terça-feira, janeiro 20, 2009

Motörhead - On Parole


Simplesmente o debut dessa banda que já foi chamada de "a pior do mundo", mas hoje é altamente cultuada, influenciadora, importante e blá blá blá dentro do universo do rock!
E quando se diz rock, não é só porque o termo engloba tudo que há de som que surgiu depois dele (como o metal, por exemplo) aumentando sua potência. Se diz rock justamente porque o Motörhead era um grupo de rock! E aqui, em On Parole.
Criado e gravado em 1975, mas só lançado em 1979, nunca chegou ao ouvido de todos os fãs. O sucesso - provavelmente pelo desenvolvimento da originalidade do conjunto - de Ace of Spades e Overkill sempre deixaram a impressão de que o início da banda foi naquela época, mas realmente não podemos ignorar o passado. Por mais que seja um álbum diferente daquilo que costumamos ouvir do Motörhead, não significa que é ruim. É rock and roll, baby, e com uma forte influência e sonoridade de blues. Aquele estradeiro, sabe? Que devia tocar nos bares de beira da estrada entre o Texas e o Mississippi, na época em que as músicas começavam a ganhar mais velocidade e demais elementos.
A primeira, "Motorhead", começa com um barulho de moto, e não tarda para vir a guitarra suja somada do vocal marcante de Lemmy. Por ser dos primórdios, não era aquele vocal rouco, rasgado e sujo. Era algo mais "gurizão" mesmo, com aquele ar juvenil. A letra e o nome da banda, que são originados de uma gíria, significam algo como "um viciado em speed" (a droga). Entre as demais faixas, "City Kids" é bem empolgante e possui um solo totalmente no feeling do rock! "The Watcher" mostra algo que iria se tornar comum: Introduções de contra-baixo. Nesse som, as linhas de guitarra também são marcantes, principalmente pela produção, a qual incrementou um chorus e um reverb bem notáveis. "Leaving Here" é a mais criativa, com quebradinhas de tempo, arranjos imprevisíveis - e em todos os intrumentos, ainda por cima - e um refrão que não sai da cabeça.
Um fato engraçado envolvendo o álbum: Taylor "Philty Animal" regravou todas as linhas de bateria do ex-baterista Lucas Fox, com exceção de "Lost Johnny", pois estava preso por mau comportamento e desordem (bebendo por aí, aposto...) no dia em que a gravação deveria rolar. Como eles eram ninguém e não havia arrego por parte de qualquer pessoa envolvida no esquema, ficou por isso.
On Parole não é um clássico do rock, muito menos um álbum seminal. Mas foi o primeiro do Motörhead, e os demais só existiram por causa dele. Acredito que merece, ao menos, uma audição cuidadosa, por parte de qualquer um que se considere fã de Motörhead e de outras bandas que surgiram com influência deles, como o Metallica, e até das que surgiram por influência do Metallica, e daí a lista vai longe... É aquele lance: Do Homo Herectus até o Homo Sapiens Sapiens rolou muita coisa, e antes do Herectus ainda teve aquele outro, e aquele outro... Viva Motörhead! Download.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

R.E.M. - Monster


Monster foi o nôno disco do R.E.M. e é até hoje um dos discos mais injustiçados. Após a grande explosão dos anos 90 com Out Of Time e Automatic For The People, o quarteto de Athens resolveu parar um pouco com baladinhas acústicas, piano e bandolim para um disco de "Rock", com aspas mesmo, foi assim que o guitarrista Peter Buck o definiu antes do lançamento.
Gravado de maneira mais xucra, com sessões ao vivo mesmo e um espírito mais esporrento, aumentaram o volume e partiram pra diversão, mas diversão foi a útlima coisa que tiveram. De 92 a 94, período que passaram em estúdio, eles resolveram intercalar com turnês que acarretou em diversos problemas de saúde para os integrantes: aneurisma cerebral para Bill Berry, Mike Mills com cirurgia no intestino e Michael Stipe com hérnia (tudo isso já na turnê do disco).
Durante a gravação do disco, receberam a notícia do falecimento de Kurt Cobain e do ator River Phoenix, dois grandes amigos de Stipe e cia. Monster foi dedicado a Phoenix e a tristonha "Let Me In" em homenagem a Cobain (a guitarra Jag-Stang acabou ficando com Buck).
Falando propriamente do disco, podemos dizer que apenas a primeira canção teve algum sucesso; "What's The Frequency, Kenneth?" figurou em algumas paradas e normalmente compões setlist dos shows do grupo. Temos grandes faixas, "Crush With Eyeliner" rock de guitarra tremolo; "King Of Comedy" experimental mas nem tão pé no saco como as eletro inventices futuras; "Star 69" diretaça e sem frescuras; "Bang and Blame" nervosa e empolgante e "I Took Your Name", um dos grandes destaques do disco.
A grande furada são as músicas vagarosas, herança de experiências passadas, retardam o andamento do disco e te deixa confuso. Com exceção de "Strange Currencies" que é uma balada muito bem feita, pecaram na mistura Pop com texturas distorcidas, mas é em geral um grande disco, uma mudança que foi muito lembrada com o lançamento de Accelerate, ano passado. Download.

