curte uma brutalidade. Até meio tosca, me arrisco a dizer, pois a produção não é uma modernidade nem muitos menos uma velharia.
Impiedoso do começo ao fim e até engraçado com alguns samples utilizados de intro. Quem escutar "Gallery of Horrors" perceberá uma confissão triste de alguém que diz ter "matado todo mundo. Cada pessoa que estava no local. Não apenas os homens, mas as mulheres e crianças também". Triste, né? Que nada! Monólogo retirado de Star Wars II: Ataque dos Clones.
Fique à vontade para baixar e conferir o grande trabalho que o cara fez - repito - sozinho.

segunda-feira, junho 09, 2008

Monolake - Cinemascope


Monolake era inicialmente uma dupla alemã, sendo pouco depois apenas um produtor e nos dias de hoje voltou a ser uma dupla. A sonoridade é considerada como minimal, IDM (Intelligent Dance Music) ou ambient. Esses rótulos podem gerar enorme confusão, porque, apesar de ser "mínimo", o som não se restringe a ser algo muito repetitivo e pouco criativo. Apesar de ser considerado idm, não pense que seja algo dançante. A origem do nome se deve ao fato de ser algo "difícil de dançar". Viu como os nomes enganam, às vezes? Para ser direto, o que predomina mesmo é a música eletrônica com toques de ambient, bem leve e relaxante, e com uma programação absolutamente boa. O nome foi inspirado no Mono Lake, um lago localizado na Califórnia. É um local muito apreciado por ser exótico, já que em sua formação encontram-se complementos alcalinos e hiper-salinos, que formataram várias rochas. Clique no nome para mais info (em inglês).
Cinemascope, lançado em 2001, é o álbum mais apreciado da dupla numa visão geral. Os dados nos mostram isso, já que as faixas mais escutadas estão aqui. Não à toa, pois a experiência de escutar esse CD é ótima. Sugiro que não escutem a segunda faixa, "Bicom", pois achei chata e parecida com muita coisa que já fizeram. Comece o álbum a partir de "Cubicle", que lhe garanto que você ficará preso até o final. Talvez a explicação disso tudo esteja no nome do álbum: Cinemascope é para ser um complexo processo digital de informações viajando por canais. Quando se descobre que Henke (um dos membros) é engenheiro de softwares, e também que
criou o "Monodeck", um aparelho inovador que permitiu criar e aplicar efeitos nas músicas em apresentações ao-vivo, só que sem a necessidade de olhar para a tela do computador. A produção do som, de fato, dá um enorme charme. Tudo é muito suave, até os kicks, que são pesados e suaves. Parece impossível, confesso que se eu lesse não levaria fé, mas escutando dá para entender.
Simplesmente uma bela trip pelo ramo da música eletrônica, mixando bem o techno, ambient e até alguns leves toques de dub. Como eu disse antes, apenas uma música não é aproveitável e o restante do álbum é bem agradável. Aliás, hoje chove e esse CD parece uma trilha sonora bem adequada! Download.

sexta-feira, junho 06, 2008

Aborted - Strychnine.213


Não esperava o fato de o Aborted lançar um álbum tão fraco que fico até com pena de escrever essa resenha. Todavia o trabalho sujo está aí para ser feito e alguém deve sujar as mãos. Nesse caso eu, que mesmo sendo um grande fã da banda não posso deixar de dizer que o álbum é realmente fraco.
Mas por quê? Porque não tem nada muito atraente, só há uma música que marca ("Enterrement Of An Idol"), nenhuma com a técnica extrema que podemos ouvir em outros álbuns, dentre outros motivos. Reina uma falta de criatividade apavorante e apenas as últimas faixas são recomendadas. Porque eles decidiram deixar as pauladas para o fim é um mistério, mas é certo que muitos não se darão o trabalho de escutar o CD inteiro após uma metade sem graça.
Logo após lançarem o Slaughter..., no ano passado, os caras já anunciaram um novo álbum para 2008, com pouco menos de um ano para compor, gravar e tudo mais. Pois é, como muitos dizem: "A pressa é a inimiga da perfeição". Já escutei o álbum várias vezes, e cada vez eu fico mais decepcionado. Cadê aquela pegada brutal, técnica e atraente do Archaic Abattoir? A produção também ficou normal demais, e isso não é bom. Uma ou outra passagem mais experimental (como em "The Chyme Congeries", que tem uma parte eletrônica) que não deixa o ouvinte pegar no sono. Que nostalgia dos tempos de um Goremageddon...
Uma pena, mas lá vai: Mais um álbum entre tantos outros, aliás, é a primeira decepção de 2008. Será que injetaram estricnina no cérebro deles? R.I.P. Aborted.
Download.

