quarta-feira, julho 30, 2008

Ion Dissonance - Minus The Herd


O Despised Icon mudou a vida de muita gente. Não falo só dos ouvintes que ficaram obcecados pelo som, pois falo mais precisamente de bandas que mudaram seu estilo de som para algo totalmente similar ao Despised Icon atual.
Coincidência ou não, as duas bandas que mais absorveram são conterrâneas: Cryptopsy (difícil de acreditar, mas aconteceu - postarei em breve) e Ion Dissonance.
Nesse último caso, particularmente, considero uma mudança não muito boa. Eles eram uma das poucas bandas insanas de mathcore à la DEP, Botch e similares, e agora são hardcore moderno e grooveado, com poucos traços progressivos e experimentais. Bom... na verdade não são poucos. Eles existem em quantidade considerável, mas são todos colados a pedaços monotônicos, repetitivos, bruscos e grooveados, balançados, ou como você preferir.
Minus The Herd, de 2007, é o álbum que marca essa mudança. Deve-se ressaltar, primariamente, que apesar da mudança, o som não é ruim, mas era melhor. Logo nas primeiras faixas você já poderá conferir o peso bruto e seco das bandas mais recentes, bem como o vocal gritado e sujo, com alguns rasgados. Se você gosta de hardcore da nova escola, esse é um material de audição obrigatória! E quem não gostar de "Kneel" tem ouvidos frágeis. Em suma, bem empolgante em diversas passagens e altamente funcional naquilo que se propõe a ser - uma nova proposta de som, para eles, principalmente pela mudança do vocalista.
Quanto à história da criação e da melhor fase dos músicos (obviamente na minha opinião), fica para um próximo post, não remoto, provavelmente do álbum Solace. Todavia não pense que esse álbum seja ruim, pois, caso fosse, não estaria aqui. Há materiais melhores por parte deles, de fato, mas não dá para jogar esse fora. Download.

Consumed - Breakfast At Pappa's

Hardcore rápido e legal de se ouvir! Coisa que empolga mesmo, te dá vontade de pegar um skate e sair andando (ok, eu nunca andei de skate, mas quando ouço Consumed, sinto vontade =D). Pra quem já jogou Tony Hawk's Pro Skater 2, vai reconhecer a primeira música, "Heavy Metal Winner"(que de heavy metal não tem nada...), que estava na trilha sonora do jogo... Aliás, trilha sonora fodida aquela. Apesar de curto, esse EP é melhor que muito cd por aí. Tem solos muito legais (não que sejam solos difíceis, ou virtuosos, mas sim legais, pô). No fim das contas é isso aí mesmo, muito curto. Não cheguei a ouvir os outros cds da banda, mas creio que em breve eles estarão aqui no Fukt.
Por enquanto, ouçam esse registro de 6 das melhores músicas de hardcore que eu já ouvi. Download.

terça-feira, julho 29, 2008

Aeon - Rise To Dominate


Aqui está um grande exemplo de banda que se deu bem em tudo num único álbum. Por quê? Porque o Aeon vem de um dos principais países a revelar bandas de death e black metal, a Suécia (Entombed, Unleashed, Amon Amarth). Também porque a produção é uma jóia, feita por quem já produziu Dark Funeral e Marduk. Não há como deixar de citar o vocal altamente compreensível - o que conta pontos, já que sempre há alguém para dizer "só não entendo/não gostei do vocal".
Rise To Dominate é um ótimo álbum! Essa introdução acima já seria mais que necessária, mas há tanta coisa na musicalidade da banda, mas tanta, que eu prefiro ir mais além. Por partes: Pegue tudo aquilo citado. Depois, imagine andamentos criativos e nada monótonos, beirando uma grande progressividade. Quer saber bem honestamente? É algo que parece aquele andamento "imperial" e negro do Behemoth com diversas bandas de death dos EUA (Cannibal e Deicide) e solos de guitarra com feelings exorbitantes. Recuso-me a citar faixas principais, pois esse aí agradou do início ao fim em cheio. E apesar de ser uma banda nova (o primeiro EP saiu em 2001 e o primeiro CD em 2005, sendo que este é o segundo), já vem influenciado e agradando muita gente. Quem? Alex Webster, do Cannibal Corpse, declarou-se fã número 1 (ele que gravou o baixo no último álbum do Hate Eternal), e um cara do TBDM (sim, não sei o nome dele e nem me interesso, já que não é uma banda que me atrai).
Bem criado, bem gravado, bem produzido... Dispensa mais comentários! Baixe e confira um som de primeira qualidade, em todos os quesitos. Download.

segunda-feira, julho 28, 2008

Motörhead - Snake Bite Love


Se existe uma banda que é um grande exemplo de perseverança, essa banda é o Motörhead.
Tio Lemmy e cia já foram chamados de pior banda do mundo (isso antes do On Parole), perderam gravadora (tiveram de lançar um disco por conta própria, mesmo após a fama), tiveram altos e baixos, mas, no fim das contas, estão aí, tocando seu rock sujo e original até os dias de hoje.
Snake Bite Love, lançado em 1998, é um dos álbuns mais criativos. Ao contrário da maioria, a qual era composta basicamente só de sons que beiravam um único estilo, esse CD passa daquele rock animado e oldschool altamente influenciado por Chuck Berry até a um metalzão com pitadas de hardcore ("Dogs of War", além de melhor música do CD, é a prova disso). Há também excelentes interpretações vocais de Lemmy ("Assassin" é como ouvir um assassino falando de si, com voz de mal e citando suas características monstruosas), belos arranjos criativos de Mikkey Dee em todas sua bateria, sem esquecer da guitarra suja e do baixo mais sujo ainda, que parecem até um único instrumento, pois, se você conhece Motörhead, sabe que isso existe em qualquer álbum, independente do guitarrista. Lemmy gosta de sujeira e velocidade, e isso é o básico para ser guitarrista do Motörhead! E para finalizar: "Joy of Labour" é um dos sons mais marcantes da banda! Dotado de uma rifferama atraente e recheado de um ótimo clima, é mais uma prova da versatilidade do disco.
Pode não ser conhecido como um Ace of Spades ou Overkill, mas, de fato, é a nível ou tão bom quanto os mesmos. Duvida? Baixe e comprove!

sexta-feira, julho 25, 2008

Discordance Axis - The Inalienable Dreamless


Discordance Axis é uma das bandas mais estranhas que eu já escutei dentro do gênero grindcore.
Talvez por seus vocais extremamente agudos, imagino. Não é algo que se escuta todo dia ou em qualquer banda por aí. Apesar de ser claramente grindcore, há algumas características diferentes também na guitarra. Algo que parece destoar um pouco, mas não soa mal. Alguns vocais extremamente guturais e arrastados aparecem aqui e ali, mas o agudo - às vezes nem é rasgado - soa caótico, tenso e até agoniante.
Olhe para a capa. Qual banda de grind que lança um álbum com capa assim? Aí já está uma amostra de que eles são diferentes. Capa bonita e tranqüila, som sujo e caótico pra cacete!
Possuem uma discografia semelhante às das bandas do estilo: Diversos EP's (um com as japas do Melt Banana), mais de meia-dúzia de CD's, vídeos, DVD's e etc, mas não existem mais. Acabaram no ano de lançamento desse CD aqui - uma porradaria insana e espancada sem dó através de 17 músicas (tapas) na orelha.
Recomendadíssimo para quem curte bandas como Pig Destroyer, Destroyer Destroyer, SYNT e congêneres. Download.

