segunda-feira, setembro 29, 2008

Gang Green - Another Wasted Night


Gang Green foi (ou é, pois o fim não é algo declarado) uma banda oriunda de Boston, lá dos anos 80, que tocava aquele hardcore sujo e divertido, sem muito peso, mas com muita atitude, já que seu fundador, Chris Doherty, tinha apenas 15 anos.
Another Wasted Night, CDzinho lançado pelos meados de 1997, é uma coletânea cujas músicas são datadas de 1984 a 1988. A primeira impressão é estranha. O vocal é agudão e incomum no estilo, obviamente devido a idade de Chris. Modestamente, o melhor que ele fez foi ir tocar guitarra nos Jerry's Kids, posteriormente, pois seu vocal é, no mínimo, bizarro. Mas as músicas são ótimas! Temos como exemplo a empolgante "Alcohol", que foi coverizada pelos alemães bêbados do Tankard e pelos finlandeses malvados do Impaled Nazarene. No mais, várias composições simples e atraentes, com exceção das que fecham o álbum, pois parecem uma tentativa frustrada de tocar um country.
Atualmente, após diversas mudanças de formação no período dos anos 90, a banda encontra-se num constante hiato. Pelo que se sabe, o último show (ou um dos últimos) realizou-se em 2005. Há rumores de que Chris esteja em estúdio compondo músicas novas. Por enquanto, o lance é escutar as antigas, que não são uma maravilha completa, nem serviram como base de inspiração para diversas bandas, mas são severamente boas naquilo que se propõem a ser! Download.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Callisto - Noir


Vem da Finlândia essa banda cujo estilo não é novidade para ninguém, mas o modo como compõem, ah, esse, sem dúvidas, será uma bela novidade.
Callisto engloba-se dentro daquela proposta chamada de sludge metal, atmospheric sludge, post-metal, post-rock, e tantos outros. É até engraçado, pois cada vez mais, a cada dia, surgem bandas que mixam vários gêneros e sub-gêneros, e ainda chegará o dia em que não existirá mais rotulagem, exatamente porque o rótulo vai parecer uma equação química, de tão extenso, assim como essa frase foi. Retomando, os rapazes, nas passagens agressivas, como dá para suspeitar, lembram bandas como Cult of Luna e Intronaut, mas, nas passagens limpas, confesso que conseguem ser Callisto. E essa sonoridade Callisto mistura jazz de saxofone, instrumentos tradicionais, mas com sonoridades diferentes, quem sabe até modelos alternativos (o contra-baixo usado em certa passagem de "Folkslave" possui uma tonalidade incomum), teclado que executa tanto atmosferas como arranjos... É bom parar de falar, pois o melhor a se fazer é escutar com fones de ouvido e tentar entender tudo. Óbvio que algumas bandas já fizeram algo parecido (Yakuza é um forte exemplo), mas, definitivamente, há algo no som do Callisto que marca demais e soa inovador.
Noir é o segundo longa duração do conjunto, lançado em 2006. Um fato muito curioso: Dizem que antigamente o som do grupo era super bruto e veloz, numa mistura de metal com hardcore. A mudança ocorreu no álbum anterior, True Nature Unfolds, onde a banda começou a executar o estilo de hoje. Em Noir, segundo os especialistas (devo me omitir, pois ainda não escutei o primeiro), direcionaram-se a um som mais dinâmico e progressivo. Do início ao fim, é um álbum excelente! Prende muito o ouvinte. Tendo quase uma hora de duração, é raro o fato de possuir apenas uma leve parte desagradável: A introdução de "Pathos", onde o teclado executa algo estranho de explicar. Mas o que realmente importa são as partes boas, as quais aparecem em grande estilo, como podemos conferir com o sax de "Wormwood" (segundo a minha namorada, possui um clima totalmente cosmopolita), as melodias lindas e memoráveis das guitarras em "The Fugitive", a já citada mais acima devido ao contra-baixo, e certamente a que trará uma enorme nostalgia a quem jogou Chrono Trigger, "Folsklave" (alguém se lembra da floresta que se cruzava para chegar ao castelo? Nela tocava uma música, a qual o Callisto fez uma semi-cópia, proposital ou não, pelo que me soa). "A Close Encounter" possui um instigante solo de flauta, se não estou enganado, é aquela faluta oriental, similar às dos "encantadores de serpentes". Isso é só um pouco do que podemos conferir, porque, acredite, há bem mais.
Um álbum maravilhoso, aconselhável a escutar sozinho, para relaxar e refletir. Download.

