sexta-feira, maio 30, 2008
Biosphere - Patashnik
É interessante notar como vários artistas evoluem ou remoldam seus estilos de criar música com o passar dos anos. Se foi uma "evolução" ou uma "remoldada", dependendo do caso, é uma questão complicada de discutir. Casos a parte, no do Biosphere ocorreu uma grande evolução mesmo, junto com uma enorme remoldada, inquestionavelmente.
Vamos começar com Patashnik, segundo álbum de Geir Jenssen sob o nome Biosphere e lançado em 1994. Música eletrônica, ambient e experimentalismo são a alma do álbum, assim como nos outros (apesar do eletrônico não ser escancarado nos trabalhos mais recentes). Pois bem, Geir ainda era um pouco iniciante nessa época, pois não demonstrava a enorme criatividade e técnica que desenvolveu em outros álbuns. Patashnik não é um álbum ruim, ele é bom, mas os outros são melhores, pelo menos para quem opta por apreciar uma sonoridade mais atmosférica. Chegar ao centro da questão é complicado, pois estou tentando descrever há algumas linhas e pareço estar lhe fazendo ler em círculos. Na época, Geir trabalhou bastante com o ramo da eletrônica. Neste álbum temos várias linhas de bateria eletrônica, em velocidades normais ou bem aceleradas, e até uns hi-hats ou chipôs eletrônicos. Isso, somado às atmosferas, acabou deixando algumas músicas muito mecânicas e pouco propícias a uma surrealeza. Falando mais diretamente de dentro do álbum, ele começa com uma música sem pé nem cabeça. "Phantasm" tem absolutamente nada a ver com os materiais do Biosphere que foram aqui postados. Nela ouvimos uma linha chata e repetitiva de uns barulhos estranhos, com um sample de uma criança falando algo. Tirando essa horrível faixa que pode lhe deixar com um pé atrás sobre a qualidade do material, logo em seguida vem "Startoucher" e essa, sim, apresenta aquelas atmosferas de fundo, clima de suspense - porém agradável - e demais traços que dão vida à obra do Biosphere. O álbum é quase todo conceitual, e após ela ouvimos "Decryption". Esse som tem uns efeitos eletrônicos que têm sonoridades incomum, algo que parece não casar direito com o resto da música, e, portanto, dá para concluir que Geir era meio iniciante e colheria melhores frutos no futuro. Mas o futuro dependia do presente, e após esse som ele colocou "Novelty Waves", dotada de uma linha repetitiva e contemporânea de bateria, com mais uns samples de insetos noturnos, e sabe onde essa música foi parar? Na propaganda da marca de jeans Levi's, que lhe rendeu uma boa divulgação mundial. Mais uma vez, seguindo a linha conceitual, chega a faixa-título. É mais um som extremamente agradável e relaxante, mas é uma pena, contudo, que tenha baterias eletrônicas tão artificiais. Esse "problema" foi corrigido muito posteriormente, já que nos álbuns seguintes Geir parou de usar bateria, mas em Dropsonde há samples de baterias reais, e, portanto, acaba soando melhor. Interessante também escutar as relaxantes "Mir" (tem uma ótima atmosfera tranqüilizante e um lindo sample que lembra um sapo numa lagoa durante a noite), "Mestigoth" (apesar de ser curta, é mais um exemplo de atsmofera absurdamente linda com samples de sons de animais e insetos) e "En-trance" (fecha o álbum em grande estilo). Patashnik é, sem dúvidas, mais uma bela obra da mente criativa desse norueguês chamado Geir Jenssen. Apesar desses traços de eletrônica, acaba soando bem mais conectado ao que seria o ambient do que alguns outros artistas considerados como clássicos, como, por exemplo, Aphex Twin. Não desmereço Aphex Twin e nenhum outro, mas Biosphere incorpora a vida à música, ao contrário de outros que deixam tudo muito artificial e pouco real.
E caso você ainda não conheça, interesse-se, baixe e goste, ouça também o álbum Substrata, pois esse é um dos melhores álbuns de música ambient de todos os tempos, não apenas na minha opinião. Entretanto, se procura por um som assim e mais diferenciado, sem muita conexão com o que deveria fazer sentido, escute Shenzhou, um dos álbuns mais experimentais, numa análise geral.
Download.
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Um comentário:
como o a7x tm presença aqui, naum podia deixar de comentar, o show foi foda os caras arrebentaum ao vivo, sem duvida umas melhores bandas da atualidade e quanto ao cd novo a 1ª vez q ouvi achei um lixo, mas depois de umas 3 escutas o cd eh foda
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