quinta-feira, julho 24, 2008

Ambassador 21 - Ambassador 21 vs. The World


Quando as pessoas são DJ's, revoltam-se contra as FM's e perdem seus empregos, há fortes motivos para criar uma banda de digital hardcore. No caso do duo de Belarus (país cercado pela Rússia e Ucrânia), Natasha e Alexey foram mais além, pois criaram um som que mistura metal, breakcore, noise e o já citado DH.
O início de tudo pode ser dado após a publicação de um artigo de Alexey, o qual se chama "FM's devem morrer!". Passado isso e as demissões, começaram a compor as músicas, para, na seqüência, criar um selo próprio. Até hoje os álbuns são lançados por esse selo, o "Invasion Wreck Records". Eles possuem diversos álbuns, mas o assunto de hoje é Ambassador 21 vs. The World, sem dúvida alguma é um dos melhores exemplos de terrorismo eletrônico.
Logo na primeira faixa já dá para curtir as viagens dos dois, algo meio inexplicável, um tipo de som eletrônico bem futurista. No decorrer das músicas, muito barulho, distorção, batidas hiper-densas e sujas, mais aquelas distorções de doer o ouvido, fora as paradas repentinas e mudanças típicas de breakcore.
Para quem curte Atari Teenage Riot, EC8OR, Lolita Storm e derivados, mas acha que falta um pouco mais de peso nos mesmos, esse CD aqui é um presente. Mas caso você não se interesse por nada assim, nem perca tempo, porque tudo vai soar como barulho puro e desnecessário. Um álbum para poucos, francamente. Download.

quarta-feira, julho 23, 2008

Unleashed - Hammer Battalion


Em seus quase 20 anos de carreira, o Unleashed chegou ao seu nono álbum de estúdio (fora um ep e dois ao-vivo). Hammer Battalion é o nome da nova obra, e foi lançada oficialmente em meados de Junho desse ano.
O álbum é muito bom, todo com seus pontos altos e médios - porém sequer um ruim. Certamente é fruto de toda experiência de Johnny Hedlund e companhia, cuja união está quase intacta, possuindo apenas um membro não-original. A porradaria começa com uma das melhores - se não a melhor - faixas do álbum, a empolgante "The Greatest Of All Lies", dotada de bases velozes, guitarras poderosas e tudo de bom que faz uma grande música. No decorrer do disco, vamos percebendo solos extraordinários como o de "Entering The Hall Of Slain", riffs muito trabalhados como o de "Carved In Stone", uma bela intro em "Warriors of Midgard". Poderia finalizar com "Home Of The Brave" - mais uma que quebra tudo para terminar o álbum em grande estilo. A única coisa desnecessária e feia foi usar a mesma intro vocal na primeira faixa e na "Black Horizon". Creio que Johnny sequer gravou outro grito, pois ambos soam idênticos, bem de boa. Tirando isso, tudo muito recomendado.
Para quem é fã do death mais old-school, esse é um ótimo álbum, ainda mais levando em consideração a produção moderna. É para curtir a "velharia" soando mais produzida. Ótimo disco para agradar a todos os tipos de fãs dentro do estilo, também, sem exceção. Download.

Asian Dub Foundation - Community Music


Pra quem acha a revolução musical é feito através do Rock, nunca ouviu falar do coletivo Asian Dub Foundation, a mistura entre dub, punk, funk, dancehall, Bollywood, world music, e usam as batidas e-music (breakbeat) para destilar todos os letras polêmicas de política.
Formado na Inglaterra, o conjunto é um coletivo multi-étnico, com decendentes dos mais diversos locais do globo (Asian? Oi?), e que se uniram com ideal de fazer música para se expressar, atitude Punk? atitude Hip-Hop? Simplesmente atitude.
A mistura de ritmos também surge essa idéia, misturando sons do oriente com leste europeu, mais vocais rap, fazem do sonoridade um atrativo tão grande quanto a sua posição política e suas ações, anti capitalista, mas não da forma planfetária e clichê, de maneira inteligente e engajada.
Community Music foi o disco que botou o ADF no mapa, lançado em 2000, por um selo de música eletrônica, FFRR, subsidiária da London. O leque de influências e de temas aberto nesse disco é imenso, das guitarras punk até grooves dançantes, do reggae dub sossegado até batidas de breakbeat alucinadas, revisitando capítulos da história, e te chamando para a dança da luta contra a injustiça, instigando a auto-defesa e auto-consciência, provando que a música eltrônica pode fazer muito mais que dança.
Além de Clash e Public Enemy, ainda existem bandas que lutam pela diferença, e fazem música de qualidade, ao contrário da "falação" de outros (leia-se U2). Download.

terça-feira, julho 22, 2008

Biosphere - Cirque


Cirque... Primeiramente, questionei a mim mesmo se isso seria um circo ou algo similar. Vindo do Biosphere, seria bem provável que não fosse, e, de fato, não é. Cirque (que significa circo em francês) geograficamente falando é um "vale" formado em frente a uma montanha de gelo, por motivos de erosão. Após ler isso, fica evidente que este trabalho possui forte ligação com o clima polar. Aí está o início da obra!
O álbum foi inspirado em um pedaço da história da vida de Christopher McCandless, um americano que decidiu trocar sua vida já formada (tinha dinheiro, casa, graduou em universidade) por uma vida selvagem e nômade, vivendo sozinho e retirado. Antes de fazer isso, doou 24 mil dólares a uma instituição de caridade e alegou que não agüentava mais a sociedade materialista da época. Sua história é longa. O álbum é inspirado na parte em que ele isolou-se no Alaska, em meio ao gelo, sem muitos equipamentos e comida. Esse período foi extremamente complicado, e notamos certas referências nos títulos das músicas. Christopher morreu dentro de um resto de ônibus, não muito longe do Alaska, em uma floresta, na qual alguns caçadores de alce encontraram um pedido de socorro escrito na porta do resto do ônibus. Nele estava escrito algo como "estou aleijado, continuem me procurando", entre outras frases - mas tudo isso pode ter sido alucinação, pois o corpo encontrava-se dentro de um saco de dormir e a causa da morte foi dada como fome (há rumores também de que ele possa ter comido frutos venenosos, sem saber). A música que fecha o álbum é a referência mais explícita ao caso: "Too Fragile To Walk On".
Além de possuir essa história inspiradora (que inspirou também um escritor, cujo livro inspirou um filme com a atuação de Sean Penn), Cirque é, sem dúvidas, um dos mais relaxantes
e trabalhados álbuns do Biosphere. Ele soa como um resgate a certas características dos primeiros discos com a continuação dos trabalhos mais recentes. Isso quer dizer que há baterias ou batidas, mas bem camufladas. As atmosferas existem em enorme grau, os samples vocais (creio que a maioria esteja em francês) dão um toque a mais... Bom, os trabalhos de Jensen realmente possuem um plus, totalmente difícil de explicar, mas que você perceberá ao escutar outros artistas considerados do estilo.
Biosphere, com absoluta certeza, tornou-se um artista muito original com o passar dos anos, fato esse que resultou em parcerias com The Higher Intelligence Agency, Pete Namlook, entre outros músicos. Sem se desviar de Cirque, escute "Iberia Eterea" e sinta o frio eletrônico, com um incrível sax de jazz ao fundo, o qual é somado a baterias do mesmo estilo, com o passar dos minutos. Se isso não for o suficiente, "Moistened & Dried" parece uma caverna de gelo sendo derretida. E as outras músicas? Todas boas, todas com suas particularidades, todas agradáveis.
Escute com fones, num volume pouco mais que médio, e perceba a riqueza de elementos.
Cirque: Uma viagem ártica de 47 minutos! Biosphere: Música viva. Download.