quinta-feira, junho 05, 2008

Torche - In Return


Hoje se alguém me perguntasse por onde começar pra curtir Doom/Sludge/Stoner Metal minha resposta não poderia ser outra além de: Torche. Não, eles não são a banda criadora do estilo ou a mais importante, mas sim, a mais acessível a ouvidos não acostumados com muita distorção, peso e andamentos relativamente lentos.
O Torche surgiu das cinzas da banda Floor, que tocava a mesma mistura, e é bem respeitada até, dentro do cenário. Vieram Steve Brooks (guitarra e vocal) e Juan Montoya (guitarra) do Floor e Jonathan Nuñez (baixo) e Rick Smith (bateria) vieram de uma banda grind chamada Shitstorm (nome bem sugestivo... para quem gosta de scat). A banda é americana, e pelo sobrenome de alguns, podemos deduzir que são da Flórida.
A diferença do Torche para o resto das outras bandas do estilo, é o seu poder de peso e distorção, com uma vocação pop. É, isso mesmo, pop. Discípulos dos Melvins, usam todo o aprendizado com canções que não ousam muito a experimentação, ao contrário dos mestres, e na maioria, tem pouca duração. Rolam alguns rótulos pra banda como "Stoner Pop" ou "Doom Pop", vê se pode? A última coisa que eu imaginaria ver, era o termo "Doom" ao lado de "Pop", mas sabe, de algum modo, eles tem um pouco de razão.
In Return é o segundo trabalho da banda, e o primeiro EP, que foi lançado ano passado (falando nisso, a banda é bem novinha, foi fundada em 2005). Esse disquinho talvez seja o mais barulhento da curta discografia (1 EP e 2 álbuns), como por exemplo, a faixa de abertura; "Warship", pesadíssima, suja e atormentante. Já a segunda faixa, que leva o nome do disco, já tem um ritmo mais rápidão, e passagens melódicas, bem afudê. Até daria espaço pra comentar faixa por faixa, por serem apenas 7 musiquinhas xuxu beleza, mas na verdade não tô com saco pra fazer isso, e também acho meio babaca. Resumindo, seria um apanhado entre o Sludge, Stoner e Doom com passagens melódicas, e pouca experimentação, Stoner acessível e não tão vendido quanto um Queens of minha pica roliça.
Além do ótimo trabalho musical, a versão em LP é quase que uma obra de arte. Desenhado por John Baizley, vocalista do Baroness, a versão extendida da capa é referência para arte "stoner", e o produto final nos LP's é algo para deixar nego babando: Saca só aqui, uma bolacha pra cada música, sendo cada uma de cor e arte diferente, sem contar a capa e contra capa, "um lúúxo, biba".
Provavelmente tu nunca deve ter ouvido falar dessa banda, justamente por isso que tu só encontra isso nos EUA (via Robotic Empire) ou no Reino Unido (via Rock Action - selo do Mogwai), mas tem grandes chances de ouvir mais para frente, pois os cara andaram fazendo turnê com gente grande, como o próprio Mogwai, Isis e Jesu. Acho que o único erro foi ter lançado como EP, e não como um disco, pois 20:00 é muito pouco.
Se tu ficou afim, faz o download, e se prepara para mais material, pois só esse é muito pouco. Ainda em tempo, quando for escutar, taca o volume lá em cima.

