quarta-feira, abril 30, 2008

Satanic Surfers - 666 Motor Inn

  A tarefa de postar discos do Satanic Surfers foi sempre do nosso amigo Felipe Winston cabeça de Polenta, mas como ele é bundão e comedor de repolho, sempre que ele posta um cd deles, ele sai do blog. Pelo menos, uma coisa positiva ocorreu: eu conheci a banda e aprendi a gostar.
  666 Motor Inn é o segundo disco da carreira dos suecos (de vocalista uruguaio), lançado via Burning Heart, no ano de 1996, logo após o seu disco de estréia, Hero Of Our Time. Sei que não sou a pessoa mais indicada a falar da banda, pois eu conheço apenas os 3 primeiros discos da banda, e como esse é o único deles que não foi postado, não tive opções. Na verdade, não foi só isso, 666 Motor Inn foi o primeiro deles que eu escutei pra valer, e me chamou bastante a atenção.
  Seguindo a cartilha do punk rock melódico made in Sweden (vide Millencolin e No Fun At All), da bateria veloz, rifferama bem trabalhada, e claro, ótimas melodias, os Surfistinhas do capeta se diferenciam pela gravação, sempre. Não tem muito o que dizer, logo de cara, o que mais se destaca nesse disquinho, é a maneira que foi gravado o baixo, mais parece um motor V8 de um Dodge Charger de arrancada, escuta "Even If Time Stood Still" (que na minha opinião, leva o prêmio de "música do disco") pra tu ouvir o que tô falando.
   Som rapidão, que pode ser categorizado como Skate Punk, com letras que não fogem muito do convencional: sobre relacionamentos e a vida, e todo aquele blá blá blá. Porém, não se restringe apenas a isso não: há também pra parte mais "sérias", mas com bastante ironia, na trilogia do "Filthy Bastards" e uma surpresa na bonus track que leva o nome de "Evil", som bem "do mal", mostrando toda a influência dos Misftis e principalmente, do Mr. Danzig.
  Sabe, esse é um disco bacana pra chuchú, mas pelo que fiquei sabendo, enquanto a banda ainda estava na ativa, era quase impossível ver eles tocarem um som dele, dizem as más línguas, que muita gente não curte muito ele, acham estranho. Pra mim, isso é besteira, baita discão, talvez seja até o meu preferido, mais que o dito como obra-prima, Going Nowhere Fast, mas vai saber? Faz o download e "vê qualé". 

segunda-feira, abril 28, 2008

Nurse With Wound - Chance Meeting On A Dissecting Table Of A Sewing Machine And An Umbrella


Leia atentamente o título do álbum. Que diabos é isso? O que será que essa banda toca? Aliás, é uma banda? Deus, ajude-me, o que faço? Relaxa. Nurse With Wound é uma banda bem antiga, surgida no final da década de 70, muito respeitada no Reino Unido, que é o país de sua origem. Inicialmente era um power-trio, depois virou uma dupla e, atualmente, aparecem ocasionalmente como um quinteto. Mas chega de falação, creio que vocês querem saber mesmo é do som, correto? Pois bem, esse Chance Meeting... é o álbum de estréia e foi lançado em 1979. Segundo algumas fontes, além de ser um dos primeiros álbuns de som completamente experimental e industrial, é adorado por vários "insanos" e até considerado como uma obra-prima. É, se você tem paciência para ficar escutando 30 minutos (ok, 29) de barulho, samples, viagens indecifráveis e tudo mais que você imaginar e mais uns acréscimos, vai adorar uma das três faixas que compõem o álbum. Isso mesmo! O álbum tem quase uma hora de duração dividida em apenas três músicas. Completamente curioso, por sinal. Há passagens que remetem a algo como um jogo do Super Mario carregado por solos de guitarras. E nem há como ficar citando passagens, o esquema é baixar e curtir a piração dos caras. Diz-se também que foi tudo feito no improviso. Com certeza a banda nem pensou no impacto que esse disco produziria. E realmente, se eu acho isso estranho hoje, imagina escutar esse álbum no ano de 1979! Você seria tachado de usuário de ácido lisérgico, sem dúvida.
Anos mais tarde, a sonoridade foi ficando um tanto quanto diferenciada, com a adição de toques tanto de ambient normal como de dark ambient, e outros elementos, até inusitadas pitadas de pop. Curiosidade: Um dos membros já colaborou muito em um álbum do Sunn O))).
Download.