terça-feira, setembro 09, 2008

Amon Amarth - Twilight Of The Thunder God


Ô, mas que surpresa agradável!
Não sabia que os suecos do grande grupo Amon Amarth lançariam um disco novo. Imaginei que poderia acontecer, mas pelo que podemos conferir em With Oden On Our Side, confesso que não me entusiasmei em acompanhar as atividade da banda. Bom, mas o que importa é que eles voltam com força total, investindo novamente naquilo que os consagrou (apesar de a alta velocidade ainda estar presente em grande parte do disco).
Mas você sabe o que os consagrou? Foram aquelas melodias de guitarras lindas de chorar! Aquelas que apesar de serem melódicas, não soam apelativas nem manjadas. Os ritmos de bateria em "marcha", algo que não é comum entre bandas de death metal e muito menos de metal melódico. Por essas e outras que o Amon Amarth vem, há anos, conquistando diversos fãs pelo mundo. Essa sonoridade certamente é algo que os caras tiram do frio da alma, do fundo da crença e do país natal. Ainda há vários solos, para o delírio dos mais fãs. Outro fator importante é o vocal, que ficou bem encorpadão.
Numa análise geral, mais um ótimo álbum na carreira deles, ficando pau a pau com um Versus The World, por exemplo. Destaques? Difícil, mas, convenhamos, ao escutar o solo de "No Fear For The Setting Sun", a guitarra limpa de "The Hero" e o refrão de "Guardians of Asgaard" posso dizer que senti fortes momentos de inspiração! Nada mau para um 7º álbum, hein?
Que continue assim, para que cada vez mais as pessoas tenham o prazer de escutar uma banda memorável como essa! Download.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Boards Of Canada - Trans Canada Highway


O duo Boards of Canada, ao contrário do que se pensa, não são canadenses, mas, sim, escoceses. Os irmãos Michael e Marcus (nascidos respectivamente em 1970 e 1971) iniciaram a carreira em 1987, estando na ativa até os dias de hoje.
Trans Canada Highway, lançado em 2006, é um lindo EP, e foi por ele que conheci o duo. Um fato curioso: O álbum foi lançado no dia 06/06/2006 (o tal dia 666, assim como o Stench of Redemption, do Deicide), para manter uma relação com outro álbum do grupo, o Geogaddi, o qual possui 66 minutos e 6 segundos de duração total. Tudo não passa de brincadeiras para mexer com os ouvintes e com os os fanáticos, como os próprios membros afirmaram (as zoeiras iniciaram após sugestão do presidente do selo). Sua sonoridade é flutuante! Abre com "Dayvan Cowboy", música na qual já temos a essência das outras músicas: Fortes e agradáveis atmosferas de ambient, batidas eletrônicas suaves e samples de guitarra entre outros instrumentos.
Certa vez vi um amigo falando que o som dos BoC era nostálgico... De fato! Aqui na região onde moro, havia um canal de TV que passava uns documentários velhos pra cacete (mas na época que foram feitos deveriam ser os top), e "Skyliner" tem uns sons muito semelhantes às intros daquilo. Escutar determinadas passagens é como entrar num túnel do tempo! Fecha com um remix de "Dayvan Cowboy", apresentando-a mais suave, mais camuflada e mais longa.
Certamente o primeiro de alguns deles que virão aqui para o blog. Se você aprecia tudo que foi dito logo acima, baixe agora e divirta-se! Download.