Soilent Green - Sewn Mouth Secrets


Vejamos... Curte grindcore, Black Sabbath, Pantera e gêneros sujos e pesados? Caso sim, sorria! Não apenas isso; comemore o fato de o Soilent Green existir, pois eles fazem a mistura perfeita de todos esses gêneros e bandas nessa pérola chamada Sewn Mouth Secrets. E, de fato, isso é um belo exemplo de originalidade, pois essa enorme fusão resultou em algo único.
É uma enorme lástima que eu acabei por conhecer esse CD após quase 10 anos de seu lançamento. Ele foi lançado em 1998, e olha que, mesmo assim, pouca gente conhece. As músicas são demais! Empolgantes, com progressões inteligentes, quebradas não bruscas e, é claro, traços que remetem ao que aquelas bandas citadas lá em cima fizeram em seus possíveis melhores momentos. Por conseqüência, algumas músicas soam bem parecidas (em termos de andamento), mas isso está longe de ser um problema. E como posso lhes descrever essas jóias? É um tanto quanto difícil, porque só escutando o CD você sairá chutando tudo pelo casa. Mas, tudo bem, não custa tentar: "It Was Just An Accident", a primeira do disco, começa com uma guitarra veloz e com a tonalidade similar a de uma moto-serra prester a causar o terror. Feito isso, lá vem a pedrada do instrumental e do vocal totalmente grindcore! No decorrer, cadências aparecem, bem como bases carregadas e pesadas, porém não arrastadas, mas é no fim que o mais surpreendente aparece: Master of Reality. A guitarra é igual a tudo aquilo que o velho tio Iommi fez nessa época. Sou grande fã de Sabbath, mas confesso que nos dias de hoje já nã soa tão pesado e não me prende muito. Bom, o Soilent Green mata em cheio a minha vontade de curtir Sabbath. "Build Fear" tem uma intro na mesma linha de "Hand of Doom" (clássica do Paranoid) e vocais idênticos aos falados de Phil Anselmo.
Fico de cara com a qualidade desse CD! Todas as músicas muito boas, todas deixando a adrenalina e a vontade de escutar nas alturas. Também por relembrar velhos clássicos e ainda incorporar a fúria e a velocidade do grindcore contemporâneo. Depois de tudo isso, é inútil citar mais músicas. Baixe e comprove!
Esse ano, a banda lançou CD novo e vocês podem ter certeza de que ele passará por aqui.

quarta-feira, junho 04, 2008

Botch - An Anthology Of Dead Ends


Botch não é uma daquelas bandas que se ouve falar todo dia, mas quem conhece a fundo a história da banda sabe que eles foram muito importantes. Além de ter sido uma das primeiras bandas de mathcore, foram fundamentais à criação e desenvolvimento do dito "hardcore moderno" - mais pesado e lento que o antigo. Com uma carreira de poucos CD's (apenas dois, apesar de We Are The Romans ser uma jóia rara), mas muitos EP's, splits, compilações e derivados, o Botch deixou um belo tesouro aos apreciadores de um som diferente.
An Anthology Of Dead Ends, de 2002, foi o último material da banda, que acabou no mesmo ano. O EP só foi lançado após o fim, talvez propositalmente. É preciso muita atenção à proposta da banda para compreender a sonoridade. Primeiramente, observe os títulos: Todos são nomes de países, mas as letras "n" foram trocadas por "m" ("Japam", "Framce", "Spaim"). Essa troca de letras, que de fato é uma oposição ao formalismo, encontra-se presente também na estrutura do EP, que possui porradas violentas e até algo mais leve, à base de pianinho. Quando eu estava a escutar "Afghamistam" (a mais leve, essa do piano), meu pai chegou e disse: "Como você pode escutar isso?! Isso é música de sanatório!". Para mim, era um piano relaxante. E fechando com "Micaragua", dá para escutar uns efeitos muito experimentais na guitarra, algo que converte a microfonia em um foguete rumo ao espaço. Para "piorar", entra o vocal sujo e pesado (que influenciou claramente o Monogono) que se funde aos barulhos, mais a bateria socando o china sem dó... Ah, que beleza! Mas, honestamente, a melhor faixa é "Japam", a segunda, porque segue aquela linha típica do mathcore com umas quebradas de jazz e uma guitarra limpa e distoricda ao mesmo tempo.
Como eu ia frizando, esse é um belo disco para conhecer o trabalho do Botch, que certamente lhe deixará com vontade de escutar mais. Depois disso, você estará habilitado a encarar We Are The Romans e satisfazer sua mente. Porém, se você é como o meu pai, que não suporta e tem dores de cabeça com essas músicas, sinto muito... Mais sorte na próxima...
Download.