sexta-feira, abril 25, 2008

Cephalotripsy - Uterovaginal Insertion of Extirpated Anomalies


Meu filho, vem cá. Sabe o que é "slamming guttural groove"? "Slam brutal death metal"? Isso é para doer cabeça, para dar dor de cabeça a quem curte som leve.
Chega de brincadeiras. Deixando o humor feira da fruta de lado, cabe a mim lhes dizer que Cephalotripsy é uma das bandas mais podres e pesadas que eu conheci nos últimos tempos. Como dá para ter certa noção, devido aos estilos citados logo acima, a banda executa um som bem sujo e pesado, muito grooveado (beirando os breakdowns), com vocal "slamming" (aqueles incompreensíveis, tirados lá do fundo do estômago) e até que possui um instrumental trabalhadinho. Por mais que pareça impossível, esse Uterovaginal Insertion of Extirpated Anomalies - lindo nome, não? - tem uma produção de dar inveja a muitas bandas. Viradas de bateria em estéreo, pratos destacados, contra-baixo soterrador, guitarras em evidência e a incrível captação do vocal profundo fazem tudo soar 'lindo'. Bom, mas convenhamos: Esse vocal de garrafa arrastando, estômago em atividade, porco se comunicando ou qualquer outro adjetivo bizarro que o designe, por mais de 30 minutos na orelha, é tortura. Se tivesse uma ou outra variação (tipo Katalepsy ou Waking The Cadaver), mas é sempre reto. Tirando isso, é muito bom o som. Sim, é podrão. Se não curte, passa longe.
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quinta-feira, abril 24, 2008

Musicbox Superhero - The Five Stabs


Musicbox Superhero é uma banda catarinense que faz um som bem sincero e coeso, buscando sua inspiração (creio eu) nas primeiras bandas de emocore - as verdadeiras - e screamo, post-hc e derivados. É um som composto por melodias lindas e não manjadas, pegadas mais fortes e repentinas e vocais melodiosos e limpos a guturais e rasgados. Um tipo de som bem incomum aqui no nosso país.
Os rapazes já estão na estrada há alguns anos, mas, infelizmente, não são muito conhecidos. Eu já tinha escutado músicas deles há alguns meses atrás, porém, honestamente, não tinha prestado muita atenção. Foi aí que tive a oportunidade de vê-los ao-vivo, e aí, meus queridos, senti-me completamente interessado. A começar pela presença de palco dos caras, algo insano e absurdamente agitado, e depois porque o som fica muito mais pesado e atraente ao-vivo. O estilo deles é realmente pesado, mas a produção desse EP engana um pouco. Ela foi muito mais voltada à melodia, ocultando, de certa forma, o grande peso e a raiva das músicas. Mesmo assim, eu recomendo sinceramente a audição deste EP, ainda mais porque a própria banda o liberou para download. Músicas como "Teenage Sweat" e "Last Day Of December" passam níveis elevados de empolgação.
Atualmente, já estão com um CD engatilhado. Pelo que pude perceber das músicas novas ao-vivo, estão mais empolgantes, gritadas e velozes. Há um trabalho mais destacado de cada guitarrista também, deixando as duas guitarras bem mais diferenciadas e perceptíveis. E por fim, os caras são humildes, gente boa demais. Conversam normal e não se acham estrelas (ao contrário de muita banda novata ae que chega a dar nojo). Uma banda para a qual eu desejo um ótimo futuro!
Download.

quarta-feira, abril 23, 2008

The Stone Roses - The Stone Roses


   Misturando guitarrinhas sessentistas bem popzonas, com elementos da música eletrônica dançante com a força do rock alternativo, ou o Britpop, com algumas doses de Piscodelia, os Stone Roses, durante muito tempo foram o personagem principal de um "movimento" que ficou conhecido como Madchester, e este disco, o primeiro da banda, de mesmo nome e lançado em 89, está na categoria de "discos a serem superados".
  Desde seu lançamento, já se passaram quase 20 anos, mas até hoje sôa atual, e sempre considerado como um clássico, não é pra menos. Stone Roses sempre, mas eu digo, sempre, mesmo, aparece em qualquer lista de melhores, quando a pesquisa é feita no Reino Unido, mais ou menos o que o Clash conseguiu com London Calling, mas não tão exagerado que nem o Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd. Isso vai depender do seu gosto, é claro, mas o mérito do Stone Roses, foi fazer música que agradaçe desde aqueles indies bundões, até quem não fosse grande entusiasto do estilo.
  Acho que o certo seria eu fazer um bom texto, pra ser um pouco compatível com o trabalho desse disco, mas acho que o mais sensato, é deixar para vocês tirarem suas próprias conclusões, o que demorou muito tempo pra mim, realmente, chegar no centro do disco, na essência e ver que é um puta trampo. "I Wanna Be Adored", "Waterfall", "She Bangs The Drums", "Bye Bye Badman", "Made Of Stone", "Shoot You Down", "Fools Gold", "I Am Ressurection", chega, chega, já to quase que escrevendo toda a tracklist, isso deve-se ao grau de qualidade, pode acreditar.
 Meu filho, se tu conhece uma ou duas daquelas alí, até vai, mas se não conhece nada, faça mil favores: Download.

