quarta-feira, janeiro 16, 2008

Napalm Death – Scum

Capitão Nascimento:

Muito se discute e pouco se sabe sobre o surgimento exato do grindcore, mas que Scum é um dos primeiros - e melhores - discos do gênero, isso é unanimidade entre quem curte som extremo.
Lançada em 1987, essa bagaça tinha tudo para NÃO render nada à banda, mas rendeu. Tente imaginar um mercado totalmente diferente do atual, onde poucas bandas pesadas (diga-se as de thrash, pois death era praticamente inexistente) conseguiam seu espaço. As que tentavam extremizar o metal ou o hardcore morriam. Eis que surge o Napalm Death, nem aí para essa conversa de mercado.
Queriam tocar hardcore, só que mais veloz e sujo. Faziam barulho, tocavam com blast-beat, a sujeira estava no máximo, gritavam desenfreadamente, faziam músicas com menos de 30 segundos, e por aí foi. Tu achas que alguém iria querer financiar uma banda assim? Pois é, meu caro, mas tem louco pra tudo, inclusive para nadar contra a onda. O som chamou a atenção, e hoje Scum é uma pérola do som extremo, muito cultuado por punks a headbangers.
Na minha opinião, é som muito bom. Empolga, não tem frescura, é ríspido, curto e grosso! São 28 músicas socadas em 32 minutos. Que desgraceira, hein? Para piorar a situação, o disco foi gravado com formações diferentes, porque alguns membros já debandavam para outras bandas – provavelmente por achar que o Napalm não lhes renderia nada. Hoje, a banda não possui nenhum membro da formação original e o som é mais voltado ao death metal, porém eles sempre serão lembrados como uma banda de grindcore, criadora do termo e até do estilo.
Se alguém ainda duvida que esse disco é um clássico, digo que ele já foi relançado diversas vezes. Na última, foi remasterizado e anexado junto a um DVD.
Mas se você for um iniciante no mundo do rock/metal, daqueles que acham que Metallica é muito pesado, passe longe, pois seus ouvidos regurgitarão o Napalm lá pela terceira faixa.


Lincoln Hawk

Sempre que o assunto Grindcore surge em alguma discussão, a primeira banda que vem a cabeça é sempre Napalm Death, e isso é quase unanimidade. Claro, que existem milhares de hipóteses sobre o início desse gênero musical, de tantas bandas, mas nenhuma teve tanto impacto e importância como o Napalm Death em seu primeiro álbum, o tão aclamado e controverso Scum.
O Napalm Death surgiu como uma banda de Hardcore Punk genérica, no meio do movimento do renascimento do punk inglês, na época de bandas como Amebix e Discharge, e fortemente influenciado por bandas de Anarco Punk, de onde surgia inspiração para maioria das letras, na maioria, de cunho político. Após milhares de formações e demos gravadas, o único membro original que restava na banda ainda era o baixista e vocalita Nick Bullen, contando com Mick Harris (Painkiller) na bateria e Justin Broadrick (Godflesh e Jesu) nas guitarras, eles gravaram em 86 o que seria o lado A do disco Scum, em um estúdio em um porão em Birmingham, por meras £50,00, pouco mais de R$150. Porém agora o som era totalmente diferente do início da carreira, com a mesma sujeira, mas muita velocidade a mais, como os blastbeats doidos de Mick Harris e vocais totalmente entendíveis, reflexo do que acontecia no cenário do metal Norte Americano.
Devido a esse acontecimento, fez com que a banda perdesse dois membros, Bullen e Broadrick estavam frustados com o rumo que a banda tava tomando e largaram a barca, deixando Mick Harris no comando, até sua saída em 91. Um ano depois da gravação do lado, a banda decidiu voltar ao mesmo estúdio e preparar o lado B do Scum, agora com Lee Dorian (Cathedral), nos vocais, Bill Steer (Carcass) nas guitarras e Jim Whitely (que logo deu lugar para Shane Embury, o único que continua até hoje) no baixo, gravando clássicos do disco como “Dragnet”, “C.S” e “Point Of No Return”.
Na época o único selo capaz de lançar um material desses foi a Earache Records, e um dos únicos discos que cada lado é um line-up diferente, algo como um split de uma banda só. Na época o disco foi a maior bordoada musical que poderia existir, agradando tantos os punks como headbangers, pois combinava elementos dos dois gêneros; nunca a música tinha visto tamanha desgraça em pouco mais de meia hora.
A primeira versão do álbum em cd foi dividido metade Scum e metade From Enslavement To Obliteration, segundo disco da banda, mas como citado no texto anterior, pode ser encontrado em diversas versões, assim como as capas, se tu é fã como eu, vale comprar a versão com DVD, uma versão caça níquel que Earache fez, com documentário com Mick Harris, sobre toda os bastidores da gravação desse clássico.

Download aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ja vi uma resenha desse disco do Napalm no Fukt Capitão. Da uma olhada nos arquivos que é repetido. Mas de qualquer forma Napalm sempre vale a pena, e o Scum é clássico incontestável. Abraço...

Anônimo disse...

Esse disco foi repostado, seu Chuck! Nós sabemos que havia uma postagem do mesmo, mas decidimos fazer resenha dupla e re-upar o CD, já que os antigos donos não tiveram a mínima atitude.