quinta-feira, junho 05, 2008

Torche - In Return


Hoje se alguém me perguntasse por onde começar pra curtir Doom/Sludge/Stoner Metal minha resposta não poderia ser outra além de: Torche. Não, eles não são a banda criadora do estilo ou a mais importante, mas sim, a mais acessível a ouvidos não acostumados com muita distorção, peso e andamentos relativamente lentos.
O Torche surgiu das cinzas da banda Floor, que tocava a mesma mistura, e é bem respeitada até, dentro do cenário. Vieram Steve Brooks (guitarra e vocal) e Juan Montoya (guitarra) do Floor e Jonathan Nuñez (baixo) e Rick Smith (bateria) vieram de uma banda grind chamada Shitstorm (nome bem sugestivo... para quem gosta de scat). A banda é americana, e pelo sobrenome de alguns, podemos deduzir que são da Flórida.
A diferença do Torche para o resto das outras bandas do estilo, é o seu poder de peso e distorção, com uma vocação pop. É, isso mesmo, pop. Discípulos dos Melvins, usam todo o aprendizado com canções que não ousam muito a experimentação, ao contrário dos mestres, e na maioria, tem pouca duração. Rolam alguns rótulos pra banda como "Stoner Pop" ou "Doom Pop", vê se pode? A última coisa que eu imaginaria ver, era o termo "Doom" ao lado de "Pop", mas sabe, de algum modo, eles tem um pouco de razão.
In Return é o segundo trabalho da banda, e o primeiro EP, que foi lançado ano passado (falando nisso, a banda é bem novinha, foi fundada em 2005). Esse disquinho talvez seja o mais barulhento da curta discografia (1 EP e 2 álbuns), como por exemplo, a faixa de abertura; "Warship", pesadíssima, suja e atormentante. Já a segunda faixa, que leva o nome do disco, já tem um ritmo mais rápidão, e passagens melódicas, bem afudê. Até daria espaço pra comentar faixa por faixa, por serem apenas 7 musiquinhas xuxu beleza, mas na verdade não tô com saco pra fazer isso, e também acho meio babaca. Resumindo, seria um apanhado entre o Sludge, Stoner e Doom com passagens melódicas, e pouca experimentação, Stoner acessível e não tão vendido quanto um Queens of minha pica roliça.
Além do ótimo trabalho musical, a versão em LP é quase que uma obra de arte. Desenhado por John Baizley, vocalista do Baroness, a versão extendida da capa é referência para arte "stoner", e o produto final nos LP's é algo para deixar nego babando: Saca só aqui, uma bolacha pra cada música, sendo cada uma de cor e arte diferente, sem contar a capa e contra capa, "um lúúxo, biba".
Provavelmente tu nunca deve ter ouvido falar dessa banda, justamente por isso que tu só encontra isso nos EUA (via Robotic Empire) ou no Reino Unido (via Rock Action - selo do Mogwai), mas tem grandes chances de ouvir mais para frente, pois os cara andaram fazendo turnê com gente grande, como o próprio Mogwai, Isis e Jesu. Acho que o único erro foi ter lançado como EP, e não como um disco, pois 20:00 é muito pouco.
Se tu ficou afim, faz o download, e se prepara para mais material, pois só esse é muito pouco. Ainda em tempo, quando for escutar, taca o volume lá em cima.

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