terça-feira, setembro 02, 2008

Soilent Green - Inevitable Collapse In The Presence Of Conviction


Falta pouco para acabar o ano, mas já há como perceber que alguns álbuns ficarão no top dos melhores. O Soilent Green é uma das bandas que conseguirá tal proeza, e o mais curioso de tudo é que eles, por lógica, já deveriam estar enterrados há muito tempo. Por quê? Em 2004, o baixista cometeu suicídio ou foi assassinado (a única certeza é que foi uma das duas hipóteses). Em 2005, durante o Furacão Katrina, o vocalista original foi uma das vítimas fatais. Isso é só uma pequena parte do que aconteceu com os caras, pois houve diversas outras coisas, mas eles estão aí, firmes e fortes.
Invevitable Collapse In The Presence Of Conviction, lançado há poucos meses atrás, é um grande marco na carreira do Soilent Green. Além de possuir excelentes músicas, marca a mudança de selo, dessa vez trabalhando com a Metal Blade, e foi produzido pelo mestre Erik Rutan (atual Hate Eternal, ex-Morbid Angel). A fórmula é a mesma dos outros álbuns, aquela que ninguém sabe explicar direito, a qual uns dizem "deathgrind com sludge", "brutal death com punk", entre outros. O esquema não é catar rótulos, mas, sim, pegar as pinceladas de tudo que há e tentar organizá-las aqui, mais ou menos assim: Riffs e escalas totalmente à la Black Sabbath, passagens de puro grindcore instrumental, partes de tempo quebrado e arrastado, vocal agressivo. Por aí...
As melhores faixas são "Antioxidant" e "A Pale Horse And The Story Of The End", pois são as que mais empolgam. Algumas versões contam também com um cover do Exhorder, mas não é o caso dessa do download. Vale a pena conferir!
Quem conhece sabe, e quem não conhece também sabe - nesse último caso sabe o que está perdendo. Download.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Motörhead - Overnight Sensation

Longo tempo se passou, porém estou de volta com um cd do Motörhead. Não se deixe enganar pela capa - convenhamos que até mesmo uma capa preta é mais "atraente" que a cara dos três seres que ali estão. Pelo menos o Lemmy tá escondendo a verruga, virando a cabeça um pouco pro lado...
Overnight Sensation é um belo álbum, que não deve nada aos demais já gravados pelo tiozão/motoqueiro/caminhoneiro Lemmy. Sucessor do Sacrifice, foi a volta da banda à formação de power trio, com um guitarrista a menos. Foi o primeiro cd original do Motörhead que eu comprei (estava barato na época =D) e não me arrependi de forma alguma. Certamente, foi um dos cds que mais escutei em toda minha vida... e isso deixa marcas em qualquer um. Pra você pode não ser a mesma coisa, mas quando eu ouço "Civil War", é isso. Essa é a música que eu preciso para a vida. Eu posso ficar sem o AC/DC, até mesmo sem o Metallica (tá bom, sem o Kill 'Em All não dá pra ficar)... mas ficar sem Mötorhead? Não... ouvindo uma música como essa é que você percebe porque é que essa banda têm o respeito que têm, e porque, apesar de todos esses anos, eles ainda têm respaldo no mundo do rock'n'roll, fazendo ótimos álbuns, que é pra não deixar os fãs parados.
Esse cd aqui tá bem longe de ser considerado pela crítica em geral como um dos melhores do Mötorhead, porém para mim, é um dos melhores que já ouvi em toda minha vida... Em "I Don't Believe a Word", Lemmy muda um pouco o tom de voz e canta com uma voz mais limpa - imagine você que essa é a balada do cd (se é que podemos dizer que um cd desses TÊM uma balada). "Eat The Gun" lembra muito Sodom, não só pela temática de guerra, mas também pelo instrumental, rápido e pesado. Incrível como uma banda como o Mötorhead infuenciou toda uma geração de bandas, e abriu portas para gêneros inexistentes como o thrash metal. Se não fosse pelo vocal bêbado do Lemmy, com certeza o mundo hoje não teria tanta graça (pelo menos para mim, não!). Mas para mim a melhor faixa do cd ainda está por vir, a última, "Listen To Your Heart", que tem até um violãozinho acústico no meio... Como é que músicas como essa são "esquecidas" no tempo? Como é que uma música dessas não recebeu a atenção que deveria? É uma música linda, e acho que não estou exagerando... pois pra mim, essa música marcou demais... mais até que muita música que não pode faltar num show do próprio Mötorhead, singles de outras bandas boas... deu pra entender a idéia...
Enfim, é um belo álbum, variando bastante entre estilos, inclusive, porém dentro dos limites do que o Mötorhead faria... - músicas rápidas, músicas mais lentas, palhetadas thrash, bateria nervosa, vocal rabugento... Com certeza, se eu fosse pra uma ilha deserta e pudesse escolher apenas 5 cds pra levar, esse era um que não poderia faltar. Download.