sábado, março 14, 2009

The Replacements - Tim


Tu pode até não conhecer o Replacements, mas eu posso te garantir que eles foram uma das bandas mais importantes do cenário americano nos anos 80. Vindo de Minneapolis, o seleiro de outras boas bandas, em 1984 eles lançaram um dos grandes clássicos do rock alternativo pelo selo TwinTone, chamado de Let It Be, e melhor que fazer um clássico é fazer dois clássicos!
Let It Be chamou a atenção de quem estava ligado no assunto e viu aquela manda punk e mal acabada se aventurando em outros mares, misturando country, melodias e baladinhas, tudo com aquela estética DIY para não perder a pose.
Mas de que adianta lançar um baita discão se tu não tem nem dinheiro pra se.. alimentar? Não que eles estivesse passando fome, mas toda a grana de turnê, era usada para mais turnê, custo de gravações e conserto de instrumentos. A decisão foi conjunta banda/gravadora: é hora de passar pra uma major. Proposta já existiam, pelo interesse que surgiu no lançamento desse disco que já citei duas vezes o nome e o escolhido foi a Sire, subsidiária da Warner.
Nada mal, quem mandava na Sire era o sir Seymour Stein, que era manager dos Ramones e influente na nata musical nova iorquina, ele escalou nada mais, nada menos que Tommy Ramone para ser produtor do novo disco do Replacements, e aí nascia o segundo clássico do grupo, chamado simplesmente de Tim.
O resultado foi uma batalha de egos entre o líder Paul Westerberg, que acabou descobrindo em si mesmo um compositor facinante, e o guitarrista Bob Stinson, cada vez mais bêbado e drogado, só queria saber de tocar música alta e barulhenta. No fim, conseguiram dosar ambos lados no disco, com uma produção superior a todos os trabalhos anteriores, num disco rebelde e instrospectivo e um tanto quanto sincero.
Aquela banda juvenil agora tinha amadurecido, mostrando boa parte de uma influência que não era comum ver em jovens punks, de rock clássico, um pouco de Big Star, um pouco de Chuck Berry, um pouco de Bruce Springsteen e um pouco de Rolling Stones, além de Clash e Pistol, totalmente evidentes. Baladinhas para alguns momentos solitários em "Swingin' Party" e "Here Comes A Regular", que seria uma grande surpresa, caso não existisse Let It Be. "Hold My Life" abre o disco de maneira urgente ao estilo da banda, "Kiss Me On The Bus" é música adolescente apaixonado e a suja e apavorante "Dose Of Thunder", que foi a única música composta por todos.
Logo após o lançamento de Tim, Stinson (Bob) foi chutado do grupo, pois achavam que já não conseguia tocar ao vivo as músicas "menos rock" e estava muito bêbado para tentar. Esse foi o grande auge e a banda mais completa musicalmente, apesar de surgirem as comuns acusações de "se vendeu se vendeu mimimi" de alguns fãs. Download.

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