segunda-feira, julho 21, 2008

Descendents - I Don't Wanna Grow Up

Depois do mito Milo Goes To College, Aukerman e sua turma voltam neste trabalho, datado de 1985. Eu, sinceramente, fiquei uns 3 ou 4 dias pensando exatamente que tipo de coisa eu escreveria aqui. Depois de muito pensar, eu decidi que vou simplesmente escrever o que me vem na cabeça.
Ok, direto ao ponto então. Este CD é, sem dúvida alguma, o melhor CD da historia do planeta Terra. Forcei a barra? Não, para um fan de carteirinha de Descendents, eu realmente não peguei pesado. Se eles tivessem parado no MGTC eles seriam apenas uma banda fudida de punk/hardcore, que dividiu águas numa época em que tudo andava na mesmice para a cena. Acontece que no I Don’t Wanna Grow Up, Milo e Bill mostram todo o seu espírito teenager, com composições belíssimas e melodias realmente extraordinárias. A tracklist é uma seqüência de clássicos que eu nem saberia por onde começar a falar qualquer coisa. Entre outros, as musicas falam de garotas, sexo, existência e comportamento, perfeito, tudo o que a dupla sabe fazer de melhor.
Outra coisa interessante de ser analisada neste álbum é a atitude de Milo perante o mundo da musica como um todo, mostrando sua ira com rockstars e atitudes poser. Milo sempre falou em suas entrevistas que o Descendents é uma banda que não segue modismos e não prega nada, eles apenas tocam punk rock do jeito que gostam e estão pouco se fudendo para o que a critica vai achar.
Acho que já perdi o fio da meada. Falando rapidamente das musicas, “Silly Girl” e “Good Good Things” são as mais belas musicas que eu já ouvi na vida. Do lado mais punk (por assim dizer) do álbum contamos com “Descendents”, “Rockstar”, “No FB” e “My World”, esta última passa exatamente o que Milo passou (presumo eu) durante sua vida adolescente, sempre se fudendo e tomando no cu. “I Don’t Wanna Grow Up” conta com um baixo bem catchy e vocais aloprados, que deixam transparecer bem a ira de Milo peranta a sociedade e sua vontade de ser um eterno adolescente.
Baixe, ponha para tocar o cd do começo ao fim, sem pular nada, abra uma pagina com as letras e acompanhe cada uma delas e descubra porquê Aukerman/Stevenson é melhor que Lennon/McCartney.
Download.

Echobrain - Echobrain

Mudando um pouco a linha de postagens, vou colocar algo um pouco mais desconhecido... Echobrain é uma das bandas que Jason Newsted participou depois de sair do Metallica.
As referências à banda anterior dele podem parar por aí, pois isso aqui não lembra em nada o Metallica. Um rock muito bem executado, com um vocal muito bom - me faz lembrar do Chris Cornell no Soundgarden e também de Screeming Trees.
O som é difícil de definir, pois cada faixa tem seu espírito particular. O que posso dizer é que as músicas conseguem aquilo que eu acho que é o mais difícil de se fazer com música. Fazer algo bom, que grude na cabeça das pessoas (pra não dizer "pop"), mas que ao mesmo tempo, seja algo musicalmente bom, sem soar vendido ou gratuíto.
Coisa boa de ouvir mesmo... tanto pra se ouvir sozinho no quarto, ou colocar no carro pra sua namorada ouvir, por exemplo. A melhor música é com certeza a que abre o cd, "Colder World", com uma guitarra que remete a um clima meio southern a la Lynyrd Skynyrd. "Keep Me Alive" particularmente me lembra muito de Soundgarden, enquanto "Spoonfed" parece ter saído de um cd do Stone Temple Pilots. "Ghosts" por sua vez lembra muito o Radiohead. Como eu disse, cada música traz um espírito, então é um álbum que com certeza agradará a diversos ouvidos.
"SuckerPunch" é cantada pelo Josh Homme, do Queens of the Stone Age? Não? Pois pelo menos no começo parecia... detalhe: essa música tem participação do Kirk Hammet... mas não julgue errado. Como eu disse, e vou repetir, as referências ao Metallica podem parar por aí... Download.

Spineshank - Self-Destructive Pattern


O curto - porém notável - período de sucesso do Spineshank certamente está relacionado ao modo como a banda iniciou. Altamente influenciados pelo Demanufacture, do Fear Factory, os rapazes ficaram amigos de Dino Cazares e o mesmo lhes ofereceu um show de abertura. Feito isso, tocaram com mais algumas grandes bandas (como a de Danzig), e despertaram enorme interesse de vários selos, acabando por fechar com a Road Runner. Um grande incentivo inicial, concordam?
O primeiro álbum foi Strictly Diesel, do qual não me recordo claramente, mas não possui atrativos, pelo que me resta na mente. The Height Of Calousness foi o segundo, elevando as influências industriais do anterior, e, finalmente, Self-Destructive Pattern foi o terceiro e último, aliviando no industrial e incrementando elementos mais comerciais.
O disco é muito bom, apesar de alguns refrãos serem bem apelativos. Conferimos poucos, mas inteligentes efeitos eletrônicos, estruturas variadas, diversas influências de metal (tanto de death quanto do "new"), vocais gritados ou limpos e etc. Uma fórmula bem comum em bandas como Crossbreed e Static-X, todavia executada com certas particularidades. Recomendo os sons "Slavery" (geralmente veloz, empolgante e uma das mais trabalhadinhas) e "Fallback" (tem um riff simples e marcante, apesar de lembrar algo do ADTR).
Para fãs de um som moderno, com influências de metal industrial e bastante alternância entre gritaria e vocais suaves. Download.

sábado, julho 19, 2008

Mystified - Altered Signals


Thomas Park é um americano de Saint Louis, Missouri, muito ligado à música obscura em sua forma mais bela: Dark ambient. Não apenas isso: Thomas também é muito ligado a outros sub-gêneros, como noise e drone, e freqüentemente é encontrado escutando novas bandas ou artistas, bem como incentivando outras pessoas (como eu, por exemplo) a se aventurar nestes
estilos de música. Confesso que não levei muita fé no início, mas tentei e ando criando uns sons bem influenciados.
O Mystified é seu projeto principal. Primeiramente, sinto-me na obrigação de falar de uma das atitudes de Thomas e do selo Dark Winter, os quais andam lançando álbuns assim como as grandes gravadoras (com capas, encartes e tudo registrado - vide Exit), porém deixam os mesmos liberados para download, inclusive no próprio site do selo. É uma atitude respeitável, admirável e que deveria ser seguida por mais pessoas.
Altered Signals é o mais recente álbum, lançado há poucos meses atrás. Incrível como podemos perceber músicas diferentes com bases semelhantes! "Altered Signals" é cheia de uns sons estranhos e repetitivos, algo como uma chuva de ferro sem peso (?!?!), somada a uma atmosfera densa e sombria no fundo. "Bell Cloud" segue na mesma tendência, mas sem soar tensa, e sim como algo aterrorizante e tranqüilizante ao mesmo tempo. Se acreditasse em aliens, diria que as vozes em "Vocal Tremors" seriam deles. "Octavepus" é angustiante! Imagine ver alguém correndo em câmera lenta. Conseguiu? Converta isso em áudio! A atmosfera lenta que se acelera perceptivelmente passa uma sensação de agonia, mas nada como encará-la! Agora, o grande momento! Mais de meia-hora em "Science of Change" pode tanto lhe fazer dormir como refletir, em uma progressão absurdamente lenta.
Se você tem um bom ouvido, entenderá perfeitamente o ideal do álbum e do artista! Download.

sexta-feira, julho 18, 2008

Raein & Funeral Diner - Split


Raein é uma banda italiana de screamo - o real, não o moderno. A quem não sabe, esse é um estilo de emocore (do verdadeiro) caracterizado por ser mais gritado, rápido (algumas bandas até utilizam blast-beats e elementos comuns de power-violence, o que resulta no estilo emo-violence...), e, em quase todos os casos, caóticos. Alguns membros da La Quiete também já foram dessa banda. Começaram a lançar lá por 2002 e param em 2005, mas, no fim do ano passado, anunciaram a volta. Nesse split participam com duas músicas, "This Life My Cage" e "On Air", ambas bem na proposta típica do screamo, que é misturar as melodias com as caoticagens, a lentidão com a velocidade, e por aí vai.
Funeral Diner é uma banda americana, da Califórnia, a qual teve uma "vida" extrema (acabou no ano passado). Durante todos os anos de existência (desde 1998), tocaram tanto com bandas de hard e grindcore como com bandas de post-rock. Talvez porque seu som seja mais ou menos assim, misturando tudo que há de bom entre esses estilos: Melodias mais suaves do que o comum, algumas vezes com pausas e quebradas típicas de bandas do gênero post-rock (lembra algo do Explosions In The Sky), sujeira e peso similares às das antigas bandas de hardcore, e etc. Foram, possivelmente, a mais ativa banda do estilo nos EUA. No split aparecem apenas com um som, mas que já é o suficiente para animar o ouvinte a querer mais, em seus quase 6 minutos de duração e viagem musical.
Ótimo split para conhecer as bandas e o estilo. E caso você já conhece e também aprecie Daïtro, vai de cabeça. Download.