terça-feira, abril 22, 2008

Dias de Fúria - Coletânea Vol. 1


Entre uma bela parceria do site Dias de Fúria com várias bandas nacionais resultou essa coletânea de 2 CD's literalmente furiosos. A galera do site se inspirou na hora de escolher as bandas, pois a coletânea é um quebra-pau de bandas boas do começo ao fim, do primeiro ao segundo CD. Nela temos o prazer de conferir bandas de diversos estilos, mas todas atuais, desde o mais puro hardcore, passando pelo metalcore, rap e até pelo death metal, sem esquecer das bandas que dão a cara à tapa se desprendendo dos rótulos, buscando uma sonoridade completamente diferente.
São mais de 20 bandas marcando presença, e com certeza você conhece e desconhece algumas. Muitos podem se lembrar melhor daquelas que obteram resenhas repletas de elogios aqui no blog, tais como Itsari e Retturn, mas o CD, felizmente, nos traz também muitas bandas do mesmo nível, tais como a porto-alegrense Disrupted Inc. e a furiosa Alto Teor de Revolta. Confesso que até acho injusto ficar citando nomes, pois todas as bandas aqui presentes se empenharam muito, seja na composição dos sons que tocam ou no modo como encaram a (árdua) vida de ser músico no Brasil. Essa coletânea é mais uma prova de que o nosso país possui um arsenal de bandas excelentes e o que mais falta é a galera conhecer. Agora, já que vocês têm a chance de baixar e curtir esse exército de bandas, cadastrem-se (é grátis) e baixem. O site e as bandas agradecem o seu interesse!
Link.

sexta-feira, abril 18, 2008

Poison The Well - Versions


É impossível não começar esse post sem falar de uma grande banda que serviu de, no mínimo, grande influência para esse álbum: Pink Floyd. Sim, por mais que não haja ligação alguma de sonoridade, estilo, composição e tudo mais em qualquer um dos álbuns anteriores do Poison The Well, aqui em Versions fica clara uma enorme influência de Pink Floyd, consciente ou inconsciente, notada por passagens que se você conhece o extenso trabalho do Pink Floyd certamente entenderá.
Lançado em 2007, esse é o último álbum da banda até o momento. Até hoje a maioria dos fãs alega que esse é um álbum fraco, totalmente distantes das raízes. A minoria não joga o álbum na lata do lixo, mas diz que ele é aproveitável. Bom, na época de lançamento eu fiquei chocado, tanto que escutei 3 faixas e já deletei, mas deixei o arquivo .rar guardado em alguma pasta para escutar algum dia. Esse dia ocorreu nessa semana. É bem notável que em You Come Before You eles estavam remodelado minimamente o estilo, mas em Versions a mudança foi brusca. Lembro até que comentaram aqui: "Posta o último álbum deles, um divisor de águas no estilo". Agora vou mais além: Um divisor de fãs, de estilo e um demolidor de barreiras na proposta de explorar os sentimentos humanos. É o único álbum do Poison The Well que vai afundo numa produção diferenciada.
Tive um grande susto ao escutar "Breathing's For The Birds". O vocal limpo é idêntico ao de Roger Waters nos anos 70, a sonoridade da guitarra, bem como os acordes tocados, são típicos de David Gilmour, e a bateria lembra muito Nick Mason. Soa absolutamente igual às músicas que o Pink Floyd fez sem distorção. E isso é muito bom, pois leva o ouvinte para longe. Até na primeira música do CD, a porrada "Letter Thing", já percebe-se tais semelhanças. Mas o hardcore não ficou esquecido. Bateria veloz, guitarras rápidas, o vocal único e rasgado e grave ao mesmo tempo de Jeffery Moreira não deixam tudo leve e, é claro, mostram traços próprios do PTW. Apesar das similaridades, esse é um trabalho muito original e que merece respeito. Pode até parecer contraditório, mas nunca alguma banda foi tão afundo a ponto de criar músicas assim, portanto, é único.
Não digo mais nada. Resta a você baixar o disco e comprovar tudo isso. Download.