terça-feira, junho 03, 2008

8 Bit Weapon - Confidential 1.0


Certamente um dos trios mais legais existente no ramo da música eletrônica. 8 Bit Weapon já foi, inclusive, uma dupla e até uma one man band, originalmente criada pelo americano Seth Sternberger. Nesse álbum aqui em questão, o primeiro e que foi lançado em 2003, tudo era feito por Seth. O som é "8-bits". Lembra do Nintendinho? Aliás, lembra de todos os video-games que tinham sons em comum, animadinhos e computadorizados? Pois bem, o som da banda é assim, caracterizado por soar igual aos games de 8-bits, e também por fazer referências a diversos clássicos dessa época, não se limitando somente a ela, pois há também vários sons semelhantes aos do Nintendo 64.
Confesso que de início Confidential 1.0 me pareceu infantil demais, apesar de ser bom. Dei aquela leve escutada por cima para ver se percebia alguma música ou passagem extremamente memorável, e felizmente encontrei. "M.U.L.E." é animada, empolgante, alto astral e tudo mais de positivo. Muito nostálgica também! Nunca joguei "M.U.L.E", mas isso me lembrou muito (mesmo) os games do Mario. "Acidgroove" também é notória por ter uma linha no estilo acid trance - aquele bem do início - com os sons de 8-bits. Mas voltando, naquela leve escutada acabei por gostar de todos os sons, apesar de não ter escutado todos eles do início ao fim, e então decidi escutar o álbum completo do início ao fim sem pular. Que surpresa agradável! "Times Of Lore Title (Epic Hendrix Mix)" é uma viagem computadorizada, e o que mais chama atenção é a ótima recriação de "Shine On You Crazy Diamond pts. 1-5", do Pink Floyd, no final da música. Simplesmente o teclado fúnebre de Wright acompanhado dos lindos solos de David Gilmour. Tente imaginar isso dentro de um video-game antigo! Que coisa fantástica! Não soa igual em tudo, mas convenhamos, se você conhece essa música, notará facilmente a mais que grande semelhança. "Commodore C 64" tem um bumbo que beira o techno hardcore, sons muito doidos de Nintendo 64 e... Quer saber? Baixa ae e volta a ser criança. Mais da banda em breve.