Infected Malignity - Re:Bel


Os japas do Infected Malignity tinham tudo para construir uma carreira de sucesso entre os fãs do mais bruto, podre e rápido death metal.
Há um cd deles chamado The Malignity Born From Despair que é uma pérola! Exorbitante de tão encorpado, com uma produção bem viva, na cara, vocais sem pausa (bem slamming), riffs abafados e demais elementos de brutal death. É um CD de apavorar os caras do Hate Eternal e do Krisiun! Só que, poucos anos depois - ano passado, para ser mais preciso-, jogaram tudo por água abaixo. Re:Bel é o motivo.
Adição de melodias, vocais compreensíveis, músicas mais longas e demais elementos que fazem uma banda normal, ou, no pior dos casos, sem graça. Se assim fosse o início, sem stress. Mas como eles já tinham algo firme, bom... Dispensa comentários. Como eles causaram um forte impacto com o álbum, esse EP soa decepcionante! Tão ruim que me recuso a falar mais do mesmo. Quer baixar? À vontade! Apenas faço esse post com a intenção de ressaltar o CD, pois esse, sim, é um material a ser conferido! Já esse EPzinho aqui... Pff! Triste. Download.

Anthrax - Sound Of White Noise

O Anthrax é uma das pricipais bandas de thrash metal da história. Surgiu no início dos anos 80, e até hoje é considerada uma das referências no estilo. É também uma das minhas bandas favoritas (tá bom, vai... a minha favorita). Esse é o primeiro álbum do Anthrax com John Bush nos vocais, que entrou com a responsabilidade de substituir o vocalista Joey Belladonna. John era vocalista da banda Armored Saint, que apesar da qualidade, nunca alcançou o sucesso merecido. A principal impressão que se tem nesse cd é justamente a de que o Anthrax mudou. Mudou para algo maior, com uma visão mais ampla. A impressão é que eles se cansaram de fazer thrash metal tradicional (se bem que quem grava "I'm The Man", ou uma música com o Public Enemy nunca foi lá tão tradicional assim) e agora, aproveitando que têm um estilo vocal diferente para explorarem, querem experimentar um som mais arrojado. E apesar dessa tentativa de mostrarem que eles são mais que thrashers, as palhetadas thrash das guitarras ainda se fazem presentes durante todo o álbum, que alem do thrash, traz influências fortes de grunge, e um som característico do Pantera. É um amadurecimento da banda, que mostra novas empreitadas, sem perder a energia, que eles SEMPRE demonstraram, durante toda a carreira. A música "Only", certa vez foi citada por James Hetfield (o próprio, do Metallica) como uma "música perfeita" (tenho que concordar). Já em "Packaged Rebellion", percebe-se como a voz de John Bush é boa. Ele nunca vai soar melhor que o Belladonna em "Now It's Dark", por exemplo. São vocalistas diferentes, e comparar é muito complicado. Só posso dizer que o Bush não fez nada feio quando regravou músicas da fase pré-Bush da banda no The Greater Of Two Evils. Várias músicas, na minha opnião, ficaram inclusive melhores na voz dele. Como eu disse, é uma banda que mudou. Mudou e ampliou a base de influências no seu som. Isso com certeza fez muitos fãs antigos torcerem o nariz, mas também trouxe fãs novos. Voltando às músicas, destaque também para a introdução de "1000 Points of Hate" e para "Black Lodge", que tem a participação indispensável de Angelo Badalamenti, compositor da trilha sonora do filme Twin Peaks, dando um clima totalmente particular à música, diferente do resto do álbum. Download.

quinta-feira, julho 17, 2008

Botch - We Are The Romans


Se até um tempo atrás, ninguém sabia o que se tratava o termo "Mathmetal", hoje em dia é até "comun" o seu uso, tendo em vista que o nosso blog usa, seguidamente. Pois bem, o Botch é uma banda classificada dessa maneira, mas surgiu muito antes de alguém pensar em Math - Core ou Metal.
Vindos da costa Oeste dos Estados Unidos (Tacoma, Washington), formaram a banda alí pelo início dos anos 90, tentando fugir da música que predominava o local, e até conseguir lançar o primeiro disco, foi longe. Pra conseguir lançar um disco decentemente, tiveram que ir até a outra costa, em Boston, onde lançaram o segundo disco, American Nervoso, pelo selo de Aaron Turner, Hydra Head (na época, um selo recém nascido, mas que tinha interesse em artistas desse "gênero"). Isso em 98 já.
Foi um cd bom, mostrando a técnica, dentro das quebras de ritmo e a intesidade hardcore, fazendo muito barulho, na época, Noisecore. Não desmerecendo aquele disco, mas em comparação com We Are The Romans, não faz nem cócegas. Nessa época, já existiam outras bandas do gênero, até mais antigas, como o Converge, e outras de mesma idade, Coalesce e Cave In, mas nenhuma delas conseguiu fazer um disco com tanta maestria como este terceiro do Botch, verdadeiramente, uma jóia, escondida nas profundezas do underground da música pesada.
We Are The Romans é uma amostra do que seria desta data pra frente, o Hardcore Metálico (Metalcore?), dos andamentos quebrados e complexos, guitarras desenfreadas e baixos graves e distorcidos, aliados a uma bateria raivosa e barulhenta, e um vocal gritadaço, caos total, o que hoje parece até algo comum, 10 anos atrás não era bem assim.
Por não ter medo em inovar e experimentar, o Botch virou uma daquelas bandas com status de cult, dentro da música pesada, por todo o impacto que teve. Ainda no mesmo ano, o Dillinger Escape Plan também lançava Calculating Infinity, e definiam o que seria o Mathcore (porém o DEP fazia isso bem mais rápido). Quem conseguiu escutar esses discos na época do seu lançamento teve sua vida mudada, e isso não é mentira.
Por alguma razão que eu não sei, eles acabaram em 2002, e formaram algumas bandas como o Minus The Bear, que eu gosto muito e não tem nada a ver com o Botch e o These Arms Are Snakes, Post-Hardcore mais próximo do Botch. Destaques nesse disco é quase impossível, mas quero ver tu não ficar com vontade de pegar teu monitor e tocar pela janela do quinto andar, quando escutar "C. Thomas Howell As The "Soul Man"" ou primeiros acordes de "To Our Friends In The Great White North", no volume médio, pois no volume máximo, não há ser humano que agüente. Download obrigatório.

quarta-feira, julho 16, 2008

Exit - Sleep


Existem muitas bandas e artistas com esse nome, infelizmente. No meio de todos e todas, inúmeras bandas cristãs, de rock ou de algum outro estilo. Como nesse caso o Exit é um projeto de ambient, imagine a dificuldade para encontrar informação. Porém, há um felizmente. Curto, mas existe. Esse artista faz parte do selo Dark Winter (falarei sobre ele mais detalhadamente num post já programado), o qual disponibiliza os CD's dos artistas para download, juntamente com algumas informações.
Sleep foi criado em 1997. No mesmo ano, foi incluído em uma compilação de um selo que reunia diversos artistas parecidos. Diz-se que, feito isso, as fitas originais foram perdidas e encontradas apenas em 2003, ano no qual foram finalizadas (em termos de composição). Eis que o selo Dark Winter decidiu relançar o material. O responsável pela criação das músicas e da capa é Ben Londa. Apesar de possuir apenas duas músicas em aproximadamente 18 minutos, o CD é lindo, ótimo para relaxar, surreal e diversos outros adjetivos. Ultimamente, tenho escutado quando estou com insônia, pois é tão agradável, mas tão agradável, que faz dormir. Não à toa o título é "durma" ou "dormir".
Prefiria nem falar a respeito do mesmo, apenas colocá-lo para download, mas não é a nossa política. Baixe e escute com atenção, de prefêrencia a segunda música, chamada de "parte 2", pois essa é um grande exemplo de como fazer música ambient bem versátil e trabalhada.