quinta-feira, abril 17, 2008

Lolita Storm - Sick Slits


Quem se lembra dessas garotinhas, hein? Elas tiveram uma estréia bem elogiada aqui no blog, há certo tempo atrás, caso alguém não lembre. E tudo merecido, lógico, pois o som delas é nota 10 naquilo que se propõe a ser. Escute o Girls Fucking Shit Up! Ou é quase isso que relatei anteriormente. Pelo menos aqui, nesse EP Sick Slits, é quase. Pois é, meus caros leitores, esse material delas não é lá grandes coisas. Numa tentativa clara de mudar o som (e sabe-se lá por que?!?), até que tem uma boa intenção, mas peca em quase tudo. O pior que esse EP foi lançado apenas 1 ano depois do outro CD mencionado. Talvez foi um golpe para tentar escapar de um esperado fim de carreira, ou não, mas deu no que deu...
Possui músicas meio empolgantes, arranjos meios legais, linhas vocais meio animadas, e tudo mais no meio ou um pouco acima, mas nada comparado às antigas.
Mesmo assim, é legalzinho de conferir. Além disso, a tracklist é toda composta por nomes de garotas, talvez uma provável "homenagem" às garotas de quem elas não gostam. Se considerarmos a quantidade de expressões de baixo calão, deve ser isso mesmo.
Este é um belo exemplo de rebeldia camuflada! Para conferir? Só clicar aqui ou na capa.

terça-feira, abril 15, 2008

Biosphere - Shenzhou


Se me permitem, gostaria de deixar claro aqui que me sinto muito bem sendo uma pessoa que escuta da música mais extrema até a mais leve. Fico completamente feliz por não ser mais aquele moleque de 14 anos que só escutava heavy metal e achava aquilo o máximo, sendo, portanto, um bitolado de visão reta. Ainda bem que desenvolvi um gosto por música mais extrema (brutal death metal, grindcore, entre outros), também por música mais fora do padrão (ambient, dark ambient, eletrônica alternativa) e até por sons mais leves, porém ricos em cultura (Chico Buarque de Hollanda é o melhor exemplo que posso citar) no decorrer destes que anos se sucederam. E dentre todas as bandas e artistas que descobri nesse tempo, um dos mais interessantes é o Biosphere.
Shenzhou, originalmente lançado em 2002, é um álbum de progressão e regressão em altíssimos níveis. É, também, um pouco diferente daqueles outros 2 que já foram postados aqui (Substrata e Dropsonde). Nele encontramos músicas que podem conter vários elementos, tais como percussões, teclados, ou algo de sopro, e até músicas que podem ser apenas atmosferas. Em resumo, é mais uma bela obra que proporciona grandes momentos de descontração, desconexão da realidade, prazer e/ou desconforto. "Ancient Campfire" poderia ser incluída na trilha sonora de algum game do tipo Silent Hill ou Resident Evil em alguma passagem por uma floresta, pois possui um clima de suspense, ora agradável e ora estranho. "Green Reflections", como pressupõe o nome, tem uma atmosfera relaxante, é algo que permite uma concentração elevada para refletir, meditar, pensar em algo ou simplesmente para esquecer pensamentos ruins. A obra termina com "Gravity Assist", uma das melhores músicas entre todas as que já foram lançadas pelo músico. É dotada de encantadores 7 minutos que são recheados de sons/samples variados. Trouxe a mim um pouco de nostalgia. Isso é algo muito pessoal, a você pode ser bem diferente. De fato, remete um pouco a "Chukhung", do já mencionado Substrata.
Biosphere é música para escutar, de preferência sozinho. Para relaxar, dormir, refletir ou a realizar qualquer ação que exija um afastamento da rotina tradicional. Simplesmente um artista que eu admiro muito.
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segunda-feira, abril 14, 2008

