quarta-feira, março 25, 2009

Russian Circles - Russian Circles


Sempre tive curiosidade quando lia o nome "Russian Circles". Escutava algumas bandas instrumentais, suaves e, por conseqüência (novas regras ortográficas são para ignorantes e editoras interessadas em encher o bolso! Aqui ainda se usa trema!!!) agradáveis, na linha Red Sparowes, e sempre via "Russian Circles" como um nome relatado. Decidi conferir, pois imaginei que fosse algo frio como o inverno russo ou com características do mesmo país... Algo de se escutar sozinho, por aí.
A princípio, conheci esse EP homônimo com o nome de December. Não sei exatamente o porquê, mas circulam versões com esse nome adentro da internet - o que é um erro. Logo na primeira audição são perceptíveis vários elementos interresantes! As músicas são somente instrumentais, geralmente de longa duração, nas quais o trabalho do trio é bem progressivo - e o melhor: de uma maneira atraente! Há beleza, há o obscuro, há a lentidão, há a velocidade... Existem melodias suaves e a flutuarem sozinhas, porém também há as escalas, arranjos e demais passagens técnicas, matemáticas (o que leva muitos a classificar o som como "math rock") ou de qualquer outro termo que designe um certo nível de complexidade. A isso, conseguem mixar um bom feeling, vide "Death Rides A Horse", com um solo emocionante! Apesar de ser constituído somente por quatro faixas, beira os trinta minutos de duração; de fato, um tempo "certo". Com isso, dá para tirar boas bases e impressões da estréia do grupo.
Atualmente, já lançaram dois CD's, um single e um split.
Eles têm se destacado também pelos shows. Além de abrirem para nomes como Minus The Bear e Pelican, há quem diga que os rapazes entram numa "psicodelia", de tanto usar pedais, samples e variados efeitos que só acrescentam algo a mais do que já podemos conferir aqui nos registros de estúdio.
Uma curiosidade: No último disco, Station, de 2007, o contra-baixo foi gravado por Brian Cook, ex-baixista do Botch (embrião do mathcore, banda de crucial importância, apesar de permanecer no "anonimato"), já que o baixista original deixou o conjunto.
Audição recomendadíssima! Principalmente em dias frios ou à noite. Escute e entenda. Em breve tem mais! Download.

sábado, março 14, 2009

The Replacements - Tim


Tu pode até não conhecer o Replacements, mas eu posso te garantir que eles foram uma das bandas mais importantes do cenário americano nos anos 80. Vindo de Minneapolis, o seleiro de outras boas bandas, em 1984 eles lançaram um dos grandes clássicos do rock alternativo pelo selo TwinTone, chamado de Let It Be, e melhor que fazer um clássico é fazer dois clássicos!
Let It Be chamou a atenção de quem estava ligado no assunto e viu aquela manda punk e mal acabada se aventurando em outros mares, misturando country, melodias e baladinhas, tudo com aquela estética DIY para não perder a pose.
Mas de que adianta lançar um baita discão se tu não tem nem dinheiro pra se.. alimentar? Não que eles estivesse passando fome, mas toda a grana de turnê, era usada para mais turnê, custo de gravações e conserto de instrumentos. A decisão foi conjunta banda/gravadora: é hora de passar pra uma major. Proposta já existiam, pelo interesse que surgiu no lançamento desse disco que já citei duas vezes o nome e o escolhido foi a Sire, subsidiária da Warner.
Nada mal, quem mandava na Sire era o sir Seymour Stein, que era manager dos Ramones e influente na nata musical nova iorquina, ele escalou nada mais, nada menos que Tommy Ramone para ser produtor do novo disco do Replacements, e aí nascia o segundo clássico do grupo, chamado simplesmente de Tim.
O resultado foi uma batalha de egos entre o líder Paul Westerberg, que acabou descobrindo em si mesmo um compositor facinante, e o guitarrista Bob Stinson, cada vez mais bêbado e drogado, só queria saber de tocar música alta e barulhenta. No fim, conseguiram dosar ambos lados no disco, com uma produção superior a todos os trabalhos anteriores, num disco rebelde e instrospectivo e um tanto quanto sincero.
Aquela banda juvenil agora tinha amadurecido, mostrando boa parte de uma influência que não era comum ver em jovens punks, de rock clássico, um pouco de Big Star, um pouco de Chuck Berry, um pouco de Bruce Springsteen e um pouco de Rolling Stones, além de Clash e Pistol, totalmente evidentes. Baladinhas para alguns momentos solitários em "Swingin' Party" e "Here Comes A Regular", que seria uma grande surpresa, caso não existisse Let It Be. "Hold My Life" abre o disco de maneira urgente ao estilo da banda, "Kiss Me On The Bus" é música adolescente apaixonado e a suja e apavorante "Dose Of Thunder", que foi a única música composta por todos.
Logo após o lançamento de Tim, Stinson (Bob) foi chutado do grupo, pois achavam que já não conseguia tocar ao vivo as músicas "menos rock" e estava muito bêbado para tentar. Esse foi o grande auge e a banda mais completa musicalmente, apesar de surgirem as comuns acusações de "se vendeu se vendeu mimimi" de alguns fãs. Download.