The Dismemberment Plan - Emergency & I


O que faz de simples disco a um grande clássico? Milhares de vendas? 3 grandes singles que estouram nas rádios, todo mundo sabe cantar e ainda fazem uma gigantesca turnê? 5 em cada 10 casas tem esse álbum? Mudaram o modo das pessoas pensarem sobre música? Influenciaram meio mundo depois de seu lançamento?
Bom, cada álbum tem sua maneira característica de ser considerado clássico - ou não - e isso depende de várias variáveis (essa foi foda). Independente do que digam, Emergency & I é um clássico, jovens.
Formado em um dos melhores celeiros musicais dos EUA, o D-Plan surgiu em Washington DC., terra natal de Bad Brains, Fugazi e Jawbox. Pegando influência desses três aí, o Plan é um bixo um pouco diferente, e um pouco mais complicado.
O grande mérito do grupo é fazer música experimental, com várias quebradas de ritmo, sessões esporrentas e agitadas, eufórico e nervoso, a ainda assim, conseguindo ter uma acessibilidade pop absurda, deixando se abater pela melancolia momentaneamente. Um verdadeiro disco de rock moderno, super bem acabado e altamente inflamável, chama a anteção por dinâmicas ritmicas cabulosas e uma versatilidade de fugir de rótulos.
Lançado em 99 pela saudosa DeSoto, Emergency & I alcançou proporções gigantes dentro do cenário underground americano, o que garantiu uma turnê com o Pearl Jam, que tal? Outra coisa que esqueci de dizer, é que muitos discos podem ser classificados como "clássicos" quando ninguém os conhece. Estou dando uma chance. Download.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

The Jesus And Mary Chain - Automatic


The Jesus And Mary Chain é uma banda que ficou conhecida pelo barulho. Na verdade, o JAMC é conhecido pelo publico geal mais por nome do que por som, fato. Mas aqueles que já se deram o trabalho de saber o que se trata, acabaram descobrindo que o maior fato na carreira do grupo foi o disco de estréia, um clássico absoluto dentro da música alternativa underground independente caralho a quatro, chamado Psychocandy.
Falar que Psychocandy (85) é um clássico é quase como chuver úmido. Uso excessivo de ditorção e feedback, devido ao uso excessivo de LCD e anfetamina, combinaram com lindas melodias e um clima sinistro, "Just Like Honey" pode ser que seja a música conhecida do disco.
O álbum que seguiu foi chamado de Darklands (87) e algumas coisas mudara. O baterista Bobby Gillespie resolveu largar a barca a se concentrar 100% na sua nova banda Primal Scream (e que banda hein) e o irmãos Reid desaceleraram tudo e o mais incrível, fizeram um disco limpo! Sem barulho! Com baladinha! E o pior de tudo: ficou muito bom!
Toda essa histórinha foi para poupar o serviço de ir até a Wikipedia e dar uma lida mais detalhada até o momento do lançamento de Automatic, terceiro disco do grupo, lançado em 89. Se a formação já tinha ficada capada no disco anterior, aqui eles foram mais longe: apenas a guitarra de William Reid era um instrumento de verdade, baixo e bateria foram gravados com sintetizadores - no maior estilo anos 80 - o que foi um choque maior ainda para o público e crítica.
O que eu posso fazer? é meu disco preferido. A trinca fantástica de abertura, "Here Comes Alice" e seu ritmo sonolento, "Coast To Coast" põe ânimo e doses de distorções massivas, e logo após, "Blues From A Gun", música original de Dylan e como não é novidade, todo cover do homem fica melhor que a original. Uma das músicas mais conhecidas da banda também figura na tracklist, "Head On" foi um dos melhores trabalhos do grupo, que ficou conhecida quando os Pixies resolveram fazer cover, e em terras tupiniquins, foi o Legião Urbana quem gravou, naquele famoso acústico MTV.
20 anos após seu lançamento, o senso comum sobre esse disco mudou muito. Mal entendido na época, é um dos melhores trabalhos da discografia da banda e conseguiu boas notas em críticas de redenção. Aproveite o disco, pois ao vivo é uma bosta. Download.