Nasum - Doombringer


Quem se lembra dos terríveis tsunamis que arrasaram a Indonésia no final de 2004? Pois é, entre os milhares de mortos estava Mieszko Talarczyk, vocalista do Nasum. E foi por causa disso que a banda acabou. Uma lástima!
“Má como é que eles lançam um álbum em 2008, hein?! Me explica essa porra!” – É simples, leitores: Esse álbum foi gravado em 2004, pouco tempo depois do Helvete. Entre vários shows gravados, esse foi o melhor - segundo o guitarrista Anders. E realmente, o álbum é um exemplo nu e cru de massacre sonoro! Brutal até o limite, veloz, sujo e completamente raivoso. Uma pena, contudo, que o vocal ficou estranho. Compreendo a dificuldade de gritar músicas deste estilo ao-vivo, mas as interpretações ficaram – no mínimo - bem distantes das originais. Tirando isso, seria a despedida perfeita ao fãs do Nasum. Mas fazer o que? Pelo menos está longe de ser ruim.
Confira músicas que passam desde o clássico e primeiro full-lenght Inhale/Exhale até o último e já citado full-lenght de despedida em estúdio. Fodástico também o modo como inicia: "Hello! We're Nasum from Sweden... Groooaaaahhhhh!!!".
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sexta-feira, abril 11, 2008

The Acacia Strain - The Dead Walk


Se você procura por peso bruto e sólido, acaba de encontrar um prato cheio, pois os americanos do The Acacia Strain chegam para arregaçar com tudo. Na estrada desde 2002, os rapazes aprenderam bem a afinar guitarras em tons extremamente baixos, executar breakdowns em versos vocais e praticamente em toda estrutura das músicas, criar riffs bem grooveados e a deixar a bateria socada com gosto e vontade. Por falar na bateria, não é lá muito veloz, mas percebe-se claramente a força do baterista surrando seus pratos. Definitivamente uma violência sonora!
The Dead Walk, de 2006, é o terceiro álbum do grupo. A princípio, pode parecer um Hatebreed ou Born From Pain mais pesado, contudo, uma audição cuidadosa revela uma estrutura de composição bem mais trabalhada. Por serem adeptos de "downtempo", alguns solos de guitarra, um ou outro vocal gutural e algumas características de death metal, são rotulados de "metalcore", mas esse é um fato ambíguo; por outro lado, outros apenas dizem hardcore e outros tantos apenas metal. Mas sabe a verdade? A verdade é que o som é inrotulável. Essa banda, se manter o ritmo, tende a ir soando mais autêntica. Resta pouco para sabermos isso: Esse ano sai CD novo deles!
Vai curtindo ae "Burn Face" (surpreendente) e "Angry Mob Justice", depois me diz o que achou. Ok? Simplesmente uma das bandas mais brutas e secas dos últimos tempos.
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quinta-feira, abril 10, 2008

Command.dat - Demo


Command.dat é uma one mand band do Brasil, criada em 2007 por um camarada meu chamado de Zé. O cara já teve várias bandas assim, como posso dizer, "experimentais", ou seja, feitas no computador. Suas músicas sempre misturaram bastante caoticagem com outros elementos inusitados, e o Command.dat é uma das bandas mais legais por tocar - como dizem os ouvintes do last.fm - "8-bit deathcore" ou "nintendocore".
Essa demo foi lançada ano passado. Possui 4 músicas, todas elas beeem loucas. Duas são apenas instrumentais, as outras duas têm vocais. É tudo bem surpreendente! Com uma sonoridade "8-bit" (similar ou igual à sonoridade do velhaco Nintendinho 8-bits), parece uma mistura de video-game com vocais urrados e guturais, tudo numa programação de bateria bem caótica, executando até blast-beats.
Muitos podem dizer que é música de louco ou retardado, mas eu gostei. Simplesmente diferente! Experimental, caótico, pesado e bizarro - esse é o Command.dat! "Do Say" pode representar tudo isso e mais um pouco. E aí, encara?
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quarta-feira, abril 09, 2008