segunda-feira, junho 02, 2008

Rosetta - Wake/Lift


Beleza, caoticagem, medo, desconhecido... Rosetta é uma banda que passa essas sensações. E a idéia dos homens vai além da música.
Primeiro porque eles se dizem uma banda com "conceitos". Apóiam bandas de grindcore (eram uma, por sinal), Paul Stanley (?!?!?), bandas independentes, entre outros. E desaprovam bandas que criam capas com árvores mortas (ironicamente um dos membros usa um casaco do Sunn O))) ), mulheres nuas e mutiladas, rótulos iniciados com "post", entre muitos outros.
O som é na mesma linha de bandas como Isis e Cult of Luna, algumas vezes até melhor. Os próprios rapazes admitiram que possuem enorme influência do Isis. Para mim, Wake/Lift é o equilíbrio perfeito entre Oceanic e In The Absence Of Truth, pois mescla mais que muito bem o peso bruto com as melodias atmosféricas. E não pense que se limita a isso, pois conferimos até uns samples ou passagens mais lentas (lentas mesmo) que soam como música ambient. A fonte de tudo está na origem do nome: Rosetta foi escolhido por ser um nome que tenha a ver com beleza e feminilidade, também tem a ver com o espaço (os membros são grandes fãs de astronomia) e muitas outras conexões.
Álbum ótimo, de músicas longas e lentamente progressivas, de melodias atraentes e relaxantes, e com um peso descomunal e sujão para não deixar tudo na mesmice. Não é muito original, mas não possui nenhum plágio. Os caras estão no caminho, tenha certeza. Precisa dizer mais? Obviamente não! Baixe e relaxe.

domingo, junho 01, 2008

Mogwai - Come On Die Young


Post-Rock não é um gênero que tem muito espaço por essas bandas, o que não quer dizer que é ruim. O termo "post-rock", acho meio besta, mas é indiscutivelmente, uma das melhores músicas destes últimos tempo, dentro de toda sua totalidade, e o Mogwai, como uma das bandas mais experientes no troço, é uma das mais legais.
Come On Die Young é o segundo disco dos escoceses, lançado em 99, por um selo indie chamado Chemikal Underground, e recebendo prenssagens do selo, também independente, Matador. Hoje já não há mais o mesmo hype que existia há alguns anos atrás em torno da banda, mais especificamente, após o lançamento de Young Team, o primeiro disquinho deles. Com apenas um disco de estúdio, e outra coletânea de gravações iniciais, o Ten Rapid, a banda tava na boca do povo "antenado" e as expectativas para um disco novo eram absurdas.
Mais absurdas foram as reações da mídia quando pegaram Come On Die Young nas mãos e apertaram o play. Sempre rola essa comparação com trabalhos anteriores e tal, e alguns até dizem algumas coisas, que eu considero "verdadeiro", mas descer o cacete não tá muito certo. É verdade que o disco peca um pouco no quesito inovação, algumas vezes, parece que é sempre o mesmo riff que eles tão tocando, mas isso que dá esse clima tão "sombrio" ao disco. Se tu acha que Seventeen Seconds é o disco mais triste do mundo, tu tem que dar uma zoreiada nesse trabalinho aqui.
Não sei se é por a banda gostar (?) de Punk-Rock ou por ela ser conhecida pela ética punk e declarações e ações polêmicas, que a intro leva o nome de "Punk Rock:", canção que não tem nada ha ver com o nome, a não ser a fala de Iggy Pop sobre o assunto, extremamente interessante. Logo que a número dois começa a tocar, vem uma grande surpresa: uma música pop! É, se dá pra chamar isso de pop. A mesma melancolia de um filme preto e branco, com um vocal nada empolgado com a idéia de cantar, faz de "Cody" uma ótima experiência.
Durante as 12 faixas de longa duração e de pouco "convecionalismo", a penúltima chama a atenção de novo. Lá pela metade dos 10 minutos de "Christmas Steps" a melancolia é trocada pela raiva, o peso, o barulho destruidor e a euforia, que pouco a pouco vai se apagando e se misturando nas texturas de distorções.
Algumas informações interessantes que a Wikipedia me deu, foi sobre a capa. Trata-se de uma "homenagem" ao personagem Captain Howdy, do filme Exorcista, de 73, na capa, interpretado pelo baixista da banda, Dominic Aitchison. Falem o que quizer, eu ainda tenho um sentimento especial por esse disquinho, que eu recomendo sempre dar uma ouvida. Talvez o disco mais triste que eu já ouvi, e também, um dos bonitos. Duvida? Download.