terça-feira, julho 15, 2008

The Rotted - Get Dead Or Die Trying


O Gorerotted foi uma boa banda de death metal, mas, como já aconteceu com tantas outras, foi se desgastando com o tempo e teve membros trocados. Hoje em dia chegou a um ponto em que com tantas mudanças seria difícil e anti-ético não mudar o nome, portanto, The Rotted passa a ser o novo Gorerotted.
Os ingleses não quiseram saber de muito papo e já foram lançando Get Dead Or Die Tryng - um ótimo álbum para estrear. Logo na primeira faixa, a ótima "Nothin But A Nosebleed", já dá para perceber a alma do álbum, que é death rápido e um tanto quanto técnico sem extrapolar. Mas não pense que ele se restrinja a isso, pois "A Brief Moment Of Regret" é uma instrumental linda e limpa (destoa muito de qualquer estilo de metal) e o CD ainda fecha com a cover "28 days Later", arrastada e melancólica. Apesar da boa intenção de não fazer o trabalho reto, as melhores músicas são as porradas, como a faixa-título (essa é um bom exemplo de como fazer algo virtuoso e empolgante), "Fear And Loathing In Old London Town" (rápida pra cacete e ainda mostra certa influência punk da terra natal dos caras).
É um ótimo álbum, independente do ponto de vista analisado. O único fato que deixa a desejar um mínimo é a produção, pouco pesada em várias partes, ocultando um pouco o contra-baixo, mas nada que decepcione completamente. Baseado nos últimos trabalhos do Gorerotted e nesse, dá para dizer que eles ainda têm muita coisa boa para lançar! Download.

segunda-feira, julho 14, 2008

Metallica - ...And Justice For All


É com grande sentimento de honra que, na minha estréia aqui no fukt, estou resenhando esse álbum. Um dos melhores cds de thrash metal da história, se me permitem afirmar. Riffs matadores. Thrash como deveria ser: cru, rápido, na sua cara. Distorção ensurdecedora e a bateria incessante de Lars, que NUNCA esteve tão presente em nenhum cd do Metallica, como nesse. Com certeza, um dos melhores cds que já ouvi na minha vida. Com músicas relativamente longas (a mais curta tem 5 minutos e 12 segundos), algumas acabam sendo um tanto quanto repetitivas, mas nem isso diminúi a energia e o brilho das mesmas. Destaque óbvio para a música "One" (clássico-mor do álbum, contém alguns dos solos de guitarra mais lindos - e difíceis - da história da música), e destaques nem tão óbvios, porém merecidos: "Blackened", a própria "...And Justice For All"," The Shortest Straw", "Dyers Eve" (uma das músicas mais rápidas que o Metallica já gravou) e a belíssima instrumental "To Live Is To Die", última composição do falecido Cliff Burton junto ao Metallica. Enfim, o AJFA é o álbum mais agressivo que o Metallica já fez, e também o mais "progressivo", instrumentalmente. As músicas viajam por solos e riffs diferentes. Muitas músicas poderiam facilmente ser de um cd do Coroner, banda de thrash metal conhecida por ter influências progressivas. Este é o primeiro álbum de Jason Newsted substituindo Cliff, porém quase não ouvimos o baixo nas gravações, que foi sacrificado nas mixagens. Hoje, graças ao jogo Rock Band, um cara conseguiu isolar as faixas da mixagem original do baixo, e deu um volume decente às mesmas. Ouça aqui a faixa-título do álbum, com o baixo num volume mais alto, como exemplo. Para baixar o cd, da forma como foi gravado, Download.

Mudhoney - The Lucky Ones


Se alguém ainda considera Grunge um variável dentro do rock alternativo, o Mudhoney pode ser o único sobrevivente desta época, e francamente, não é nenhum motivo de orgulho.
Desde o lançamento do Superfuzz Bigmuff, já se vão 20 anos, e ao invés da SubPop apenas fazer uma edição especial, resolveram ajudar Mark Arm e cia para fazer um trabalinho novo, e por mais estranho que pareça, não ficou ruim.
Tá, claro que não é nenhum Every Good Boy Deserves Fudge, ou My Brother The Cow, mas até hoje, é o mais rápido (estranho, vão ficando velho e começam a tocar rápido). Rápido, isso mesmo, até a gravação foi dessa maneira, em menos de uma semana, já tinha feito toda a parte "grossa" do trabalho, e a produção ficou a cargo de um rapaz meio desconhecido, Tucker Martine, "o cara que fez o som de abertura do Windows Vista".
A velha fórmula do rock garageiro foi resgatada, certas vezes até lembra o velho Stooges. Com algumas canções inspiradas, e outras nem tanto, Mark Arm ainda consegue usar a voz pra fazer aquele jogo de músicas bêbadas/deprimidas e gritado/angústiado, enquanto Turner, Peters e o "novo baixista", Guy Maddison, dão conta do clima sessentista, com muita distorção, coisa de quem sabe.
Se foram eles que criaram esse bicho, chamado Grunge, é só eles mesmo que podem continuar a alimentar ele. Um cd legal, que pode passar batido, pois ninguém vai dar muita bola e muito menos, conseguir fãs novos, quem gosta da banda, vai gostar do disco, simples. Download.

George Thorogood and The Destroyers - Bad To The Bone


George Thorogood é aquele tipo de músico que todos (pelo menos os que nos visitam) já ouviram, porém poucos sabem quem é. Tudo porque quando uma banda ou artista lança um álbum ou música que venha a se tornar um hit mundial, muitos acabam por ouvir sem saber quem é. Mesmo no mundo de hoje, recheado de informações pela internet e Televisão, as pessoas acabam por ficarem desinformadas em algum caso. Pode parecer tudo encheção de lingüiça, mas a verdade é que isso possui profunda ligação com o Thorogood e os Destroyers. Mesmo com mais de 30 anos de carreira, a banda continua no underground para muitos, apesar de seu super-ultra-mega-hit "Bad To The Bone", e de seu quinto álbum também com esse nome.
O álbum em questão é de 1982, e provavelmente o melhor. Conferimos aqui porradas como "Nobody But Me", um ótimo som totalmente influenciado pelo punk, porém adaptado para o blues, mas sem abandonar o "tu-pá-tu-pá" da bateria. "Back To Wentsville" parece até um tributo a Chuck Berry, devido a sua guitarra muito similar a "Johnny B Goode" e quase todas as outras músicas do velho, bom e (ainda) vivo Chuck. O único problema do disco é quando George e seus destruidores decidem fazer baladas... Aí, leitor(a), queima o pão da vó! Baladas manjadas, previsíveis e que não acrescentam nada. Porém, como não vale a pena ficar falando da parte ruim, continuarei falando do melhor, e, agora, de "Bad To The Bone". Como já foi dito em outro post, esse som foi trilha sonora de vários filmes e jogos (incluindo o lendário Rock and Roll Racing), sempre garantindo muita agitação com seu riff imortal e mais que memorável, bem como com os solos furiosos de slide guitar e saxofone. Por falar nele, é um dos instrumentos que dão um ar de originalidade à banda, junto com a voz de George. O sax sempre esteve presente no jazz e no rock das antigas, mas aqui foi levado mais adiante de uma maneira bem mais extravagante. Dá para apreciar também "Wanted Man", guiada no violão e bem country.
Em 2007, foi lançada uma versão especial do CD para comemorar seus 25 anos, incluindo várias bonus-tracks ao-vivo.
Certamente um maravilhoso álbum de rock/blues, cheio de slide guitar e outras características marcantes. Download.