Johnny Winter - Barcelona Boogie


Quando o assunto é álbuns ao-vivo, sempre rola certa polêmica sobre a passagem pelo estúdio para ajustar os volumes e demais detalhes. Geralmente é assim, mas não quando se fala em bootlegs. Resumo: Gravações não oficiais de ensaios, shows ao-vivo, apresentações em rádio e derivados. Uma bootleg é isso. Portanto, não pode ser considerada como pirataria, pois o "produto" não está disponível oficialmente no mercado. Para mais detalhes, clique no link logo acima.
Barcelona Boogie, de 1990, é uma bootleg de Johnny Winter gravada por uma mesa de som profissional. Não possui masterização nem produção, apenas o ajuste dos volumes dos instrumentos. Em suma, esse material serve para mostrar de vez que o velho albino sempre foi um verdadeiro guitarrista! Você pode perceber a raça, o feeling, a energia, a atmosfera presente em seus solos e vocais, tudo sem um truque. Rola, ao mesmo tempo, um sentimento feliz e um triste. Feliz por poder apreciar tão belo material, triste por saber que nunca mais o veremos nessa forma, já que hoje ele tem que fazer seus shows sentado em uma cadeira. Mas é a vida... Bom, escute empolgantes canções próprias de Johnny, tais como "Mojo Boogie" e "Serious As A Heart Attack", sem esquecer dos covers de Jimi Hendrix ("Red House"), Chuck Berry ("Johnny B. Goode") e Rolling Stones ("Jumpin' Jack Flash" - infinitamente superior à original!).
Solos grandiosos, músicas aumentadas, vocal roucão e tudo mais que um bom álbum de rock ao-vivo precisa! Download.

segunda-feira, abril 07, 2008

Circle Of Dust - Disengage


Durante uma carreira não muito longa, o Circle Of Dust nos presentou com vários materiais, desde remixes a álbuns longos, transitando pelo metal e terminando no rock, sempre mixado ao eletrônico industrial. Sem dúvida alguma, foi uma das melhores bandas da dark/coldwave dos anos 90, sendo também, curiosamente, uma banda cristã - apesar de não haver nada de pregação explícita, muito menos algo que lembre música de igreja.
Disengage, lançado em 1998, é o último álbum da "banda". Entre aspas porque, caso alguém ainda não saiba, Klayton (atual Celldweller) era o responsável por aproximadamente 90% de tudo, desde composição à produção e tudo mais.
A priori, é um ótimo álbum. Com uma hora de duração, consegue fundir o assustador à beleza; provoca de calafrios a sensações agradáveis; revive muito do que foi feito na dance music dos anos 80 e ainda consegue incorporar novos elementos, tais como vocais guturais ou sujos em ritmo de hip-hop; do comercial ao underground. Dessa maneira, pode até parecer que as transformações são bruscas, porém não são. Tudo é muito bem arranjado e colocado no seu devido espaço e hora. De fato, carece da pegada metálica presente nos álbuns anteriores, como no empolgante Brainchild. Anyway, os destaques ficam para as arrepiantes instrumentais "Thulcandra" e Parelandra", à longa, trabalhada e linda "Mesmerized" e às dançantes "Waste of Time" e "Hate Opened Wide". Francamente, todas têm algo de bom a mostrar.
O Circle Of Dust nos deixou um dos melhores legados dentro do som industrial da década passada, e o atual Celldweller promete fazer o mesmo nessa década.
Download da jóia.

Earth - Earth 2: Especial Low-Frquency Version & Phase 3: Thrones And Dominions

Earth 2: Especial Low-Frequency Version

  Sempre que se fala de som de Seattle, não é nem preciso falar do que a cabeça, porém de toda aquela leva de bandas que faziam aquele som barulhento, convencionado por Grunge, muitas atrás ficaram de lado, por não estar no mesmo padrão, se é que podemos dizer que há um padrão para o "grunge".
  Onde eu quero chegar com essa papagaiada toda? O local de surgimento dessa banda e como se comportavam em um cenário totalmente hypado, fazendo um som nada convencional.
   Sim, o Earth é proveniente de Washington, mais exatamente na cidade de Olympia, cidade mais o sul de Seattle. Considerada como banda-de-um-homem-só, Dylan Carlson é o idealizador, membro fundador, integrante fixo, produtor, responsável pelas melodias e rumo da banda, e mais alguma função de livre escolha.
  Formado exatamente no ano de 1990, o Earth era um trio, fortemente influenciado pelo Black Sabbath e as experimentações dos conterrâneos,e amigos, Melvins, fugindo da estrutura guitarra-bateria-baixo; a banda tocava com duas guitarras e sintetizador, e foi um dos resposáveis do que ficou conhecido como Drone, uma das subdivisões do Doom (para quem gosta de rótulos, isso é interessante).
  Após se mudarem para a cidade de Seattle, houve a primeira mudança e um integrante notável se juntou a banda, Joe Preston, que logo saiu para se juntar aos Melvins (e mais atualmente participou do Sunn O)))High On Fire), deixando Carlson e Harwell para gravar o primeiro disco da banda, com apenas guitarra e baixo, fizeram este disco, Earth 2, um marco para a música Doom, conseguiram fazer um som que nunca tinha sido ouvido antes.
   Apenas com dois instrumentos, a banda conseguiu encher 73 minutos de uma massa sonora totalmente densa com riffs lentos e ultra distorcidos, pegando todo o experimentalismo que artistas haviam desonvolvidos na música ambiente, Earth 2 é considerado um álbum visionário, dado a audácia da dupla; fazer um disco com apenas 3 "músicas", sem nada de vocais, riffs repetitivos e massantes e algumas batidas de fundo que alguns insistem em chamar de bateria, fez o molde pra muita gente que entraria no ramo mais tarde (vide o nome da segunda música: "Teeths Of Lions Rules The Divine", é o nome de um supergrupo Drone Doom, com integrantes do Sunn, Electric Wizard, Cathedral e Iron Monkey).