quarta-feira, março 11, 2009

Tardy Brothers - Bloodline


"Porra! Obituary total esse som, principalmente o vocal". Cinco minutos mais tarde veio a lembrança do sobrenome, bem como a associação com o presente momento: "Mas claro! Quem mais além de John Tardy tem esse vocal?".
A quem não sabe, os irmãos Tardy (John, vocais; Donald, bateria) fundaram uma banda em 1984, batizada de Xecutioner, que mais tarde viria a mudar seu nome para Obituary e ajudar a moldar o que seria o death metal, no fim dos anos 80/início dos 90, juntamente com os conterrâneos Morbid Angel e Deicide.
Bloodline é o primeiro trabalho sob esse nome. Segundo os próprios, esse nada mais é que o primeiro de muitos! Todavia, por fatos que estão para acontecer, dá para sacar a jogada por trás desse "projeto": Dar uma prévia do que pode ser o novo álbum do Obituary!
Apesar de terem lançado um álbum há pouco tempo atrás, já anunciaram um novo para meados de junho desse ano. E alguém arrisca chutar quem vai lançar o dito cujo? O mesmo selo que está a lançar os Tardy Brothers. As músicas são relativamente legais e um tanto quanto diferenciadas do Obituary, se bem que o vocal de John é único. Apresentam-nos andamentos geralmente mornos, nem lentos nem velozes; guitarras grooveadas (mas sem as palhetadas secas dos grooves modernos), estruturas repetitivas e faixas longas. Com exceção de "Deep Down", a qual é dotada de uma pegada thrash, com direito a bateria socada vorazmente e solos apocalípticos, bem como de "Wired", onde tudo é à base de guitarras sem distorção (belíssimas e agradáveis) e uns solos na manha (bem inesperado, mas acaba por ser uma surpresa boa), as demais faixas soam muito similares às demais, tornando a audição do álbum - como um todo - levemente cansativa e desnecessária. Não chega a despertar aversão, mas também não há picos de boas emoções (fora as duas exceções citadas anteriormentes). Em suma, "medíocre" é a palavra que melhor descreve o álbum (lembre-se: Isso não equivale a ruim, mas, sim, a mediano).
Como já foi dito e deve ser frizado novamente, esse álbum não é nada mais que um "aperitivo" para o que está a vir do Obituary! Segundo o próprio John, ele está empolgado como há tempos não estava! E adivinhem, para completar a lógica, quem gravou as guitarras? Ralph Santolla (atual Obituary; ex-Deicide, Death e Iced Earth) e Jerry Tidwell (tocou com eles na época do Xecutioner).
A quem é maníaco por Obituary e pelo death metal em geral dos anos 90, resta aguardar, é claro, escutando os Tardy Brothers. Download.