sexta-feira, julho 11, 2008

Neurosis - Souls At Zero


Talvez se pensarmos em música pesada nos anos 90, os nomes que logo surgem na nossa cabeça, costumam ser Pantera, Fear Factory ou Sepultura, por questão de importância e "sucesso", mas se a gente der uma olhadinha mais underground, a questão "influência", logo surge Meshuggah e Neurosis, no campo mais experimental.
O Neurosis surgiu em Oakland, na Califórnia, na metade dos anos 80, fazendo um som bem nervoso, mistura caótica de Crust Punk, Hardcore e um forte lado Doom, que sempre os acompanhou. Com o tempo, o negócio começou a ficar mais pesado, mais complexo e melhor, e por isso falar deles, é uma batalha enorme contra rótulos e estilos.
Souls At Zero foi o terceiro disco da banda, lançado em 92, e o primeiro que pode ser considerado clássico, pois mudaram aquele crueza pra algo mais abstrato. Até hoje não entendo o porquê, mas esse disco foi lançado pela Alternative Tentacles, selo independente punk do Mr. Biafra, talvez numa tentativa de conseguir entrar mais no cenário metal, mas com aquele background Hardcore, sempre característica da banda.
Sludge, Doom com influência do Folk e andamentos bem devagares, altas passagens tribais e os vocais gritados do trio Steve Von Till, Scott Kelly e Dave Edwardson (guitarra - guitarra - baixo) são as marcas registradas do disco. Essa álbum pod sôar apocalíptico, épico, monstruoso e até medieval, devido ao grau de nervosismo passado no som; "Flight" são 4 minutos de puro drama, enquanto "Takeahnase" e "To Crawl Under's One Skin" transformam angústia em forma de música, e a faixa-título é a monotonia da forma mais macabra: uma mistura entre Celtic Frost, Melvins, Black Flag e Amebix.
Atualmente, a banda é sempre motivo de discussão para o uso do termo "Post-Metal", pois eles são responsáveis por influenciar 99% das bandas que são rotulados dentro do "estilo", vide Isis e Cult Of Luna e Rosetta, os mais famosos. Aqui o lance é quase nada atmosférico, que marcou bastante a carreira da banda mais pra frente, mas é um disco marcante. Download.

Whitechapel - This Is Exile


Torci o nariz na primeira vez que escutei esse CD. Ainda empolgado com o ultra-brutal The Somatic Defilement, esperava mais um disco super-pesado, sujo e com aquela sonoridade à la Suffocation das antigas; tomei um grande choque no primeiro som, o qual nos mostra um Whitechapel mais veloz e menos pesado, com uma produção totalmente semelhante a do Genesis, do JFAC, ou seja, meio cristalina para death metal. Se você já escutou e acha que não, escute qualquer virada de bateria desse disco e compare com as da intro de "Strings of Hypocrisy" (essa é a que aparece mais rápido, mas pode ser qualquer outra). Isso é triste! Mesmo assim, algumas tonalidades das três guitarras e o vocal continuam a deixar alguns traços da penúltima obra. Hoje, após concluir que mais um Somatic Defilement seria extremamente raro, escuto esse This Is Exile e vejo que não é de se jogar fora, mas também não é uma maravilha. De fato, "Daemon (The Procreated)" e "Possession" são petardos, mas, no geral, o álbum é um pouco melhor que mediano. Mais interessante que grande parte das músicas são os efeitos de estúdio, onde você só percebe os baixos nos breakdowns e ainda confere vários efeitos interessantes de delay dinâmico. Numa análise profunda, há maior trabalho de guitarras e uma atitude mais séria da banda por parte das letras, mas tudo em vão, se pensarmos que o melhor deles (até o momento) está no disco antecessor a esse. Realmente é muito chato ficar batendo nisso, mas é inevitável. Download.

quinta-feira, julho 10, 2008

Alexisonfire - Crisis


Como você lerá em qualquer artigo relacionado à banda, os canadenses do Alexisonfire são quase adeptos daquela estilo de música e vida "8 ou 80". Por que quase? Porque eles são 8 e 80.
A princípio, se você apenas ler, a fórmula parece manjada: Mix de vocais limpos com gritados rasgados, guitarras ora pops ora pesadas, letras mesclando amor e ódio na mesma música, e por aí vai... Parece até demais! Entretanto, a diferença está na hora de dar o play no dito Crisis, álbum que os fez estourar e alcançar o primeiro lugar nas paradas canadenses. Para uma banda do estilo é até difícil, pois qual rádio comercial tocaria uma banda cheia de gritos?! Independente, o feito é merecido, pois Dallas canta lindamente e George manda uns gritos estranhos, porém únicos em tonalidade.
Lançado em 2006, cinco anos após a formação, esse CD é realmente muito bom. Difícil não sentir alguma sensação diferente ao escutar a guitarra de "This Could Be Anywhere In The World", ou não se empolgar com os refrãos em coro de "We Are The Sound" e "We Are The End". O álbum todo possui músicas com particularidades, não caindo na mesmice. Fecha com a linda "Rough Hands". Talvez tudo nesse álbum (e nos outros) venha do fato de todos os membros terem vindo de bandas com estilos, no mínimo, inusitados: Tech-metal, "pop punk", rock alternativo. É interessante também ler as letras ao escutar as músicas, pois assim você entenderá bem tudo que foi dito logo acima.
Atualmente, Dallas Green (guitarrista e vocalista) dedica-se um pouco mais a seu projeto solo, City And Color, pelo qual lançou um álbum no ano passado. Há rumores de que o Alexisonfire já está em estúdio para um novo álbum, desde dezembro do ano passado. O que virá dessa vez? Inimaginável, francamente. Download.

quarta-feira, julho 09, 2008

Yakuza - Samsara


Conheci Yakuza através do ótimo Transmutations (de fato, a resenha está equivocada! Ele é ótimo, mais que o "muito bom" lá escrito), e afirmo que escutar Samsara dá uma sensação completamente diferente. Porém, dessa vez, a diferença faz bem aos ouvidos, já que é um álbum bem diferente em alguns termos e muito semelhante em outros.
Ele foi lançado em 2006, e é surpreendente que Transmutations foi de 2007. O correto seria não fazer comparações, mas como nesse caso elas são todas positivas, tá valendo. Em apenas um ano, eles incrementaram muito peso e cadência, ou seja, Samsara é mais veloz e sujo. Um pouco mais reto também, se bem que nenhuma música deles é "reta", justamente porque todas são ricas em elementos de criatividade, progressividade e ousadia. Certamente algumas características são estranhas, como a ausência do vocal mais "morto" do Transmutations. Aqui a proposta é bem mais hardcore, o que leva muitos a classificá-los como "jazzcore", já que há um saxofone em grande estilo e presença, lembrando muito os músicos de jazz que optavam por guiar tudo através do sax. E não pense que o som seja uma 'barulheira' à la Painkiller, pois passa longe. O instrumental acompanha o sax com maestria, não se limitando a apenas acompanhar, mas, sim, a fazer bases agradáveis. Várias batidas da bateria tem sons de percussão, pratos e diversos instrumentos orientais, o que pode ser imaginado através da capa. Importante ressaltar que existem diversos elementos de metal, tais como linhas de guitarras bem técnicas e trabalhadas, vocais guturais, ocasionais blast-beats, e vai longe a competência dos caras. Para não deixar de citar os destaques, já que o álbum é uma pérola, lá vão: "Monkeytail" (technical jazz-metal empolgante e sedutor), "Dishonor" (deathcore experimental), "Back To The Mountain" (algum som indescritível e atmosférico, o qual resulta em uma trip de 9 minutos).
Quer mais? Download, então.