Phase 3: Thrones And Dominions

  Hoje em dia, o primeiro disco do Earth é considerado um marco na música experimental, uma obra a ser superada, sempre é citado com fervor, porém em 93, em meio a Nirvanas e Soundgardens, o selo SubPop, ícone da "geração Grunge" não gostou nenhum um pouco do que viu, e ouviu, naquele disco e em questão mercadológicas, estava longe do que eles esperavam. Por mais que o Hype era música alternativa, o Earth estava muito mais longe do que o ouvinte convencional estaria apto para ouvir.
  Foi com esta situação, de tentar fazer um som, o mínimo que fosse, mais acessível que o Earth entrou em estúdio no mesmo ano, de 93 para a gravação do próximo disco. Dado os problemas com a gravadora, a impaciência por um modelo mais vendável, troca de integrantes, adição de outros integrantes, entre outras desavenças, em 95, finalmente o segundo disco é lançado: Phase 3: Thrones And Dominions.
  Guitarras mais limpas (para se ter uma idéia do que era a distorção da banda, pois o Grunge é conhecido pela distorção), melodias mais assimiláveis em conjunto com músicas mais curtas: Uma idéia boa para quem gostaria de encontrar um público maior, e para ser encontrado por aqueles que estavam garinpando bandas mais escondidas dentro do cenário de Seattle. Pena que não deu muito certo no sentido ecônomico da coisa, pois resquícios de experimentalismo ficaram em várias músicas, além de muita brincadeira com a música ambiente aliado os riffs monolíticos, não foi o suficiente para se entregarem para o público que esperava por mais uma banda de Seattle.
  Agora, sem olharmos para o lado ecônomico e apenas direcionarmos o olhar para a música deste disco, dentro da primeira fase da banda, antes de entrarem em hiato, é o melhor disco para iniciação, pois traz muito do Drone metálico e pesado e arrastado do início, mas já tem algum apelo mais popular, que dominou o sucessor a esse: Pentastar: In The Style Of Demons, e que poderia até ser confundido com outros discos da época. Cansados de arrumarem confusão com a banda e a decadência do grunge, a banda perdeu o contrato com a gravadora, e assim anunciou o fim das atividades, por tempo indeterminado, porém esta história continua, mas eu falo em um outro post especial.

quinta-feira, abril 03, 2008

Socialmente Incorreto - Socialmente Incorreto


Vem da conturbada cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, essa banda de hardcore que gosta de letras nuas e cruas, ou seja, letras bem “na cara” do ouvinte!
Detonando um som bem simples e genérico, - todavia bem empolgante - a banda chega ao seu primeiro CD após 5 anos de existência e esforço.
A começar pela capa, já podemos entender. A quem não sabe ou não compreendeu, a ilustração representa um menino cruzando a fronteira entre Brasil e Paraguai de uma maneira ilegal (por baixo da ponte). Músicas como “Guerra na Fronteira” abordam bem este assunto. A própria intro deste som, que apresenta um diálogo entre o “chefia” e o “comprador”, destaca a triste realidade do cotidiano, tudo com muitos tiros e barulhos de carros ao fundo. Outra que é um belo exemplo de violência lírica é a faixa que leva o nome do álbum e da banda. “Socialmente Incorreto” fala sobre a repressão da prefeitura aos que se opõem a ela, também do fato de não haver fronteiras com a música e que muitos dos delitos cometidos pela maioria são feitos por necessidade, não por gosto.
Como dá para perceber, o forte da Socialmente Incorreto são as letras, não muito a música em si. Contudo, “Ninguém se Move” empolga bastante, bem como “Luto Porque Acredito”. Meu conselho – se é que posso dar – à banda: Empenhem-se um pouco mais no instrumental, pois o resto está excelente.
Confira esta banda!

