quinta-feira, maio 14, 2009

Isis - Wavering Radiant


Eis aqui um exemplo de banda que prefere investir novamente em algo diferente a se repetir!
Ao contrário do que a maioria esperava, o Isis não fez mais um In The Absence of Truth. Calma! Isso não quer dizer que voltaram a fazer som completamente sujão na linha do The Red Sea, mas há algo que será dito logo de cara, mais a frente, e que possui semelhança, de certo modo, com essa época. Ainda a respeito deste "diferente", não é nada mais que um aprofundamento de determinados traços e a volta a outros, mais precisamente estou me referindo à grande exploração do lado harmonioso e a reutilização de muitos vocais agressivos, bem como certas passagens bem agressivas do instrumental e mais experimentalismo de estúdio que em qualquer outro disco deles.
O álbum abre com "Hall of the Dead", música dotada de várias passagens de teclado e com uma pincelada do que será apresentado bem mais a fundo pela frente - harmonia e agressividade numa fusão extrema. É estranho que ela soe "morna", não pendendo para nenhum dos lados, mas a idéia torna-se compreensível na faixa seguinte, "Ghost Key". A obra começa com suaves guitarras, muito agradáveis e memoráveis, explorando por muito tempo só as lindas melodias. Em seu decorrer, apresenta versos recheados do vocal grave de Aaron Turner, sendo que determinada parte possui muitos efeitos de estúdio, deixando principalmente o reverb no talo, efetuando, assim, um experimento que soa como "alguém a gritar numa caverna"! É mais um momento muito marcante da música, só não sendo mais que a já citada introdução. No decorrer do álbum a fórmula vai sendo repetida - bem repetida - o que causa certa estranheza, já que eles costumavam variar mais as músicas. Ainda temos, como nos álbuns anteriores, uma faixa puramente ambient. Ela é a faixa-título, emendada com a anterior e com a seguinte. Definitivamente não é a melhor deles, visto que é um tanto quanto monótona - as dos outros álbuns tinham vários elementos -, mas é bem relax e agradável, como dá para supor. "Threshold of Transoformation" encerra o álbum com maestria, envolvida com bastante peso na primeira parte (tem quase 10 minutos de duração), de uma maneira como não se ouvia desde Oceanic (lançado em 2002)! Além disso, enquanto o instrumental se aventura em diversas melodias nas guitarras e escalas ousadas no baixo, existem diversos vocais podrões - beirando o black metal - "ocultos" por filtros da produção, numa demonstração muito bem-sucedida de experimentalismo. Seu final apresenta um "estéreo" das guitarras competindo pela nota mais bonita.
Pois bem, apesar de se atreverem a irem bem afundo em misturar as melodias com mais agressividade, Wavering Radiant não tem o mesmo feeling dos outros álbuns, fato que nos impede daquele "apego" como há para com os outros. Refiro-me àquele "quê" épico e um tanto quanto inexplicável contido nos registros anteriores, os quais davam gosto de apreciar, sendo perceptíveis logo na primeira escutada.
Em contra-partida, Jeff Caxide é responsável por manter uma bela característica do Isis: Aquele contra-baixo destacado! Quem conhece sabe muito bem do que estou falando. Quem não conhece, deve, portanto, escutar o álbum ou tentar imaginar dois contra-baixos gravados: Um normal e outro mais "acústico", flutuante, com um som agudo e grave ao mesmo tempo, sempre tocando somente em passagens memoráveis! Mesmo tocando também no Red Sparowes e no Spylacopa, fica extremamente evidente que é no Isis onde ele despeja seu verdadeiro talento.
Percebe-se que temos em mão mais um CD excepcional! Possui mais prós do que contras, por assim dizer. Conforme fora bem expresso, não é aquele que agradará logo de cara, muito menos o melhor deles, todavia que tem seu enorme valor, revelando a cada audição vários detalhes novos e, com tempo, sendo absorvido com mais facilidade. Em decorrência disso, vai ficando mais agradável e atraente. Lembre-se: Para tanto são necessárias várias audições minuciosas. Dwnld.

Um comentário:

sdm disse...

Q banda impressionante, ISIS é um achado em termos de originalidade,esse ultimo cd é o mais experimnental na minha opnião.