terça-feira, julho 08, 2008

Melvins - Nude With Boots


Até um tempo atrás, quem "andava" pelas páginas do last.fm, tava de saco cheio de ver aqueles banners de uns magrões sem roupa atravessando uma estrada... promoção do último disco dos Islandeses do Sigur, mas agora, nos últimos dias, o que mais deu foi aquele chihuahua raquítico, com cara de quem tava esperando um biscrock, num fundo vermelho, e todos se perguntavam: Melvins fazendo publicidade?
Pode até parecer estranho, pra uma banda que sempre tenta ser anti-comercial, anti-convencional e anti-qualquer coisa, encher de banners para promover o lançamento de um disco, mas o lance foi meio em parceria com a Ipecac, e é uma boa jogada, pois disponibilizaram todo o disco pra escutar, assim como no myspace, nada além do que já foi feito, assim como o disco novo.
A formação é aquela mesma que gravou o último disco (A) Senile Animal), Buzzo na guitarra, e o Crover na bateria, mais Coady Williams no outro lado da bateria (é.. dois batera) e Jared Williams no baixo (últimos dois a.k.a. Big Bussines) e ficou legal. O clime experimental reina total em quase todo o disco, ainda mais agora, com dois baterista (lindo trabalho), naquele sludge avant-boogie metal, típico da casa.
O que chama a atenção nesse disco, é que ele sôa como um tributo ao rock setentista, com a cara da banda. A primeira impressão que eu tive, na primeira audição (já vasou há alguns meses) era que eles estavam a fazer mais algum cover do KISS - "Kicking Machine" - e logo depois, algum cover estranho do Zeppelin - "Suicide In Progress" - sem nuca deixar de lado, a velha comparação com o Sabbath.
Não muito harmonioso, e ritmos desconcertantes, bem variado, vai desde riffs selvagens e pesados de "Dog Island", até instrumentais Morricone-style, de nome bonito, "Dies Iraea", o qual lembra bastante a fase Hex do Earth, em poucos minutos. O lindo mesmo são os títulos das músicas, assim como do próprio álbum.
Humor afrodescendente e um caralhada de canções aspirantes a hinos do rock clássico dentro de um vidro de pepino em conserva, quando acabar "It Tastes Better Than The Truth", tu vai continuar com essa mesma cara de cu.
Caso tu seja um bunda-mole fã de Spinal Tap se aventurando na música underground e tem medo de fazer o donwload e se arrepender depois, seus problemas "se acabaram-se"! Pode escutar todo o cd aqui ou aqui. Mas se tu insitir em ter ele no teu querido HD... download.

Genghis Tron - Dead Mountain Mouth


Alguns brasileiros tiveram o grande prazer de ver o show de uma das bandas mais originais da atualidade, no mês passado. Estou falando deles, dos inteligentes e insanos músicos que compõem o trio Genghis Tron, o qual teve certo reconhecimento mundial com seu mais recente álbum, o bom (porém repetitivo) Board Up The House.
Dead Mountain Mouth, de 2006, foi o primeiro CD deles, após alguns EP's e demo. Aqui já está mais que clara a proposta deles, que é de fazer uma mistura entre música extrema com música eletrônica, mas sem cair na mesmice de repetir as bandas de industrial, digital hardcore e derivados. O som deles, de fato, é único. Difícil de explicar, mas soa como um mathcore somado a algo eletrônico e frio dos anos 90. A porradaria pode lembrar tanto um SYNT como um Depeche Mode, Kraftwerk... Enfim, lembra bandas que fizeram e fazem algo de bom, mas apenas lembra, pois é claro que nada aqui é copiado. E mais: Fazer misturas assim (principalmente como eles fizeram no Board Up The House) é ultra-raro. Eles se orgulham disso, já que afirmam serem uma das poucas bandas que já tiveram o prazer de tocar tanto com o Despised Icon como com as Slits (banda britânica de dub, dos anos 70). Foram vítimas de preconceitos porque em shows extremos o público odiou os teclados, e em shows mais leves odiaram os gritos. Poucos conseguem fazer isso, realmente.
Dead Mountain Mouth é um ótimo álbum, indicado principalmente para quem é fã de música extrema (não só em peso), alternativa, experimental, e, acima de tudo, como já foi dito várias vezes, original. Download.

segunda-feira, julho 07, 2008

Black Sabbath - Mob Rules


Falar da importância, magnitude e essencialidade da obra do Black Sabbath já não é algo necessário, pois a maioria aqui já deve curtir muito metal extremo ou outras vertentes do rock, e, portanto, sabem já como tudo iniciou, quais os principais álbuns, quem foram os vocalistas, qual a característica mais marcante do guitarrista e etc...
Mob Rules, de 1981, é o segundo disco com Dio nos vocais. Lançado pouquíssimo tempo após o Heaven and Hell, nos mostra a banda com algumas características do mesmo, como palhetadas de guitarra, andamento de bateria mais "na manha" e diversas outras qualidades. A diferença de Mob Rules está na aura que o envolve, bem mais extrema (não em termos de peso) em todas as músicas. Pode reinar um clima de rock (como na faixa-quase-título) como pode também algo mais acústico e místico ("The Sign Of The Southern Cross" é a que melhor mostra isso!). De fato, em quase todos os sons há riffs marcantes de Toni ("Country Girl" tem um verso de guitarra mais que memorável), interpretações inigualáveis de Dio, o baixo encorpado de Geezer (que tinha ficado extremamente oculto no último álbum com a formação preferida dos fãs, aquela com Ozzy nos vocais, o Never Say Die!) e andamentos funcionais de Vinny Apice, estreando em estúdio no grupo.
Da turnê desse álbum renderam bons frutos, os quais resultaram no Live Evil, álbum ao-vivo, o qual é ótimo, mas foi soterrado por um ao-vivo do Ozzy. Houve várias brigas também durante essa época, e, entre outros boatos ou fatos, há rumores de que Dio teria modificado às escuras a produção do álbum, se auto-beneficiando e prejudicando Toni. Após isso, Ian Gillan assumiu os vocais e gravou o lindo Born Again, não durando muito tempo na banda também. Diversos line-ups vieram na seqüência, bem como discos fracos ou medianos. A volta total veio novamente com Dio, em 1992, com Dehumanizer, o provável melhor álbum da carreira de todos eles.
Mob Rules é um ótimo álbum, reunindo quase todo o potencial dos músicos envolvidos em sua criação, resultando em grandes sons dos criadores do heavy metal - que por sinal, ninguém mais faz como antigamente.
Download.

Zeke - Kicked In The Teeth

Zeke é uma banda de Hardcore Punk nada convencional. Eles são americanos, da cidade de Tacoma, Washington, e tocam em forma de trio, nada de novidade. A diferença só é notável quando tu dá o play e escuta a guitarra.
Guitarra, ou melhor, GUITARRA!, maiúscula e com exclamação. Até hoje, não ouvi uma banda punk que fizesse o uso tão exagerado deste instrumento, seja nas composições, riffs, solos e o mais absurdo, o volume, chega a deixar o Motörhead com inveja.
O som é rápido, é crú e é barulhento, uma mistura monstruosa de Hard Rock com Hardcore, bem animal. Kicked In The Teeth , se não me engano, é o terceiro cd da banda, foi lançado há 10 atrás, pelo selo Epitaph, bem diferente do resto das bandas do cast deles.
Riffs eletrizante de puro rock'n'roll na velocidade da luz, com agressividade bestial do punk rock, 17 músicas que passam num piscar de olhos, o que deve fazer o show deles ser algo único. Eu tenho é pena dos amps desses malucos, pois o que fizeram no cover de Kiss, "Shout It Out Loud", deve ter feito Paul Stanley tremer na base. Zeke não é um simples chute no dente, é sim um bicudão de coturno bico-de-ferro, no meio da face. Download.

sexta-feira, julho 04, 2008

Severa - Severa


Não resta dúvida de que o cenário brasileiro revelou muitas bandas de metal nas décadas passadas. O fato é que, recentemente, o Brasil tem se mostrado portador de grandes bandas de hardcore moderno, bandas que têm tudo para ir bem adiante, como Sistema de Mentiras, Children of Gaia (acabou mesmo?) e Paura.
Não longe deles vem chegando a Severa, oriunda de Minas Gerais, a qual surpreende muito pelo fato de só ter 1 ano e já mostrar um trabalho bem maduro!
O Ep é uma típica porradaria sonora! A começar pela bateria, que foi absurdamente beneficiada pela produção, cujo som é forte e definido como o de algo bruto demais se chocando a algo também sólido, para criar aquela sonoridade violenta, ou contra algo muito frágil.
É escutar a batida do china para sentir algo como uma enorme pedra a estraçalhar um frágil vidro. Depois, as guitarras sujas são fundidas ao baixo muito grave, sem esquecer do vocal
também muito agressivo. Imagine todos esses instrumentos e a voz juntos, a detonar breakdowns cabulosamente lentos (devem deixar algumas pessoas bem fraturadas nos shows), versos com bases meio lentas e carregadas, ou até mais rapidinhas (como em "Caminho Estreito"), e intros memoráveis como a de "Minha Guerra".
Conseguiu imaginar? Caso não, já sabe o que está perdendo. Corra atrás do material e apóie mais uma promissora banda nacional!