Links:
Myspace.
Comunidade no orkut.
Perfil no orkut.
E-mail
para contato/compra do CD.

quarta-feira, abril 02, 2008

Dying Fetus - Stop At Nothing


Dying Fetus é um bom exemplo de banda cuja técnica e brutalidade são exorbitantes. É um som que prova aos descrentes que existe, sim, bandas inteligentes no estilo, tanto musicalmente como liricamente falando. Fato que existem bandas que fazem um som sem nexo somado a letras inúteis e que estão dentro do estilo death metal, mas é preciso saber separar.
Stop At Nothing foi lançado três anos depois do Destroy The Opposition, já nos mostrando a banda bem mais evoluída. Eles já faziam um som excepcional antes, mas aqui definitivamente ficou mais técnico, brutal, surpreendente e empolgante. Por conseqüência, também prende mais à audição. Se você ainda não conhece, tente imaginar uma banda tocando um som com uma bela mistura de death metal (vocais guturais; bateria com blast beat), hardcore (versos com bases de guitarras simples, geralmente em power chords; bateria característica do estilo; letras) e math metal/core (arranjos absurdos e repentinos; caoticagem técnica; estruturas fora do padrão). Difícil, realmente bem difícil descrever assim. O melhor de tudo é que existe um bom equilíbrio, com cada estilo tendo pinceladas discretas no seu decorrer. No final, acaba sendo exorbitante, como foi dito, mas não soa forçado. Escute Beneath The Massacre - é uma das bandas mais técnicas do mundo, mas enjoa rápido; Dying Fetus não! Para comprovar o que digo, escute "One Shot, One Kill".
Se gostar, escute também o mais recente álbum War Of Attrition. Não é tão bom como esse, mas indiscutivelmente possui qualidades. E não deixe de escutar Misery Index, outra ótima banda que possui ex-membros do DF na formação.
Download.

terça-feira, abril 01, 2008

Lamb Of God - Ashes Of The Wake


Ashes Of The Wake: Uma evolução na música do Lamb of God. Alguns motivos: Os dois guitarristas trabalharam como uma verdadeira dupla, ficando ambos destacados e fazendo coisas que realmente só podem ser feitas por uma dupla. A produção ficou bem mais limpa e rigorosa, sem erro algum. O vocal ficou gritando de uma maneira compreensível, de uma forma que você pode entender a letra. E é justamente por isso que eu prefiro os antigos.
Pegue, por exemplo, o New American Gospel. É um álbum completamente largado, numa veia bem mais hardcore, com vocais incompreensíveis e com tudo muito sujo.
É estranho, mas cada caso é um caso. Algumas bandas mudam para melhor, outras para pior. E o bom é que sempre vai ter alguém para curtir os dois lados da moeda. Como eu não gostei desse álbum, mas sei que outros gostarão, está disponível para download. Onde? Aqui.

Pennywise - Reason To Believe

 É isso mesmo macacada, o nosso querido grupo americano, Pennywise está nos presenteando com mais um disco, novinho em folha e pronto pra te tirar da cadeira.
 Reason To Believe surgiu antes mesmo da banda saber: na gravação de seu penúltimo disco, The Fuse, sobraram milhares de músicas escritas que podiam até fazer um cd duplo, mas isso não era bem o que a banda queria. Mais um tempo em turnê e algum tempo sem fazer shows, diz o guitarrista Fletcher que a banda estava com mais ou menos 60 músicas, e iam gastar o tempo para discutir quais que iriam para o disco, apenas 14.
  Em Outubro do ano passado começaram as gravações que acabaram numa atitude nova para a banda, aquela que todas as bandas que se prezam estão fazendo: Liberaram o álbum para download gratuito em seu Myspace (e quem tiver conta lá, ainda pode  conseguir). Apenas com essa jogadinha simples, os downloads superam a espectativa da banda, e já está em numeros absurdos, fora outros links (como os nossos) divulgando mais um ótimo disco, e se equiparando ao destruidor Land Of The Free? (no sentido de divulgação, e não musical).
 Assim como fez o Bad Religion (com New Maps Of Hell) ano passado, a sonoridade não traz novidades para os fãs ou para o estilo, mas ao mesmo tempo, é altamente bem gravado, ótima produção e energia de sobra, é tacar o disco no volume máximo e sair socando as paredes. Quanto ao quesito letras, acho que a capa já deixa bem clara a idéia, continuando esse trabalho sócio-político que começou a ser bem explorado após a morte de JMT.