segunda-feira, julho 02, 2007

Black Sabbath - Never Say Die!


Quando se escuta uma banda desde os 12 anos de idade e tem-se vários CD's dela - inclusive um disco em vinil - na prateleira, nem precisa se dizer que é uma daquelas bandas que moram no coração.
Never Say Die! é um disco muito especial na carreira do Sabbath, não só por ser o último com o senhor Ozzy Osbourne nos vocais, mas sim por ser um dos mais diversificados e que expressa a realidade do grupo. Não que o som seja algo experimental ou muito diferente do que eles fizeram em álbuns anteriores, mas é bem mais soft, tanto que o contra-baixo de Geezer ficou bem oculto, e as faixas passam do rock ao clássico, jazz, etc.
Ouvimos no começo do disco um lado mais rock da banda, já começando pela excelente faixa título. Na seqüência, com "Johnny Blade", temos uma música mais na "manha", mas os furiosos solos de Tony valem como um todo. Com a faixa que vem em seguida, a bela "Junior's Eyes", eles conseguem passar uma emoção muito grande, pois esse é um som muito honesto, se é que posso dizer assim. A letra fala sobre um jovem que perdeu seu melhor amigo, ou seu pai. Muitos dizem que o tal Junior da letra seria o próprio Ozzy e por isso que ele consegue tão fenomenal interpretação. A intro de baixo (um dos raros momentos em que o baixo é realmente perceptível) é muito interessante, uma linha que eu me obrigo a escutar mais de uma vez. Já com "Hard Road", sentimos o desabafo da banda após todos os incansáveis anos fazendo shows e turnês gigantescas. A letra fala não só sobre o contexto da banda; ela aborda a vida geral com rimas bem pensadas e um refrão muito cativante. Em "Shock Wave", "Over To You" e "Air Dance" o lado clássico mostra-se esbanjado, com linhas mais simples, porém com grandiosos solos de guitarra. A tonalidade mais aguda, sem muito peso e sujeira, faz o som pender mais ainda a esse lado. Uma coisa que é rara em discos da banda, é você escutar eles tocando algo de jazz. Ao-vivo, Toni sempre fazia várias solos nos finais dos shows, mas em estúdio não. Com "Breakout" faixa só instrumental, o clima jazzístico é agradável demais, com solos de saxofone de tirar o chapéu! E o mais foda de tudo é que, no final, ela é emendada com "Swinging The Chain", som bem empolgante e cantado pelo baterista Bill Ward.
Simplesmente Never Say Dye!, um trabalho que, se analisado a fundo, não deixa nada a desejar perto de outros clássicos que fizeram muito mais sucesso na carreira do Sabbath que este. Faça o download clicando aqui e aprecie algo que permanece resistente às décadas, mesmo tendo sido feito em um dos momentos mais conturbados na carreira da banda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Album rarissimo e de excelente gosto musical, recomendo a todos que gostam de Hevi Metal.