Links:
Myspace.
Orkut.

quinta-feira, julho 03, 2008

Arsis - We Are The Nightmare


É com muita técnica e melodia que os caras do Arsis, vindos Virgínia, EUA, nos apresentam We Are The Nightmare, o terceiro trabalho oficial desde a formação, em 2000.
Apesar de várias semelhanças com o Necrophagist, o Arsis até que possui sua originalidade, esbanjando demais a mistura não muito comum do death técnico com o mais melódico possível, com exceção do vocal, que lembra muito algumas bandas de black metal.
Não se trata de um trabalho inovador, porém é indiscutivelmente eficiente. Os arranjos e quebradas de fim de mundo (sem explicação alguma), empolgam muito, juntamente com o blast-beats massacrantes, enquanto os solinhos em dupla e a produção totalmente cristalina deixam aquela sensação de "não vou agüentar isso por muito tempo". Todos os músicos são competentes e certamente sabem o que fazem, provavelmente devido aos anos de experiência. No geral, soa com muita técnica e pouco feeling, mas não chega a ser 100% "mecânico" como muitas das diversas bandas dentro do estilo. Uma pena mesmo que investe muito mais na melodia em vez de apostar na brutalidade e no absurdo.
Legal, porém nada mais que isso! Download.

quarta-feira, julho 02, 2008

Johnny Winter - The Best Of Johnny Winter


É provável que esse foi e seja um dos primeiros álbuns escutados por quem conheceu o Johnny via P2P. E é uma bela maneira de conhecer o trabalho do bluesman, pois encontramos músicas que vão de 1969 a 1980, focando o grandioso trabalho em suas diferentes fases, apresentando músicas que vão do country ao blues e sem esquecer dos momentos ultra-energéticos de rock.
Lançada em 2002, antes do último álbum até o momento (I'm a Bluesman), é aquela típica coletânea que pode não agradar aos fãs mais "encarnados" em cheio, porque certamente alguns dirão "faltou aquela", como é o meu caso. Mas não tenha dúvida de que os grandes clássicos estão aqui, como "Dallas" (quem é que consegue esquecer as linhas técnicas e memoráveis do violão de Johnny?), "Highway 61 Revisited" (cover do Bob Dylan, e absolutamente muito melhor e mais trabalhada que a original!), "Mean Town Blues" (em versão ao-vivo, com direito a uma paradinha para um duelo de guitarras entre Johnny e Derringer) e diversas outras, que, caso fossem citadas, deixariam o post muito gigante.
Se você ainda não escutou nenhum dos mais de dez álbuns que já foram postados aqui, não perca tempo e baixe esse aqui para iniciar. Se você já conhece, é fato que deve ter a maioria das músicas, porém é muito agradável escutar essa seleção de melhores em uma seqüência. Vale a pena lembrar que ainda há uma música inédita, "Come On In My Kitchen" - cover do Robert Johnson, originalmente gravada em 1936 . Dá-lhe Johnny!
Download.

Fu Manchu - The Action Is Go


Quando a banda é boa, e tem pelo menos um membro original, não importa muito a formação, pois a sonzeira é garantida. Assim aconteceu com o Scott Hill, líder do Fu Manchu, lá em 96.
Após gravar a obra-master In Search Of, um hardcore stoner chute na bunda, Eddie Glass e Ruben Romano passaram a perna em Hill, e largaram a banda pra formar o power trio Nebula, muito bom por sinal. Sem ressentimentos, foram recrutados Bob Balch na guitarra solo e na bateria, ninguém menos que Brant Bjork, famoso por ter tocado no Kyuss e que não faz mais parte do Fu Manchu (largou fora depois de gravar California Crossing).
Com esse line-up afudê, gravaram The Action Is Go em 97, cd que hoje é tido como clássico, entre nós, fãs, e até pelos não fãs, só pelo fato desse cd ter a música "Evil Eye", som que apareceu no jogo de skate Tony Hawk 2, que na época saíu em tudo quanto era console e que fez a trilha sonora de muitas tardes de sábado, destruindo no backflip... coisas de video game.
Não sei o motivo, mas a produção do disco ficou a cargo do estranho Jay Noel Yuenger, do White Zombie, que felizmente, não destruiu o disco, não botou nenhuma influência em cima e até deu um "quê" a mais, deixando aqueles riffs matadores setentistas mais mofados ainda, junto com o baixo groove pesadão, cheio do wah-wah e a batera matadora do Bro Bjork.
Energia pura, rock clássico, ritmos alucinantes e climas piscodélicos, tá legal assim? Mas nem tudo são rosas, se a tracklist fosse organizada melhor, acho que ficaria bem mais massa, pois alguma das músicas lentas, quebram muito o clima. Só mais algumas informaçõe adicionais: essa versão disponível para download, é a versão européia, que tem duas bônus, "Swami's Last Command" (trilha sonora do filme Chicago Cab, que até onde eu sei, não saíu no Brasil) e "Module Overload" (do EP Godzilla) e a música "Nothing Done" é cover da banda Hardcore de Boston, SSDescontrol.
Me corrijam se eu estiver errado, mas pelo que me consta, quem está na capa, dentro do DogBowl é o histórico badass dos Z-Boys, Tony Alva... esse disco sôa bem Sul Californiano, vai encarar magrão? Download.

terça-feira, julho 01, 2008

Crossbreed - New Slave Nation


Crossbreed é uma banda americana de metal industrial. Bem extrema, por sinal, já que são adeptos de efeitos muito eletrônicos e pesados, alguns até bem característicos de raves. Na parte do metal, não perdoam e socam pedal duplo, guitarras carregadas e vocais bem gritados e sujos,
lembrando muito o Rob Zombie em seus momentos agressivos (na parte vocal) e também o Ministry (instrumentalmente).
Iniciaram a jornada em 1996, mas só vieram a lançar o primeiro material em 1998, limitado a 1000 cópias e que não despertou muito interesse. Porém, em 1999, com a entrada de um DJ e segundo tecladista, aperfeiçoaram a performance no palco e conseguiram um selo pouco depois.
O grande sucesso (se é que podemos dizer grande, pois a banda é bem desconhecida aqui no Brasil) veio com Synthetic Division, mas o melhor deles é, sem dúvida alguma, esse EP aqui chamado de New Slave Nation.
Lançado em 2005, possui 7 faixas bem variadas, alternando entre andamentos medianos e velozes, sempre com muitos elementos no som, passando por passagens mais reflexivas e cheias de samples vocais e chegando até a a velocidades absurdas e incomuns no estilo, com uma gritaria desenfreada. Os destaques ficam para "New Slave Nation" (todos os instrumentistas dedicaram-se nessa música, pois tudo, certamente tudo, é empolgante demais! O refrão é viciante) e "Saints Of Grey" (isso é puro rave metal, haha! Metal com drum and bass, techno e o que você imaginar). A produção de estúdio ficou a cargo deles também, provavelmente por isso que ficou tão bom, pois ficou como eles queriam.
Há rumores de um novo álbum prontinho para sair nos próximos meses, portanto mantenham os olhos abertos! Download.